Planejamento financeiro para iniciantes: os primeiros passos

Planejamento financeiro para iniciantes: os primeiros passos

Um dos maiores desafios dos brasileiros é dar início ao seu planejamento financeiro. Ele é essencial para quem deseja fazer melhor uso do dinheiro e, assim, conseguir ampliar seu patrimônio e garantir uma vida confortável para a família e uma boa tranquilidade para a aposentadoria.

De fato, o brasileiro tem muita dificuldade de guardar dinheiro. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) identificou que 67% dos brasileiros acima de 16 anos não conseguem guardar nada do dinheiro que ganham mensalmente.

Trata-se de um problema que atinge todas as classes sociais, principalmente os mais pobres. Dos brasileiros das classes C, D e E, mais de 70% não conseguem poupar. Entre os principais motivos apontados estão a baixa renda das classes mais afetadas e os imprevistos financeiros que acontecem, seja com cartão de crédito, com dívidas atrasadas, entre outros fatores.

Por mais que o dinheiro seja um fator importante para o seu planejamento financeiro, o que realmente caracteriza o sucesso dessa empreitada é o comportamento. O que você prioriza na sua vida? Será que você realmente está se esforçando para comprar aquela casa ou carro que tanto deseja?

Isso é parte de um processo longo, mas que pode ser duradouro. Quando você consegue criar o hábito de poupar, e usar o dinheiro da maneira correta, é possível investir em grandes conquistas. Quer saber como? Acompanhe o nosso post.

Como criar o hábito de guardar dinheiro?

Diferente do que muitos imaginam, o hábito de guardar dinheiro não é um talento nato. É preciso que você comece a encarar o seu dinheiro de uma forma diferente. Portanto, trata-se de um processo, em que vai se evoluindo aos poucos e requer paciência.

A primeira coisa a ser feita é reconhecer que você precisa mudar de hábitos. Isso nem sempre é fácil: exige que você olhe para trás e se depare novamente com gastos que você muito provavelmente tenha se arrependido.

Nessa etapa, é importante lembrar: o que foi feito está feito. É hora de seguir adiante. Portanto, ao lembrar de gastos passados, mantenha o olhar crítico: o que poderia ter feito com esse montante? Será que, com ele, não seria possível realizar o sonho que sempre quis?

Diante dessas perguntas, você pode começar a estruturar como ajustar o seu padrão de vida. E isso é mais fácil do que se pensa!

Antes de tudo, veja quanto você gasta por mês. Em um cálculo simples, o valor é mais do que você ganha mensalmente?

Se as dívidas ultrapassam seus rendimentos, é hora de tomar uma atitude e diminuir o quanto antes esses gastos. E, mesmo que ainda tenha um dinheiro de sobra, será que você está fazendo bom uso dele?

Um novo padrão de vida

Diante da sua situação financeira, é preciso pensar em como ajustar o seu padrão de vida. Dê uma boa olhada nos seus gastos e veja o que pode ser cortado.

Por exemplo, se você tem TV a cabo em casa, será que precisa pagar pelo pacote atual? Pode pensar em diminuir ou até mesmo ficar apenas com a TV aberta. Vale o mesmo para telefone e demais pacotes de assinatura.

Só tenha o cuidado de não fazer cortes muito radicais, para não prejudicar seu bem-estar. Por exemplo, se você trabalha home office, provavelmente precisa de uma internet com conexão rápida. Nesse caso, opte por cortar de outra fonte.

Você pode começar analisando a sua fatura de cartão de crédito. O que faz você gastar um valor tão elevado por mês? Se você costuma sair pelo menos duas vezes por semana para jantar fora, por exemplo, reduza a frequência. E, se gasta um valor muito elevado no supermercado, considere o consumo de produtos mais baratos e de qualidade equivalente.

Envolva a família

Esses ajustes podem levar um tempo até que finalmente você consiga se acostumar. O importante é ser persistente e fazer o possível para que sobre dinheiro no final do mês.

Quanto a isso, o envolvimento da família é essencial. Converse sobre a situação com todos: reitere a importância de guardar dinheiro, sempre com o objetivo de beneficiar a todos os integrantes. Com isso, você consegue criar um senso de responsabilidade em todos: filhos, marido, esposa, quando todos colaboram para o planejamento financeiro, todos aprendem mais e conseguem atingir os objetivos com mais agilidade.

Economize de forma inteligente

Agora que você identificou o que tem feito com que o orçamento estoure, entenda como economizar da melhor maneira.

