Guia completo para suas finanças pessoais

Guia completo para suas finanças pessoais

Ter controle das finanças pessoais é um dos maiores desafios na vida de um brasileiro. Existem diversos fatores externos que pesam bastante, como o fato de estarmos em uma crise financeira pelo menos desde 2015, além da alta da inflação e da taxa básica de juros, a Selic, que compromete bastante a tomada de empréstimo.

E não podemos esquecer que, desde 2020, o mundo inteiro passou pela pandemia de Covid-19, que afetou a grande maioria dos setores, como comércio, turismo, varejo, entre muitos outros, levando milhões de pessoas à diminuição de renda e ao desemprego.

Diante dessa realidade, muitas pessoas perceberam que ter as finanças pessoais bem organizadas é mais do que uma necessidade; é uma segurança essencial para lidar com momentos difíceis.

Infelizmente, esse é um problema que precisa ser resolvido lá do começo, quando se fala de educação financeira. Uma pesquisa realizada pelo Ibope em 2020 revelou que apenas 21% das pessoas tiveram educação financeira até os 12 anos de idade. Por mais que não seja um número considerado tão ruim, a coisa se agrava com os dados complementares: deste percentual, 45% não compartilham o conhecimento para lidar com as contas de casa ou até mesmo para os filhos.

A boa notícia é que as pessoas estão se mostrando mais interessadas em conteúdos e práticas de educação financeira. De acordo com pesquisa recente do Instituto Locomotiva, em parceria com o Google, cerca de 40% dos brasileiros passaram a pesquisar mais sobre o assunto educação financeira após a pandemia.

Isso porque a pandemia foi muito dura para os brasileiros, em geral. Para se ter uma ideia, uma pesquisa da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), com apoio do Datafolha, revelou que 62% dos brasileiros enfrentaram esse período difícil sem nem ao menos uma reserva de emergência guardada.

Ter as finanças pessoais organizadas ajuda a lidar com as adversidades, dá mais segurança e até mesmo a ter uma vida mais plena e pacífica. Para que você consiga proporcionar isso para você e sua família, confira nosso passo a passo a seguir.

Defina seus objetivos com sua família

Todo mundo vive falando da importância de se ter dinheiro guardado, mas todos nós precisamos de uma motivação.

Para que precisamos do dinheiro guardado? Como chegamos a determinadas conclusões?

Antes mesmo de iniciar o seu passo de organização financeira, é preciso sentar com todos os integrantes da família e definir o que é importante, pensando a curto, médio e longo prazo.

Uma dica é separar esses objetivos por horizontes: o que deseja conquistar em um período de um ano? E de 5 anos? Você pode ir aumentando esses ciclos até chegar à aposentadoria, por exemplo.

Não precisa começar com muito: pode ser em uma folha ou um caderno. O ideal, porém, é que esses objetivos fiquem bem claros para todos os integrantes. Uma boa dica é imprimir esses objetivos e torná-los visíveis, para que você e sua família sempre se lembrem de manterem suas finanças dedicadas à realização desses objetivos.

Ao pensar em objetivos, não se restrinja ao aspecto financeiro. Você pode listar diferentes objetivos, como:

  • Ter um filho

  • Sair do aluguel e comprar uma casa

  • Comprar ou trocar de carro

  • Preparar uma viagem com toda a família

  • Pagar pela faculdade do filho mais velho

Observe que todos os objetivos citados impactam todos os integrantes da família. Essa lista pode ser do tamanho que você desejar. O importante, depois da listagem, é definir em conjunto o que é mais importante, para direcionar os esforços rumo a novas conquistas.

Por que organizar as finanças pessoais?

Com um orçamento pessoal, você tem maior previsibilidade de como pode se empenhar para ter grandes conquistas.

Isso traz diversos benefícios para a sua vida financeira. Além de ter plena ciência de como o seu dinheiro está sendo gasto, com o orçamento pessoal bem montado você pode estipular quando deseja comprar aquele carro que sempre quis, a compra de itens importantes para o seu dia a dia ou até mesmo o aumento do seu patrimônio.

