[Guia definitivo] Tudo o que você precisa saber sobre consórcio

[Guia definitivo] Tudo o que você precisa saber sobre consórcio

Já imaginou que maravilha seria não ter que pagar mais aluguel ou não depender do transporte público para se locomover?

Caso esse seja seu plano, já deve estar passando pelo processo de fazer a contabilidade para realizar o objetivo de ter casa e carro próprios, e quem sabe fazer um processo estético ou então se programar para a fazer aquele curso. Isso pode até parecer um sonho muito distante, mas na verdade pode realizá-lo agora mesmo.

Neste artigo, vamos esclarecer tudo sobre consórcio. Que atualmente é uma das soluções mais requisitadas pelas pessoas para comprar bens de valor, dada sua viabilidade e praticidade.

Acompanhe esse guia definitivo para saber tudo sobre como funciona e como fazer consórcio.

O que é consórcio?

O consórcio é uma forma de investimento que possibilita fazer a aquisição de bens de alto valor, como casa, automóvel e serviços de um jeito programado. Ao contrário do financiamento, o consumidor não recebe o bem assim que começa a pagar as parcelas, mas pode contar com diversas vantagens que levam em conta o seu planejamento financeiro.

Em primeiro lugar, não existe cobrança de juros, nem mesmo de entrada para investir nesses bens por meio do consórcio.

Assim que você começa a participar de um consórcio, se torna integrante de um grupo, que reúne outras pessoas interessadas em bens da mesma categoria escolhida.

Todos os consorciados contribuem mensalmente para um fundo comum, esse valor será usado para a contemplação, que ocorre nas assembleias mensais. É dentro dessas reuniões que são divulgados o resultado do sorteio e dos lances.

Sendo assim, é comum que em cada um dos sorteios tenha um consorciado contemplado entre o primeiro e o último mês do plano. Também é possível antecipar a contemplação através de lances ofertados, um processo que vamos explicar detalhadamente mais adiante.

Mas para começar, vale a pena conhecer a história de como o consórcio ajudou, em quase 60 anos de existência, a realizar o sonho de milhões de pessoas.

Como surgiu o consórcio

Depois da industrialização do Brasil com a abertura econômica promovida pelo governo de Juscelino Kubitschek (1956-61), várias pessoas passaram a ter interesse em comprar o próprio carro. Na procura de melhores condições, muitos procuraram os bancos públicos – já que o preço à vista era inviável para grande parte da população.

Com tantas pessoas interessadas em comprar um automóvel, alguns funcionários do Banco do Brasil tiveram a ideia, em 1962, de juntar um grupo de amigos que participassem de uma contribuição coletiva, que pudesse garantir que todos eles comprassem o seu próprio carro.

Como os participantes começaram a colaborar ao mesmo tempo, decidiram que o sorteio seria a melhor maneira de definir quem seria o dono do primeiro carro.

O sucesso do modelo foi tão significativo que, aos poucos, as próprias montadoras passaram a disponibilizar o consórcio como forma de simplificar a compra pela alta demanda de interessados.

Em 1967 foi criada a Associação Brasileira de Administradora de Consórcios (ABAC), até hoje ela é responsável por definir diretrizes para as empresas de consórcio. A partir daí começaram a surgir as administradoras independentes – como a Embracon –, assim como empresas ligadas a fabricantes e instituições financeiras.

Durante muito tempo, o consórcio facilitou a compra de automóveis. Aderindo aos poucos aparelhos sofisticados para a época, como os videocassetes, por exemplo, mais produtos começaram a entrar para o portfólio da modalidade. Além das administradoras, muitas lojas do varejo ofereciam o consórcio como alternativa de pagamento.

Com o passar dos anos, o consórcio foi se adaptando às necessidades dos consumidores para ampliar a oferta de produtos. Um exemplo bem-sucedido de sua expansão veio com a implementação do consórcio imobiliário. Isso ocorreu após a ABAC, junto à atuação de empresas que atuaram com credibilidade ao longo dos anos, conseguir com que o Banco Central (Bacen) regulamentasse a atividade do consórcio, com a edição da Lei nº 8.177, de 1991.