O importante é que, nesse processo, você consiga ter um padrão de vida que atenda às suas necessidades e às necessidades da sua família.

Uma boa forma é pesquisar bem os preços: será que o supermercado que você visita regularmente tem os melhores preços para tudo que vai comprar? Fique de olho nas promoções, mas tome cuidado para não cair na armadilha de querer comprar itens desnecessários só porque estão na promoção. Antes de fazer uma compra, anote tudo o que precisa e tome cuidado para não comprar coisas que realmente não precisa.

Cuidado com os impulsos

Muitas pessoas acabam extrapolando nos gastos por conta de alguns impulsos. A melhor forma de evitá-los é entender quais são os gatilhos que te levam a gastar mais: sair com os amigos, ir ao shopping, encontrar os familiares?

O que você precisa tirar da sua cabeça é que o planejamento financeiro não representa uma vida de total restrição com o seu dinheiro. É preciso encontrar o equilíbrio e, na medida do possível, evitar ou diminuir drasticamente os gatilhos que levam ao impulso com os gastos.

Crie o hábito de poupar

Mudar de hábito nem sempre é algo simples. Exige muito esforço e foco no que realmente se deseja. Uma boa forma de se manter firme é estipular um valor mínimo para guardar mensalmente.

Você pode começar com pouco. O importante é começar. Se os seus gastos estão ultrapassando os seus rendimentos, você precisa diminuir os gastos. E, se possui dívidas, entre em contato para tentar algum tipo de negociação, de forma que se ajuste aos seus rendimentos mensais.

Não se culpe se, passado um mês, não conseguir guardar dinheiro. É importante comemorar pequenas mudanças; se conseguiu zerar as dívidas e deixar tudo no controle, bom, você já está no caminho certo!

Se, depois de todo o esforço, conseguir guardar dinheiro no fim do mês, aproveite para manter o mesmo ritmo. Continue economizando para repetir o sucesso nos meses seguintes. Uma boa prática é ir anotando tudo o que costuma gastar, mesmo que sejam pequenos gastos supérfluos. Assim, você saberá de que forma seu dinheiro está sendo utilizado.

Onde posso guardar o meu dinheiro?

Nos últimos anos, o Brasil tem passado por uma nova realidade em relação às finanças. Com a taxa de juros básica em baixos índices, na casa dos 2% a 4%, os tipos de investimento em renda fixa têm gerado retornos menores.

E, de todos eles, a poupança tem sido a mais prejudicada. Embora a poupança seja uma forma conhecida e segura de manter o seu dinheiro, porque pode ser resgatada sempre que o correntista desejar, seu rendimento é baixíssimo. Por isso mesmo, os especialistas dizem que deixar dinheiro na poupança acaba sendo um desperdício.

Por isso, considere outros produtos de renda fixa para manter o seu dinheiro. Deixar na conta corrente pode representar um risco: afinal, você pode gastá-lo, e aí os esforços terão sido em vão, sem falar que não rende nada.

Procure saber mais sobre aplicações que permitam o resgate imediato, como CDBs ou Tesouro Direto. Quanto a isso, você pode recorrer a produtos financeiros que já têm rendimento da CDI e que permitem o resgate imediato.

Como você está começando a guardar dinheiro, é importante ter a possibilidade do rápido resgate. Isso permite que você possa focar em guardar a sua reserva de emergência, a primeira e mais importante etapa de um bom planejamento financeiro.

Como montar a reserva de emergência

A reserva de emergência é um valor de segurança para momentos difíceis. Atualmente, muitos trabalhadores passam dificuldades para lidar com a pandemia da Covid-19, que minou milhões de empregos em todo o mundo.

Em situações assim, uma reserva de emergência pode dar um bom respiro para a família, enquanto se procura novas oportunidades de colocar dinheiro corrente no orçamento mensal.

O cálculo de uma reserva de emergência é bem simples: primeiro, identifique quanto a sua família precisa, por mês, para pagar por todas as dívidas principais, além de gastos correntes. Então, multiplique este valor por 6, para que consiga ter um valor significativo para manter as contas em dia em situações emergenciais.

Lembrando que a ideia da reserva de emergência é que seja acionável apenas em momentos muito específicos. Mantenha essa mentalidade, para que consiga montar a sua reserva.

Mas, antes de completar a reserva, significa que não posso usar o dinheiro de outras formas? Calma que vamos explicar as alternativas.