Quando se tem um acompanhamento dos seus gastos, fica mais fácil:

  • Entender onde você precisa economizar mais, para chegar aos seus objetivos;

  • Separar seus gastos por categorias, para que consiga ter uma visão de onde precisa investir mais ou economizar mais, em busca de melhor equilíbrio e saúde financeira;

  • Anotar os gastos de forma fácil e prática, para que sempre tenha uma visão de seus rendimentos e despesas;

  • Evitar que você gaste mais do que ganha;

  • Sempre se planejar para que, no fim do mês, sobre mais dinheiro;

  • Aumentar sua capacidade de conquistar objetivos importantes na vida.

Dependemos do dinheiro para fazer muitas coisas em nossas vidas. Portanto, quanto maior o controle de tudo o que temos à disposição, maiores são as chances de investirmos em grandes conquistas e ter uma vida mais próspera.

Como organizar as finanças pessoais

A planilha é a melhor ferramenta para criação e controle do seu orçamento pessoal.

Cada indivíduo tem sua maneira de lidar com o dinheiro. Mas, será que você realmente sabe dizer se está conseguindo fazer uso dos seus rendimentos da melhor maneira possível? Certamente a planilha de gastos vai te orientar para a melhor forma de economizar e conquistar seus objetivos.

Para começar, tenha em mente o quanto você recebe mensalmente. Caso você tenha uma família, vale a pena listar o salário de todas essas pessoas de casa que contribuem para formar o rendimento mensal.

Depois disso, é preciso começar a listar tudo aquilo que se gasta. Caso esteja começando agora com a sua planilha, aproveite para resgatar todos os seus gastos dentro do mês corrente: dos fixos, como água e luz, até os mais supérfluos, como o café que se toma na padaria antes de ir ao trabalho, por exemplo.

Se tiver algumas dívidas que precisam ser pagas, o seu orçamento pessoal também deve contemplá-las. Uma boa forma de lidar melhor com todas elas é determinar um prazo para a conclusão do pagamento.

Afinal, somente com as dívidas pagas você conseguirá espaço para montar a sua reserva de emergência e se organizar para os seus próximos investimentos (ainda neste post iremos falar mais detalhes sobre a reserva de emergência, continue a leitura).

Formas de dividir o seu orçamento

Para que você possa se organizar melhor montando seu orçamento pessoal, é importante ter a separação por categorias, como:

Despesas fixas

São as despesas que são inevitáveis e devem ser pagas obrigatoriamente todos os meses. Nessa categoria, você pode incluir água, luz, gás, aluguel, ou seja, tudo aquilo que é responsável para que você mantenha o seu teto e tenha condições mínimas para viver.

Despesas variáveis

São aquelas despesas que temos ao longo do mês, mas que não necessariamente são obrigatórias. Sabe aquele cafezinho que tomamos antes de iniciar a jornada no trabalho? Ou aquelas saídas aos fins de semana para o lazer? Enfim, são esses tipos de gastos.

Muitos desses gastos passam despercebidos pelas pessoas, principalmente quando utilizam demais os cartões de crédito. A melhor forma de ter uma visão completa dos seus gastos é discriminando todas as suas despesas variáveis: da assinatura de jogos online, por exemplo, à balada do fim de semana com os amigos. Não deixe escapar nada.

Se você identificar que as despesas variáveis estão consumindo mais dos seus rendimentos do que gostaria, está na hora de cortar algumas coisas.

Na grande maioria das vezes, as pessoas querem cortá-los em sua totalidade. Tome cuidado com isso, afinal, divertir-se também é algo importante em nossas vidas. Só não deixe que gastos com lazer ocupem um espaço maior do que deveria dos seus rendimentos mensais.

A partir do próximo passo, iremos orientar como lidar com o seu dinheiro e as suas finanças pessoais.

Entenda como está a sua situação atual

A partir do momento que você determina os objetivos que precisa cumprir, fica mais fácil entender como se organizar. Mas, antes disso, é preciso entender que se trata de um processo.

A primeira coisa a ser feita é entender como está a sua situação financeira. Sabemos que lidar com a magnitude dos gastos é complicado, ainda mais quando você tem ciência de que poderia ter feito diferente.

Porém, não deixe que isso te desanime. Faça os cálculos de como está a sua situação financeira atual e, principalmente, não deixe de pagar as dívidas que possa ter contraído.

A melhor forma de fazer isso é encarando o problema de frente. Se você utiliza uma planilha financeira, fica mais fácil organizar as suas finanças.