Desde então o consórcio tornou-se uma modalidade tão vantajosa para os consumidores e administradoras, que não demorou muito para ser ‘exportado’ para países como Portugal, Espanha, Peru e diversos países da América Latina e do Leste Europeu, até chegar à África do Sul no final dos anos 2000.

Como funciona o consórcio

E depois de termos dado uma introdução à história do consórcio, entenda de uma vez por todas como essa modalidade de compra funciona!

Adesão ao plano

Assim que entra em contato com a administradora, você escolhe o plano de consórcio que atende melhor suas necessidades e expectativas. É nesse momento que a duração do contrato, o valor da carta de crédito e o número de parcelas são estabelecidas. Na sequência, o participante recebe um número que será a sua “identidade” durante todas as assembleias.

Pagamento das parcelas

O valor que definir na adesão do plano vai ser parcelado no prazo de pagamento estabelecido quando for assinar o contrato. Todos os meses, os integrantes pagam suas parcelas e formam o saldo de caixa para contemplar um ou mais consorciados do grupo naquele mês.

Assembleia

A primeira assembleia só é realizada assim que a administradora reúne a quantidade mínima de adesões. Assim que a primeira for feita, as reuniões passam a ocorrer mensalmente.

Existem duas maneiras de o integrante ser contemplado no consórcio, são elas: sorteio ou lance. É fundamental deixar claro que, até o fim do contrato, todos os consorciados do grupo vão receber a carta de crédito.

Contemplação

Essa é a hora que o consorciado mais espera. Afinal, é quando ele finalmente conquista o direito de utilizar a carta de crédito para fazer a sua compra.

Aquisição de bem

Depois que tiver a carta de crédito em mãos, o consorciado pode escolher o bem que deseja comprar, mas que seja algo dentro da categoria do seu grupo. A carta de crédito equivale a dinheiro à vista, sendo assim, o contemplado tem maior poder de negociação no momento da aquisição. Resumindo, ele vai comprar o bem no valor total e continuar pagando a prazo.

Fim do plano

Esse é o momento que o integrante encerra seus deveres e direitos com relação ao grupo. Isso acontece quando ele recebe a carta de crédito e quita todas as suas prestações.

Quais são as taxas cobradas em um consórcio?

Antes de assinar o contrato para adquirir o seu bem tão desejado, é fundamental conhecer todas as taxas envolvidas nessa modalidade de compra. Todas irão depender da administradora escolhida, sendo que a taxa de administração é a única necessariamente comum a todas. Vamos te falar mais sobre elas!

Taxa de administração

Essa taxa é referente a remuneração que a administradora de consórcio recebe por gerenciar todas as etapas do processo. A taxa de administração, nada mais é do que uma porcentagem do valor contratado pelo consorciado, sendo dividida em todas as prestações.

Fundo comum

O Fundo Comum é o resultado do valor pago à administradora por todos os consorciados do grupo. É a “poupança” destinada à aquisição dos bens,distribuída mensalmente aos clientes contemplados.

Fundo de reserva

Neste caso trata-se de um fundo de proteção para assegurar o funcionamento do grupo em situações adversas, como inadimplência dos consorciados. O fundo de reserva varia conforme as administradoras.

Seguro

Se for previsto em contrato, o consorciado está sujeito a pagar por uma taxa de seguro. Do mesmo modo que outras quotas, a porcentagem dessa taxa também muda de acordo com as administradoras de consórcio.

Sendo utilizada para garantir a quitação do saldo devedor em caso de sinistros como invalidez, por exemplo.

Tipos de consórcio

Agora que você já sabe como o processo funciona, será que conhece todos os tipos de consórcio?

Depois que os grupos se unem, é possível escolher entre bens móveis (carro ou moto), imóveis (casa, apartamento, empreendimento) e serviços (educação, festas etc). Vamos esclarecer como funciona cada uma.