Começando a investir

Para avançar no passo do endividamento ao hábito de poupar, é preciso ter muito foco e seguir o seu planejamento. Pode acontecer alguns deslizes, como gastar um pouco a mais em determinada situação. Não fique mal quando isso acontecer. Quando se deparar com um momento em que não tenha conseguido juntar o valor que desejava, mantenha o foco para os meses seguintes.

Como já dissemos, trata-se de uma jornada. E, para que você consiga realmente investir, é essencial estabelecer um objetivo maior.

Por exemplo, o que você deseja fazer com o dinheiro que vai juntar: pagar pela faculdade dos filhos? Comprar uma casa maior e mais espaçosa? Sair do aluguel? Ou garantir uma renda extra com o segundo imóvel?

Quando se estabelece um objetivo maior, você tem maior motivação para iniciar seus investimentos.

A partir do momento que você consegue dar início à sua reserva financeira, o próximo passo é entender como o dinheiro pode ajudar você e sua família a atingir os objetivos. Isso não significa que todo o dinheiro que você pegar deva ser aplicado a esses objetivos; se você preza pela segurança de toda a sua família, pode ampliar seu patrimônio e já se preparar para a aposentadoria.

Como definir seus objetivos

Nessa etapa, converse com todas as pessoas da família para entender quais são os principais objetivos. É importante anotar, seja com caneta e papel ou mesmo em uma planilha.

Uma dica é separar esses objetivos por horizontes: o que deseja conquistar em um período de um ano? E de 5 anos? Você pode ir aumentando esses ciclos até chegar à aposentadoria, por exemplo.

Ao pensar em objetivos, não se restrinja ao aspecto financeiro. Você pode listar diferentes objetivos, como:

   • Ter um filho

   • Sair do aluguel e comprar uma casa

   • Comprar ou trocar de carro

   • Preparar uma viagem com toda a família

   • Pagar pela faculdade do filho mais velho

Observe que todos os objetivos citados impactam todos os integrantes da família. Essa lista pode ser do tamanho que você desejar. O importante, depois da listagem, é definir em conjunto o que é mais importante, para direcionar os esforços rumo a novas conquistas.

Procure por novas formas de investir

Antes de começar a investir, é importante já ter montado a sua reserva de emergência. Porém, enquanto destina o valor para essa finalidade, você já pode dar os primeiros passos para começar a diversificar os seus investimentos.

Pode parecer complicado, mas começar a jornada de investidor é um processo educativo. Você começa aos poucos, vai se interessando pelo tema e, quando vê, já tem bagagem o suficiente para montar o seu próprio portfólio de investimentos.

Quanto a isso, é preciso ter paciência. Você pode começar com pouco. Uma boa introdução é pela renda fixa, que é o tipo de investimento em que, na maioria das vezes, há um retorno garantido e baixo risco.

Entre produtos de renda fixa estão a poupança, cada vez mais desestimulada por conta do baixo índice e taxas de juros, e aplicações em CDB e Tesouro Direto. A principal diferença entre os produtos de renda fixa estão nos períodos de resgate: quanto maior o prazo para resgatar um produto, maior a chance do seu dinheiro render mais.

Além disso, você também pode usar o seu dinheiro para investir em um bem. Quanto a isso, o consórcio é a melhor opção, já que você não paga valor de entrada ou juros. É você que define o valor das mensalidades, sempre de acordo com os seus rendimentos mensais, e pode ser sorteado ou fazer a oferta de um lance para ter acesso à carta de crédito de forma antecipada.

Como a carta de crédito dá poder de compra à vista, você tem uma boa margem de negociação na compra de um bem de alto valor, como carro, casa ou apartamento, e até em diferentes serviços, como viagens, estética, reforma do lar, festas, intercâmbio, entre muitos outros.

Como identificar a melhor maneira de investir

Se, além de guardar dinheiro para a reserva, você pretende direcionar parte do seu dinheiro para outras finalidades - que seja para aumentar o patrimônio e garantir a segurança da família, por exemplo - considere formas de diversificar seu investimento.

Existem corretoras que oferecem diferentes tipos de produtos para que você possa investir.

Antes de começar a operar com o seu dinheiro, elas aplicam um teste para entender qual  seu perfil de investidor. Dessa forma, elas conseguem indicar quais seriam os produtos mais adequados para você investir da melhor forma.

Existem três tipos diferentes de investidores:

Perfil conservador

É o tipo de pessoa que preza mais pela segurança. Tem receio de perder dinheiro e opta pela estabilidade.