O mais importante de tudo é ter visibilidade dos seus gastos. Se você gasta mais do que ganha, por exemplo, precisa traçar um plano de ação para que suas finanças pessoais fiquem mais organizadas.

Antes de qualquer tomada de decisão, veja o quanto você realmente deve. Assim que tiver tudo isso registrado - e não esqueça de incluir qualquer gasto que seja - converse com todos os integrantes da família para que, juntos, consigam se organizar da melhor forma para pagar o que deve, sem recorrer a qualquer tipo de empréstimo ou uso do cheque especial. É essencial evitar qualquer ação repentina, para que a família não se comprometa ainda com mais dívidas.

Mas, vamos voltar ao começo: como fazer para se organizar de forma efetiva? Continue a leitura do nosso artigo.

Mantenha controle de suas finanças

Embora seja uma etapa previsível, o fato é que manter as finanças sob controle pode ser uma tarefa mais difícil do que se imagina.

Para se ter uma ideia, uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostrou que o endividamento das famílias brasileiras chegou a 73% no segundo semestre de 2021. Esse fato, por si só, mostra que o brasileiro precisa de mais organização e cautela na hora de utilizar o seu dinheiro.

Para que você consiga ter um bom controle de suas finanças pessoais, o mais indicado é ficar atento à subida de preços. Se isso afetar demais o seu orçamento, considere rever algumas escolhas. Por exemplo, será que vale a pena comprar por uma marca mais cara, quando é possível selecionar uma mais em conta e, assim, economizar um pouco mais?

Antes mesmo de sair para as compras, dê uma boa pesquisada no preço geral das coisas. Você pode utilizar alguns aplicativos para ajudar com isso, como comparadores de preços de supermercado ou até mesmo uma planilha para registrar os valores das compras que costuma fazer.

Além de ficar atento às compras do dia a dia, o que realmente importa nessa etapa é garantir que o valor que você ganha mensalmente seja o suficiente para o pagamento de todas as suas dívidas correntes.

Uma vez que você consegue estabelecer este controle, fica mais fácil se organizar para guardar o dinheiro que sobra.

Se essa ainda não for a sua realidade, reveja alguns de seus hábitos. Você pode cortar o celular pós-pago e adquirir um plano pré-pago, para utilizar apenas quando necessário. Outra opção é cortar a TV a cabo ou até mesmo os serviços de streaming. Se for o caso, considere reduzir o seu pacote de internet.

Por mais que sejam práticas dolorosas, veja o que é mais importante para você e sua família neste momento. Se você trabalha em formato home office, diminuir o pacote de internet pode não ser o mais recomendado, uma vez que você precisa desse recurso para conectar-se e realizar suas tarefas. E, se tem muitas pessoas que costumam assistir TV, considere ter ao menos um pacote básico.

Sair cortando tudo nem sempre é a melhor medida, porque pode gerar uma imensa frustração em todos os envolvidos. Mas, se conseguir cortar algumas coisas e ver na prática a economia, já está seguindo um ótimo caminho.

Conte com a ajuda de uma planilha

A melhor forma de controlar todos os seus investimentos e gastos é por meio de uma planilha. E, para manter as finanças sob controle, é essencial que você tenha o hábito de sempre registrar tudo o que faz, para tomar melhores decisões financeiras.

Anote tudo: do cafezinho que toma na padaria da esquina aos seus gastos com cartão de crédito. Se ainda não tem uma planilha, não tenha medo de começar pequeno. É possível iniciar listando os seus gastos recorrentes, como pagamento de aluguel, compras de casa, luz, água, internet, entre outros. Aos poucos, você pode categorizar da forma que faz mais sentido para você.

Embora existam formas de automatizar a listagem de seus gastos, como aplicativos financeiros, os especialistas recomendam o uso da planilha, para que o consumidor tenha ciência do quanto está gastando e insira as anotações manualmente.

Ter uma planilha é um passo bem importante. Só que, mais importante que isso é a constante atualização de tudo o que você gasta. Se ficar muito difícil entrar diariamente em sua planilha para atualizar seus gastos, coloque pelo menos uma rotina de entrar uma ou duas vezes por semana, batendo todos esses gastos. Dessa forma, você consegue estabelecer um controle rígido e diminui os riscos de cair na tentação de compras por impulso.