Consórcio de imóveis

O consórcio imobiliário é uma modalidade de crédito específica para quem deseja comprar um imóvel de forma parcelada sem sair do orçamento. Por esse motivo, entender como funciona um consórcio imobiliário é o primeiro passo para quem pretende simplificar a realização do sonho da casa própria ou deseja investir na ampliação do próprio patrimônio.

Consórcio x Financiamento Imobiliário

Entre os principais motivos de diferença entre consórcio imobiliário e financiamento imobiliário estão:

   • Permitir que o consorciado escolha o prazo e as condições do crédito;

   • Não ter que pagar uma entrada (geralmente 20% do valor do imóvel, que deve ser desembolsado à vista);

   • Cobrar taxas de administração (entre 15% e 25%) e não juros nas parcelas;

   • Dar liberdade para o contemplado comprar o imóvel que quiser.

Importante: Com a carta de crédito de um consórcio de imóveis você pode comprar uma casa nova ou que esteja sendo repassada, apartamentos, terrenos, lotes e até mesmo imóveis comerciais.

Utilização de FGTS

Se você for fazer parte de um consórcio imobiliário para comprar um imóvel residencial, pode utilizar o seu saldo do FGTS de 4 formas:

   1. Dar um lance naquele mês

   2. Pagar parte das parcelas

   3. Complementar a carta de crédito

   4. Liquidar o saldo devedor (parcial ou totalmente)

Como ocorre no financiamento imobiliário, é preciso que o imóvel a ser adquirido siga as regras do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) – que estabelece um valor máximo do imóvel e exige um mínimo de 3 anos de contribuição por parte do trabalhador.

Consórcio de automóveis

Ao escolher um consórcio de automóveis, você também se livra da entrada e de diversas burocracias que existem dentro do financiamento.

São diversas opções de créditos, prazos e parcelas. Além de poder escolher a marca e modelo que quiser, seja ele novo ou seminovo. É possível fazer uma simulação online, inserindo o valor do bem e a quantidade de parcelas que deseja pagar.

Ao escolher o plano “mais por menos” — que serve para automóveis e imóveis — suas parcelas são reduzidas até o momento em que sua cota for contemplada. Após o processo, o valor é abatido e diluído nas parcelas seguintes.

Outro benefício é a possibilidade de “Troca de Chaves", em que você pode utilizar seu veículo usado como oferta de lance para antecipar a sua carta de crédito.

Consórcio de motos

Através do consórcio também é possível adquirir sua moto sem juros, sem entrada e sem burocracias. Você tem à disposição as mais diversas opções de crédito, prazos e parcelas. No momento em que for contemplado, o consorciado pode optar pelo modelo que desejar, desde que o valor seja coberto pela carta de crédito escolhida.

Não se esqueça de conferir todos os meios de ser contemplado. O mais comum é o sorteio. Mas tenha sempre em mente a possibilidade de ofertar lances. Ou seja: quem oferta maior importância, leva a carta de crédito, como acontece em um leilão.

Normalmente, o lance vencedor será do consorciado que tem a intenção de pagar mais parcelas naquele mês. Se o seu lance for o vencedor, o valor será descontado nas parcelas subsequentes. De acordo com a administradora, pode ser diminuído o número de prestações ou reduzido o valor da parcela mensal.

Para que você finalmente consiga comprar a moto é necessário aguardar o tempo até o consórcio terminar.

Consórcio de serviços

O consórcio surgiu e permaneceu por muito tempo, basicamente, como uma forma de aquisição de veículos. Mas como já mencionado, na década de 1990, com a regulamentação pelo Banco Central do Brasil, a modalidade estendeu-se para o setor imobiliário e para a contratação de serviços.

Após a aprovação da Lei Federal nº 11.795/2008, conhecida como “Lei do Consórcio”, as regras ficaram mais claras. Por esse motivo, trouxe maior segurança tanto para as administradoras quanto para os cotistas. Dessa forma, as administradoras passaram a abranger, também, a contratação de diversos tipos de serviços e atividades profissionais.

Quais as diferenças do consórcio de serviços para os outros?

Se formos fazer um comparativo de funcionamento, não existem diferenças para um consórcio de automóveis ou um de imóveis, por exemplo.