Quando as corretoras identificam esse tipo de perfil, sugerem a aplicação em renda fixa. Com menos de R$500, por exemplo, é possível comprar títulos do Tesouro Direto ou outras opções que contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), como CDB, LCI e LCA.

Isso garante ao investidor o retorno de até R$ 250 mil de seus investimentos, caso o banco venha à falência.

Perfil moderado

Este é o perfil que opta por diversificar. Além de garantir parte de seu patrimônio em renda fixa, alguns investidores moderados começam a arriscar parte de seu dinheiro na renda variável.

Analistas financeiros recomendam que os moderados tenham de 10% a 40% de seu patrimônio em ativos da bolsa de valores, principalmente para ir aprendendo a investir.

Perfil arrojado

É o tipo de investidor que tem alta tolerância aos riscos. Sabe muito bem das oscilações do mercado e também utiliza parte de seu patrimônio para obter maior proporção de papéis, como ações, opções e câmbio.

Mesmo perfis mais arrojados sabem da importância da diversificação. Só que eles utilizam seu conhecimento de mercado para separar papéis em empresas com maior previsibilidade e outras mais arrojadas, para obterem fatia maior de lucro.

Aprenda a diversificar os seus investimentos

Como dissemos, é aos poucos que você vai aprendendo como direcionar melhor os seus investimentos. Tudo começa com a reserva de emergência, que vai garantir que você e sua família tenham uma boa camada de proteção em momentos difíceis. Ao manter o hábito de poupar, você pode continuar guardando o dinheiro de diferentes formas.

Para quem está começando na jornada de investir, o ideal é começar pela renda fixa. Também é importante, nesse período, já pensar na aposentadoria: você pode adquirir produtos de investimento a longo prazo, para resgatar quando estiver mais velho, e ir direcionando o dinheiro para lá.

Mesmo que você trabalhe CLT e consiga garantir o dinheiro da aposentadoria por tempo de contribuição, é importante garantir uma renda complementar, para que possa curtir a velhice com segurança.

Ao garantir a reserva financeira e direcionar um percentual para a sua aposentadoria, o próximo passo é pensar em como diversificar os seus investimentos.

Se você já avaliou os produtos de renda fixa, mas deseja ter maior rentabilidade e, por conta disso, consideraria arriscar um pouco mais, uma boa forma é considerar o mercado de ações.

Para isso, é preciso ter uma conta em uma corretora e acompanhar os índices da B3, a principal bolsa de valores do Brasil. Você pode começar com pouco - com R$ 100 já é possível comprar ações fracionárias - para ir sentindo o mercado. Aos poucos, você pode ir aumentando o valor e investir em empresas em que realmente acredita.

Antes de entrar no mercado de ações, é importante investir em conhecimento. Em 2020, muitos investidores pessoa física entraram no mercado de ações, com o objetivo de ter maior rentabilidade. Porém, muitos acabam caindo no erro de adotar atalhos na tentativa de maximizar os lucros: o ideal é começar aos poucos, acompanhar as empresas em que deseja investir, ler as recomendações de corretoras e investidores experientes para, então, investir aos poucos.

Se você se empenhar, em pouco tempo começará a aumentar o valor para a renda variável. O importante é que, para essa finalidade, você não utilize todo o seu patrimônio. Comece com um percentual baixo, de 5%, e aumente à medida que for adquirindo mais experiência. O ideal é não ter mais que 30% do seu patrimônio em renda variável, para não correr o risco de perder tudo em alguma operação de alto risco ou ser impactado diante de uma grande crise econômica que afete as bolsas de todo o mundo.

Equilíbrio é tudo para um planejamento financeiro de sucesso

Para que você consiga ter um bom planejamento financeiro, é importante quitar todas as suas dívidas o mais rápido possível para, então, começar a juntar dinheiro.

Ter um objetivo grande em mente é um motivador importante. Porém, mantenha o equilíbrio: ao mesmo tempo que você precisa juntar dinheiro para reserva, aposentadoria e demais investimentos, se organize para a conquista dos objetivos que listou junto aos familiares.

Quando todos estão envolvidos no planejamento financeiro, cria-se um senso de responsabilidade compartilhada com o uso do dinheiro. Assim fica muito mais fácil evitar recaídas e manter-se focado com o propósito de aumentar o patrimônio e garantir a segurança financeira para todos.

Agora que você já conhece os primeiros passos para começar a fazer melhor uso do dinheiro, saiba mais como funcionam os investimentos de alto risco.

No seu planejamento financeiro você pode considerar um consórcio. Faça uma simulação e veja com mais detalhes.
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