E, claro, não deixe de compartilhar a planilha com as pessoas que tomam decisões financeiras em sua casa. Inclusive, é recomendado que você mostre aos seus filhos, para que comecem a ter noção dos gastos correntes de casa.

Organize-se para pagar tudo o que deve

Claro que pagar tudo o que deve é a regra máxima quando se fala de finanças pessoais. Mas, antes disso, é preciso que você dê um passo antes: será que você realmente sabe quais são todas as suas dívidas?

Mesmo as pessoas que controlam tudo na ponta do lápis podem ser surpreendidas com alguma conta que aparece ‘do nada’. Pode ser aquele valor rotativo do cartão que você não colocou em sua planilha, o valor a mais que o banco cobra por uma taxa de serviços que você nem sabia que tinha à disposição ou até mesmo aquela conta que você deixou de registrar na sua planilha por ter saído no final de semana.

A vantagem de manter a rotina de sempre atualizar a sua planilha é que esses imprevistos acontecem com menor frequência. Ainda assim, algumas coisas podem sair do seu controle. Só tome cuidado para que isso não aconteça frequentemente, porque isso compromete o seu planejamento financeiro.

E, quando se tem uma dívida em aberto, vale mais a pena se organizar para pagá-la do que deixá-la à própria sorte. Muitas vezes, uma dívida em aberto gera mais juros para a dívida do que o juros a seu favor ao manter seu dinheiro guardado.

Caso tenha uma avalanche de dívidas, você precisa priorizar a que compromete mais o seu orçamento.

Muitas delas podem ser renegociadas. Só que, para isso, você precisa ter ciência de que seu nome pode ficar negativado por um tempo, até que as instituições financeiras deem boas opções para pagamento.

Caso você queira resolver essa situação o mais depressa possível, precisa entrar em contato com a instituição em que deve e verificar a melhor forma de parcelamento. A partir do momento que você paga a primeira mensalidade, seu nome sai da lista de inadimplentes dos órgãos de proteção ao crédito (como SPC e Serasa).

Mas, antes mesmo de começar a pagá-las, veja qual está gerando mais prejuízo. Geralmente dívidas de cartão de crédito ou de cheque especial são as mais danosas, com juros que ultrapassam os 150% ao ano. Se for o seu caso, veja com o banco como negociar o melhor pagamento, considerando um tipo de parcelamento que caiba em seu orçamento. A partir do momento que você entrar em negociação, mantenha-se comprometido com o pagamento. A cada renegociação, os juros compostos se tornam ainda maiores, e você sai com um prejuízo ainda maior. Portanto, encare cada uma dessas dívidas e pague o quanto antes, para que você consiga se livrar com antecedência.

Quanto às demais dívidas, deixe para resolver aos poucos. Caso consiga guardar dinheiro para quitar a dívida de uma vez, melhor. Claro que existe o risco de sujar o nome por um determinado período. Para evitar esse risco, você pode parcelar o quanto antes e ir se organizando com o pagamento.

Com paciência e muito planejamento, você pode dividir o pagamento das dívidas com as suas despesas mensais e, assim, se organizar para, o quanto antes, ficar livre para investir no que realmente deseja.

Corte os gastos supérfluos

Pode parecer fácil, mas cortar gastos é uma tarefa que exige muita disciplina e dedicação. Quando ganhamos um salário maior, temos o mau costume de gastar cada vez mais. Isso é algo que impede que o brasileiro consiga avançar quando o assunto é educação financeira.

O maior problema disso está no fator emocional que atribuímos ao dinheiro. Quando se tem um rendimento maior, as pessoas podem encontrar novas necessidades a suprir. Para isso, podem se apegar a conceitos equivocados, como ter, acima de tudo, a condição de comprar aquilo que nunca teve.

Enquanto seres humanos, estamos sujeitos a alguns desses deslizes. Não é comum o hábito de sair para comemorar quando se tem uma promoção (o que, por si só, já representa um gasto adicional)? Ou até mesmo traçar novos planos por conta do valor a mais que vai entrar no mês - mesmo quando se tem algumas dívidas em aberto que ainda não foram resolvidas?

O vaivém financeiro, infelizmente, pode nos levar a decisões ruins. E, assim, acabamos assumindo alguns gastos que não tínhamos antes, a maioria deles supérfluos.