Em outras palavras, os grupos são formados da mesma forma. A administradora reúne pessoas com interesses comuns. E na sequência os consorciados definem qual o valor da carta de crédito que pretendem receber.

O contrato também não é muito diferente. Nele constam todos os direitos e deveres, valores e responsabilidades de cada parte. Fora isso, todas as datas de início de término do grupo também constam do documento.

Contudo, existem algumas particularidades no consórcio de serviços. E o ponto mais atrativo são os valores das cartas de crédito, pois costumam ser mais baixos do que as de outros tipos de consórcios. Outros fatores marcantes são os prazos, via de regra, igualmente menores.

Porém, a diferença que mais se destaca nessa categoria é que a carta de crédito só pode ser usada para a contratação de um serviço, e não para a compra de bens ou produtos. Ou seja, supre apenas uma demanda de mercado, que abrange uma série de atividades. E isso não é ruim, pois aproximam pessoas da realização de seus sonhos pessoais e objetivos familiares que não caberiam nas categorias anteriores.

Quais os tipos de consórcio de serviços que existem?

O consórcio de serviços é cheio de opções, o que torna ele um pouco mais abrangente que as demais categorias.

Para o grupo que tem como referência um imóvel, sua carta de crédito poderá ser utilizada para apartamento,  comprar um terreno, uma casa ou mesmo quitar um financiamento imobiliário. Sendo também interessante, mas apenas para quem já possui um objetivo.

Com o consórcio de serviços você tem a possibilidade de contratar atividades profissionais diversificadas. Confira abaixo alguns exemplos dos serviços mais requisitados nos últimos anos no Brasil.

Realização de festas

Muitas pessoas sonham com um casamento perfeito, com decoração de bom gosto, buffet requintado, música ao vivo e atendimento de qualidade aos convidados. Mas na maioria das vezes, ou melhor, é praticamente impossível uma festa sair barata, ainda mais com o aluguel do local, carro para a noiva ou o noivo, entre outros detalhes.

Isso também se aplica a uma festa de debutante, por exemplo, um bar mitzvá, ou outra comemoração de passagem para os filhos.

Um consórcio de serviços pode ser usado justamente para a contratação da organização e realização dessas festas. E isso também se estende para as formaturas, os aniversários e, até mesmo, as comemorações de ano novo.

Passagens ou pacotes de viagem

Quem não quer fazer aquela viagem dos sonhos? Logo nos vêm à mente aquela lua de mel romântica ou as férias inesquecíveis que estão sendo planejadas há anos, em lugares paradisíacos e hotéis confortáveis.

Cada vez mais pessoas têm conhecido a praticidade da modalidade de consórcio para contratar pacotes turísticos nacionais ou internacionais - ou, ainda, cruzeiros em navios luxuosos, para comemorarem o início da vida a dois ou terem as férias dos sonhos.

Outra vantagem é que o consorciado também pode presentear alguém, comprando passagens ou pacotes turísticos completos como um incentivo pela formatura de um filho, ou um cruzeiro para os pais curtirem na aposentadoria.

O crédito obtido em um consórcio de serviços cobre todas essas situações citadas e quaisquer outras que envolvam a aquisição de passagens aéreas ou rodoviárias, de roteiros turísticos guiados, hospedagens e traslados nos destinos, por exemplo.

Reformas e serviços para o lar

No Brasil, essa é uma das opções mais utilizadas pelos contemplados nos consórcios de serviços, segundo a ABAC, são as reformas domésticas e outros reparos no lar.

Obras que pedem a substituição de redes hidráulica e elétrica antigas, a adequação do imóvel à legislação vigente e a mudança ou construção de cômodos são só alguns dos exemplos.

Contudo, também são cobertas por essa categoria algumas atividades extras, como pintura de paredes e tetos, a colocação de gesso, a limpeza de fachadas e janelas de prédios e consertos de telhados e infiltrações. Ainda existe a possibilidade de  utilizar esse tipo de consórcio para a contratação de profissionais como marceneiros, serralheiros, arquitetos, engenheiros e decoradores.

Procedimentos estéticos

Os procedimentos de estética são também bem procurados no uso dos consórcios de serviços. Os mais comuns são as cirurgias plásticas, como a implantação de próteses de silicone nos seios, a moldagem de nariz, orelhas e queixo e as reparações de lesões por acidentes, violência ou doenças.

Entretanto, o consórcio de serviços pode, também, ser utilizado para fazer apliques nos cabelos, peeling facial, limpeza de pele, bronzeamento artificial e mesmo para contratar um pacote de beleza completo para presentear a noiva no dia do casamento

Cuidados com a saúde

Existem outros procedimentos médicos e contratações de profissionais da área da saúde que podem ser cobertos por um consórcio de serviços. Geralmente, são atividades não cobertas pelos planos de saúde, como na área de oftalmologia, odontologia, ortodontia e exames médicos atípicos.

Dessa forma, o consórcio pode se tornar um investimento interessante para o caso de uma intervenção já programada com a intenção de ser utilizada em breve. Fora esses benefícios, é uma alternativa para planejar-se para pagar tratamentos com fisioterapeutas, fonoaudiólogos e psicólogos.

Você também pode utilizar para dar uma qualidade de vida melhor para um idoso sob seus cuidados, contratando serviços de uma empresa especializada.

Educação: cursos e treinamentos

Com o mercado de trabalho cada vez mais competitivo, cursos e treinamentos preparatórios são essenciais para conseguir uma boa colocação. Por esse motivo, é possível usar o consórcio de serviços para pagar por cursos técnicos, profissionalizantes, de atualização ou de idiomas.

E não para por aí, você também pode custear uma pós-graduação, como um MBA (Master of Business Administration), um doutorado ou mestrado. Além de utilizar para viabilizar idas a congressos ou treinamentos com especialistas de seu ramo de atividade.

Como deu para notar, o consórcio de serviços é bem flexível e abrange uma variedade grande de possibilidades para seu uso. Contudo, essa versatilidade é apenas uma de suas vantagens.

E aí? Qual desses é o seu sonho?

Como entrar em um consórcio

A primeira coisa a ser feita é procurar uma administradora de consórcio que seja autorizada pelo Banco Central do Brasil. Depois dessa pequena avaliação, é de extrema importância analisar se ela tem planos disponíveis para o bem ou serviço que você deseja adquirir.

Os planos precisam se adequar ao seu orçamento financeiro durante o tempo de duração do consórcio — leve isso em consideração no momento da contratação, ok? Vale lembrar a importância de estudar todas as cláusulas do contrato de adesão. A com esse documento que se formaliza o ingresso em um grupo, estabelecendo obrigações para todas as partes.

O contrato precisa estar transparente, conter caracteres legíveis e as cláusulas limitadoras de direitos devem ser bem destacadas. Depois de assinar, é importante exigir uma cópia. Observe também, se o contrato de adesão apresenta tudo que é exigido por regulamento, como:

   • descrição do bem ou do serviço e também o valor (com critério de correção do crédito);

   • prazo de duração do plano e o número máximo de consorciados do grupo;

   • fundo de reserva e taxa de administração;

   • condições de pagamento;

   • periodicidade de realização da assembleia geral ordinária;

   • obrigações financeiras do consorciado, obrigações contratuais, além de sanções em caso de descumprimento;

   • direitos do consorciado, como adquirir o bem no fornecedor que escolher, fazer a quitação total de financiamento ou receber o valor do crédito em espécie;

   • garantias para retirada quando a contemplação acontecer;

   • regras e condições de contemplação por lance e por sorteio;

   • cancelamento da contemplação;

   • informação sobre as condições de recebimento da restituição dos valores que foram pagos pelas pessoas que cancelaram sua cota.

Além de todos esses cuidados, é fundamental conhecer quais são as possibilidades de adesão ao grupo. Você pode integrar um consórcio em um grupo que esteja em formação, resumindo: na fase em que a administradora está reunindo a quantidade de interessados para atingir o proposto (contemplação de todos em prazo determinado).