Antes de tudo, você e sua família precisam se blindar desses momentos repentinos de extravagância quando houver algum tipo de promoção. Sair para comemorar? Claro, é sempre importante celebrar as nossas conquistas! Porém, priorize o pagamento de tudo o que se deve e mantenham-se focados no que realmente é importante.

Que tal encarar esse novo fato como uma oportunidade de juntar mais dinheiro? Ou até mesmo de aumentar o valor da reserva de emergência (que iremos explicar adiante)?

Mas, e quando os gastos supérfluos já fazem parte do dia a dia, como cortar?

O primeiro passo é identificá-los. Com a ajuda da sua planilha, você pode ter uma boa noção do que realmente está comprometendo o orçamento familiar. Se a fatura do cartão de crédito estiver muito pesada, analise cada gasto que compõe a fatura. Idas a shoppings, restaurantes ou o excesso de saídas aos fins de semana podem ser algumas das coisas que podem ser cortadas.

Claro que o lazer é extremamente importante, mas fique atento para que esse tipo de gasto não seja maior do que deveria. Isso vai exigir mudança de comportamento: em vez de sair todos os fins de semana, por que não sair a cada 15 dias? Se a família tem o costume de pedir pizza toda sexta-feira, que tal pedir a cada quinzena?

Comprar comida para fazer em casa, por exemplo, pode gerar uma grande economia no seu orçamento, assim como diminuir os gastos com cartão de crédito, tentar economizar água e energia ou até mesmo o cafezinho na padaria. Só tome o cuidado de não cortar tudo de uma vez: com pequenos ajustes, você pode ver seu dinheiro sobrar mais ao fim do mês.

Como ‘recompensa’, você pode guardar o dinheiro em uma conta apartada, para montar uma reserva. Considere contas digitais que tenham rendimento 100% maior que o CDI: elas têm a mesma facilidade de uma conta corrente, que permitem saque imediato sempre que você precisar, e rendem bem mais que a poupança.

Como criar o hábito de guardar dinheiro?

Diferente do que muitos imaginam, o hábito de guardar dinheiro não é um talento nato. É preciso que você comece a encarar o seu dinheiro de uma forma diferente. Portanto, trata-se de um processo, em que vai se evoluindo aos poucos e requer paciência.

A primeira coisa a ser feita é reconhecer que você precisa mudar de hábitos. Isso nem sempre é fácil: exige que você olhe para trás e se depare novamente com gastos que você muito provavelmente tenha se arrependido.

Nessa etapa, é importante lembrar: o que foi feito está feito. É hora de seguir adiante. Portanto, ao lembrar de gastos passados, mantenha o olhar crítico: o que poderia ter feito com esse montante? Será que, com ele, não seria possível realizar o sonho que sempre quis?

Diante dessas perguntas, você pode começar a estruturar como ajustar o seu padrão de vida. E isso é mais fácil do que se pensa!

Antes de tudo, veja quanto você gasta por mês. Em um cálculo simples, o valor é mais do que você ganha mensalmente?

Se as dívidas ultrapassam seus rendimentos, é hora de tomar uma atitude e diminuir o quanto antes esses gastos. E, mesmo que ainda tenha um dinheiro de sobra, será que você está fazendo bom uso dele?

Ajuste seu padrão de vida

Diante da sua situação financeira, é preciso pensar em como ajustar o seu padrão de vida. Dê uma boa olhada nos seus gastos e veja o que pode ser cortado.

Por exemplo, se você tem TV a cabo em casa, será que precisa pagar pelo pacote atual? Pode pensar em diminuir ou até mesmo ficar apenas com a TV aberta. Vale o mesmo para telefone e demais pacotes de assinatura.

Só tenha o cuidado de não fazer cortes muito radicais, para não prejudicar seu bem-estar. Por exemplo, se você trabalha home office, provavelmente precisa de uma internet com conexão rápida. Nesse caso, opte por cortar de outra fonte.

Você pode começar analisando a sua fatura de cartão de crédito. O que faz você gastar um valor tão elevado por mês? Se você costuma sair pelo menos duas vezes por semana para jantar fora, por exemplo, reduza a frequência. E, se gasta um valor muito elevado no supermercado, considere o consumo de produtos mais baratos e de qualidade equivalente.