Mas também é possível integrar um grupo que já esteja em andamento, seja a partir de uma cota vaga, diretamente com a administradora de consórcios, ou até mesmo por uma transferência de cota — compra direta de um participante com anuência da administradora, assumindo obrigações e direitos do substituído.

De forma geral, ao escolher bem a administradora e fazer uma boa análise do plano do consórcio, além da integração e do contrato de adesão, você já pode participar e iniciar o caminho para o seu grande sonho.

Entenda com mais detalhes:

Fazer consórcio novo

A maioria dos consorciados preferem fazer a aquisição de cotas de um grupo inicial. Nesse caso, o mais recomendado realmente é entrar quando a administradora ainda está reunindo as pessoas interessadas em comprar o mesmo bem ou serviço, no momento em que nem a primeira assembleia com o grupo ainda foi realizada. Dessa forma, fica mais fácil conseguir informações mais específicas e se organizar melhor para os pagamentos.

Entrar em grupo em andamento

Como já foi mencionado, você pode entrar em um grupo de consórcio já constituído pela administradora, em pleno andamento. Mas, considerando que algumas assembleias já aconteceram, você terá que correr atrás de informações detalhadas envolvendo o processo.

Existem 2 formas de entrada em um grupo já formado: por uma cota vaga ou de reposição e pela cota de um terceiro. A primeira opção é comprada diretamente com a administradora, que se refere a uma cota que ainda não foi vendida e está disponível, ou à cota de algum consorciado que desistiu da aquisição. Nessas situações, é necessário quitar o mesmo número de prestações pagas pelos demais participantes.

Se a questão for transferência, o processo precisa ser autorizado pela administradora. Se tiver interesse nessa adesão, você deve entrar em contato com o interessado na venda da cota e com a administradora responsável, assumindo completamente os direitos e as obrigações contratuais.

Independentemente do jeito que decidir entrar em um grupo de consórcio, é válido consultar o site do Banco Central ou a página da ABAC para verificar quais administradoras são autorizadas a operar e possuem credibilidade no mercado.

Quais são as vantagens de fazer um consórcio?

Demos diversas informações sobre o que é e como funciona um consórcio, mas já conseguiu notar todas as suas vantagens? Nós vamos destacar as principais!

Ausência de cobrança de juros

Com o consórcio você não paga juros. Esse é um dos motivos que essa modalidade de compra tem sido a escolha dos consumidores que desejam fugir das altas taxas praticadas por outras modalidades.

Você paga apenas pela taxa de administração que é cobrada dos consorciados. Mas não precisa se preocupar, pois é totalmente diluída nas prestações durante todo o prazo de pagamento e, claro, é com um valor bem mais atrativo se comparado às taxas dos bancos.

Em outras palavras, o custo final vai ser significativamente menor, assim como o valor das mensalidades.

Variedade de planos e prazos

As administradoras de consórcio têm investido seu dinheiro na variedade de planos e prazos, com o intuito de facilitar o processo para o consorciado quando for escolher o melhor consórcio, de acordo com seu perfil. Sendo assim, é possível definir o valor da carta proporcional ao bem ou serviço pretendido com as parcelas acessíveis e, consequentemente, escolher o melhor prazo para fazer o pagamento das prestações.

Essa versatilidade garante que você consiga planejar a realização do seu sonho, estruturando todos os seus projetos de acordo com suas condições financeiras. No final das contas, não prejudica seu orçamento, além de incentivar o investidor a um consumo responsável.

Menos burocracia

Outro benefício característico dos consórcios é a menor burocracia na compra do bem. Geralmente, não é preciso comprovar renda para conseguir uma cota — o que passa a ser uma excelente oportunidade às pessoas que trabalham de modo informal ou autônomo.

Poder de compra

A carta de crédito que o consorciado recebe equivale à compra de um serviço ou bem à vista. Dessa forma, no momento da compra, o participante tem um poder de negociação muito melhor, conquistando ótimos preços e muitos benefícios.

Baixos custos

Como não é cobrado taxa de juros no consórcio, o valor da mensalidade é bem inferior quando comparado a outras modalidades de crédito convencionais, a exemplo do financiamento. A quota de administração é a única recolhida. Ou seja, o Custo Efetivo Total (CET) do consórcio é consideravelmente menor.

Parcelamento integral

O valor do consórcio é dividido de forma integral pelo número de parcelas preestabelecidas na hora da adesão. O que significa que não existe necessidade de pagar uma entrada em dinheiro. O valor das mensalidades pode ser reajustado durante o período de contrato, com o intuito de manter o poder de compra aos integrantes do grupo. Assim, todos os participantes têm garantia da aquisição no final do consórcio.

Flexibilidade no uso do crédito

Assim que for contemplado, o integrante pode escolher por comprar qualquer bem ou serviço que pertença à categoria do seu grupo, o que não acontece dentro de um investimento em previdência privada, por exemplo, ou financiamento.

Carta de crédito

A carta de crédito nada mais é do que um documento ou um título financeiro entregue ao consorciado, no momento em que sua cota é contemplada. Por meio dela, você pode adquirir o bem ou o serviço desejado, de acordo com o grupo escolhido.

Vamos te lembrar um ponto importante que é: na hora de fazer um consórcio, você entra em um grupo e passa a ser proprietário de uma cota. Essa cota terá um valor específico, relacionado à carta de crédito, que permitirá a compra do bem.

Funciona da seguinte maneira: todos os meses é realizado um sorteio. Os proprietários das cotas que ganham esses sorteios recebem a carta de crédito e, com ela, vão até o local de comercialização do bem ou serviço, escolhem o que desejam e informam a administradora.

A administradora, então, fica responsável por fazer a intermediação e pagar o valor total do bem ou serviço, de acordo com a carta de crédito. Dessa forma, o pagamento do item é feito como na modalidade à vista. O que traz inúmeras vantagens na hora da negociação.

Cuidados na hora de fazer um consórcio

1. Conhecer bem a empresa

Antes de tomar qualquer decisão, é necessário tomar certos cuidados na hora de escolher a administradora do consórcio. Esse é o cuidado fundamental para se certificar de que a empresa está registrada no Banco Central do Brasil.

Como já mencionado, o Banco Central é responsável por fiscalizar todas as atividades das instituições registradas. Esse cuidado vai evitar que você participe de consórcios fraudulentos ou, até mesmo, que nunca existiram.

Fora isso, é necessário verificar também a existência ou a quantidade de reclamações sobre a administradora. É possível realizar essa pesquisa através do site do Procon ou em outros sites que são especializados nesse tipo de serviço. Assim, você ficará mais seguro no momento de escolher com qual administradora vai contratar o seu consórcio.

2. Avaliar a disponibilidade financeira de fazer um consórcio de imóveis

Para conseguir a tão esperada carta de crédito, o consorciado precisa honrar com os seus compromissos financeiros. Por isso, é necessário fazer o pagamento das parcelas sempre em dia.

Essas parcelas contemplam os reajustes anuais, a taxa de administração do serviço e, em alguns casos, um valor destinado a um seguro para cobrir inadimplências ou ao fundo de reserva.

Tenha uma planilha de gastos com todas as informações de ganhos e custos. Caso consiga o suficiente para quitar as mensalidades, você pode assinar o contrato tranquilamente.

Apesar de o consórcio ser animador, é de extrema importância que você não exagere no valor das parcelas. É certo que isso vai impactar no tempo de contrato, no entanto, é melhor do que comprometer o seu orçamento.

O segredo é colocar tudo na ponta do lápis e ter paciência. Fora isso, tendo uma boa organização financeira, será possível pagar as parcelas e ainda criar uma poupança para ofertar um lance. Dessa forma, antes que você imagine, poderá desfrutar da sua carta de crédito para adquirir a sua tão sonhada casa.

3. Saber se consegue esperar até a contemplação

O consórcio não deixa de ser um investimento de longo prazo. Por isso, não existe nenhuma garantia de aquisição do bem de maneira imediata, pois a contemplação acontece por meio do sorteio ou do lance. É normal que apenas um ou dois integrantes sejam agraciados por mês.