Economize de forma inteligente

Agora que você identificou o que tem feito com que o orçamento estoure, entenda como economizar da melhor maneira.

O importante é que, nesse processo, você consiga ter um padrão de vida que atenda às suas necessidades e às necessidades da sua família.

Uma boa forma é pesquisar bem os preços: será que o supermercado que você visita regularmente tem os melhores preços para tudo que vai comprar? Fique de olho nas promoções, mas tome cuidado para não cair na armadilha de querer comprar itens desnecessários só porque estão na promoção. Antes de fazer uma compra, anote tudo o que precisa e tome cuidado para não comprar coisas que realmente não precisa.

Cuidado com os impulsos

Muitas pessoas acabam extrapolando nos gastos por conta de alguns impulsos. A melhor forma de evitá-los é entender quais são os gatilhos que te levam a gastar mais: sair com os amigos, ir ao shopping, encontrar os familiares?

O que você precisa tirar da sua cabeça é que o planejamento financeiro não representa uma vida de total restrição com o seu dinheiro. É preciso encontrar o equilíbrio e, na medida do possível, evitar ou diminuir drasticamente os gatilhos que levam ao impulso com os gastos.

Crie o hábito de poupar

Mudar de hábito nem sempre é algo simples. Exige muito esforço e foco no que realmente se deseja. Uma boa forma de se manter firme é estipular um valor mínimo para guardar mensalmente.

Você pode começar com pouco. O importante é começar. Se os seus gastos estão ultrapassando os seus rendimentos, você precisa diminuir os gastos. E, se possui dívidas, entre em contato para tentar algum tipo de negociação, de forma que se ajuste aos seus rendimentos mensais.

Não se culpe se, passado um mês, não conseguir guardar dinheiro. É importante comemorar pequenas mudanças; se conseguiu zerar as dívidas e deixar tudo no controle, bom, você já está no caminho certo!

Se, depois de todo o esforço, conseguir guardar dinheiro no fim do mês, aproveite para manter o mesmo ritmo. Continue economizando para repetir o sucesso nos meses seguintes. Uma boa prática é ir anotando tudo o que costuma gastar, mesmo que sejam pequenos gastos supérfluos. Assim, você saberá de que forma seu dinheiro está sendo utilizado.

Monte a sua reserva de emergência

A reserva de emergência consiste em, pelo menos, seis vezes os rendimentos mensais de toda a família. Este valor deve ser guardado em uma conta de fácil resgate somente para momentos emergenciais, como a perda de um emprego, situações graves de doença ou morte, entre outros.

Para que consiga montar a sua reserva de emergência, o recomendado é direcionar, mensalmente, um valor para uma conta apartada de sua conta corrente. Por mais que a poupança seja o produto de investimento mais conhecido dos brasileiros, vale a pena considerar contas digitais com rendimento acima de 100% do CDI.

Assim como a conta corrente de um banco tradicional, você pode movimentar essa conta com facilidade, sem ter que deixar o dinheiro por um tempo determinado até que ele comece a render - como acontece com alguns investimentos em renda fixa, como Tesouro Direto e letras de crédito, por exemplo.

Pode ser que demore para chegar ao valor ideal de reserva de emergência. Por isso, além de separar o dinheiro mensalmente dos seus rendimentos, sempre guarde quando tiver acesso a um valor maior, como o 13º salário ou o recebimento de bônus da sua empresa.

Quanto antes você conseguir montar a sua reserva de emergência, mais seguro estará para aplicar o seu dinheiro ou até mesmo ampliar o seu patrimônio com alguma aquisição importante.

Sempre que tiver que extrair parte da sua reserva de emergência, tenha o cuidado de repor o valor ao longo do tempo. E, se os rendimentos de sua família aumentarem, tente manter sempre o cálculo de ter uma reserva pelo menos seis vezes maior que seus rendimentos mensais.

Isso dará mais segurança e proteção até mesmo em situações mais adversas, como a possível perda de emprego ou diminuição de renda por algum motivo.

Invista em educação financeira

Nos últimos anos, o brasileiro tem pesquisado mais sobre as finanças pessoais nos buscadores da internet. A pandemia e a crise financeira podem ter sido determinantes para maior procura por esse termo, mas o fato é que o brasileiro é, sim, preocupado com a forma com que lida com o dinheiro.