Resumindo, não vai adiantar muito entrar em um consórcio de imóveis  com a intenção de sair do aluguel de imediato. Será preciso arcar com as duas despesas ao mesmo tempo. Mas, caso você já tenha uma casa e deseja adquirir outra para locar, essa pode ser uma ótima opção.

Não se deve esquecer de que os grupos de consórcios contam com diversas pessoas que contribuem todos os meses para que um membro seja contemplado com a carta de crédito.

Sendo assim, embora todas as torcidas sejam necessárias, as chances de alguém ser sorteado logo no início são pequenas. Com isso claro, é muito importante que as suas expectativas quanto ao tempo estejam alinhadas com a duração do contrato. O consórcio é uma ótima opção para quem está em um processo de construção de patrimônio.

4. Levar em conta os reajustes

Uma das grandes vantagens, como já dito, sobre os consórcios é que não incidem juros sobre eles — isso significa que eles não possuem os mesmo juros presentes nos empréstimos bancários ou financiamentos, e que costumam pesar bastante no valor das parcelas.

Entretanto, é preciso atentar para o fato de que isso não significa que a sua contribuição como consorciado não vai sofrer nenhum tipo de acréscimo. Até porque, para que o poder de compra da carta de crédito não se perca, é necessário o reajuste anual, de acordo com o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC).

5. Avaliar bem o contrato

É fundamental a análise de todas as cláusulas do contrato antes de fechar o negócio com a administradora.

Tenha certeza de que você entendeu bem quais são os reajustes, a mensalidade, as condições sobre o prazo, além de multas por atraso, entre outras regras. Confira alguns fatores que precisam ser analisados:

   • Dados das partes envolvidas: não se esqueça de que, legalmente, é impossível cobrar algo de uma empresa se não há como provar que tem um negócio com ela. Portanto, verifique se a administradora dispõe de todas as informações legais, como CNPJ, endereço e formas de contrato;

   • Formas de contemplação: sorteio ou lance. Para que elas tenham validade, é preciso que constem no contrato de adesão. Sendo assim, não deixe de verificar se as formas de contemplação estão presentes no contrato;

   • Formas de pagamento: o pagamento do lance pode ser realizado com recursos do participante ou descontando o valor da carta de crédito, também conhecido como lance embutido. Informações como essa devem constar no contrato;

   • Cláusulas relacionadas à inadimplência: quando as parcelas estão atrasadas, o consorciado perde o direito de participar das assembleias. É necessário analisar no contrato quais são as medidas tomadas em relação aos inadimplentes;

   • Descrição do bem ou serviço: um ponto muito óbvio, mas que pode muito bem trazer problemas no futuro. Ou seja, observe com atenção como está descrito, no contrato, o bem, com o qual você será contemplado.

6. Verificar a possibilidade de dar um bom lance

Para que você não tenha que contar apenas com a sorte, é válido analisar se existe a possibilidade de “apressar” o recebimento da sua casa, ou seja, se possui as condições financeiras para dar bons lances. Essa é uma excelente opção para quem possui um valor em dinheiro que está na reserva, pois pode ser utilizado para esse fim.

Se este for o seu caso, é indicado que se faça uma pesquisa para saber se a quantia que você tem é o suficiente para um lance vencedor. Lembre-se: é possível ter R$ 20 mil, mas caso a média dos lances esteja em R$ 40 mil, não será possível disputar pela carta de crédito.

Nunca se esqueça de que contratar um consórcio é se comprometer com uma dívida por  anos. Sendo assim, é indispensável que se mantenha uma gestão bastante rígida de organização financeira, visando disponibilizar, todos os meses, determinada parte dos rendimentos para a compra da casa.

Mantenha os seus gastos sob controle e projete as suas perspectivas financeiras para todo o período da participação.

Agora sim! Aqui concluímos o Guia Definitivo sobre Consórcio. O que achou destas dicas? Ficou interessado e quer investir em um consórcio? Então, faça uma simulação agora mesmo e saiba mais sobre nossos serviços!

Simulação Consórcio