E a melhor forma de elevar seu conhecimento é por meio da educação financeira. Com o acesso à internet, está mais fácil chegar a esse tipo de conhecimento. Afinal, quem não conhece algum tipo de influenciador ou especialista que utiliza as redes sociais para disseminar esse tipo de conhecimento?

Por mais que as dicas de especialistas sejam importantes, é preciso ir mais além. Você pode procurar por alguns livros sobre o assunto, realizar alguns cursos gratuitos (ou pagos) e, principalmente, colocar alguns desses ensinamentos em prática.

Só fique atento aos charlatões da internet: existem pessoas mal intencionadas que compartilham dicas furadas ou não conhecem nada sobre o assunto e se passam de ‘especialistas’, a fim de obter mais seguidores pelas redes sociais, vender algum curso com metodologia questionável ou simplesmente pegar o seu dinheiro de alguma forma.

Pesquise com cuidado e procure por referências em veículos de credibilidade, como os principais jornais brasileiros ou fontes acadêmicas. Não ignore o potencial de alguns influenciadores: porém, seja crítico em relação a algumas dicas, afinal, cada um conhece a sua realidade e não precisa levar cada ‘dica’ ao pé da letra, de forma que possa comprometer a saúde financeira de sua família.

Faça seu dinheiro trabalhar para você

Um dos maiores problemas das pessoas que têm dificuldades com as finanças é entender que o dinheiro deve ser projetado para o futuro.

Mas, como isso realmente funciona?

Na prática, significa que o dinheiro, quando devidamente guardado, tende a render mais a seu favor. Por isso mesmo, nenhum especialista em finanças pessoais recomenda as pessoas a guardarem suas economias dentro do colchão de casa!

Com investimento, o seu dinheiro pode render mais por conta dos juros compostos.

Sempre que você deixa o dinheiro no banco, a instituição tem o valor à disposição para cobrir valores de outras pessoas ou gerar mais crédito. Por conta disso, quanto mais você deixa o seu dinheiro com uma instituição, mais este valor rende juros positivos a seu favor. Afinal, você ‘empresta’ o seu dinheiro ao deixá-lo guardado, e o banco te dá uma recompensa por isso.

Algumas instituições, porém, não repassam esses rendimentos ao cliente por meio da conta corrente. Por isso, pedem para que guardem o valor em uma conta poupança, por exemplo. Outros bancos, principalmente as instituições 100% digitais, já realizam algum tipo de rendimento com a simples aplicação em sua conta corrente.

Porém, essa não é a única forma de obter rendimentos com o seu dinheiro. Com a aplicação em algum investimento, a tendência é fazer com que os juros compostos, combinados com outras estratégias, possam fazer com que o seu valor renda ainda mais. Explicaremos a seguir os detalhes de como aplicar o seu dinheiro de forma mais efetiva.

Realize seus sonhos

Como deu para perceber, a orientação que passamos foi muito mais para que você consiga organizar suas finanças pessoais. Somente dessa forma você conseguirá atingir seus objetivos de forma sustentável.

Com uma boa reserva de emergência e parte do dinheiro aplicado, você pode, aos poucos, determinar quais objetivos irá alcançar.

Enquanto guarda dinheiro para a sua reserva, por exemplo, você pode se dedicar para a compra do que tiver listado em seus objetivos a curto prazo. Em relação aos objetivos de médio prazo, o ideal é organizar suas finanças para lidar com essa compra: caso opte pelo cartão de crédito, por exemplo, veja o quanto isso irá consumir do seu orçamento mês a mês, para que fique dentro de seu planejamento.

Já os planos a longo prazo precisam de um preparo maior. Para a compra de um bem de alto valor, como um carro ou até mesmo uma casa ou apartamento, você pode contar com o consórcio, que não exige valor de entrada e permite que você determine o valor das mensalidades. Além de dar mais previsibilidade, você economiza mais a longo prazo, enquanto aguarda os sorteios mensais ou prepara a sua oferta de lance.

Quer saber mais sobre como funciona o consórcio? Faça uma simulação agora mesmo na Embracon e aproveite as vantagens de uma modalidade que ajuda milhares de pessoas a realizarem seus sonhos.