Organize suas finanças antes do final do ano

20 de out. de 20214 minutos de leitura
Organize suas finanças antes do final do ano

Quando o assunto é organização das finanças, o brasileiro tem um desafio enorme. Além de sermos um país ainda bem atrás no ranking de educação financeira, que nem chega a ser ensinado nos colégios públicos, por exemplo, somos um país com alto nível de endividamento das pessoas.

Um levantamento da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostrou que o percentual de endividamento das famílias brasileiras permanece em alta ao longo de 2021, atingindo 72,9% de toda a população.  

Um alto número de dívidas pode levar ao caminho da inadimplência, que atinge um em cada 4 brasileiros (ou 25,6% de toda a população, ainda segundo a pesquisa). Para isso, é preciso ter uma boa organização financeira, sempre pensando no objetivo de conquistar mais bens e ter um dia a dia mais leve e saudável.

Mas, como conseguir isso no curto prazo? A seguir, confira nossas dicas para organizar suas finanças rapidamente, pelo menos até o fim do ano.

Entenda todas as suas dívidas

O primeiro passo para conseguir organizar todas as suas finanças é fazer uma listagem de tudo o que entra e o que sai do seu orçamento. Isso exige foco, dedicação e, principalmente, muita vontade.  

Sabemos que lidar com dívidas não é nada fácil: exige lidar com decisões que podem não terem sido acertadas. Sem falar que olhar para o salário e vê-lo reduzido ao pagamento de dívidas acaba gerando um mal-estar generalizado.

Portanto, é preciso superar esta fase e contar com o apoio de toda a família na hora de listar todos os seus gastos.  

Você pode utilizar uma planilha financeira para isso. Faça uma separação por meses e coloque todos os seus custos:

  • Custos fixos: que são valores como aluguel, pagamento do carro, água, luz etc, que precisam ser pagos de todo o jeito.
  • Custos variáveis: é aqui que entram os gastos com cartão de crédito e pequenas compras do dia a dia, que precisam ser devidamente listadas, para que você tenha uma noção do quanto gasta e do quanto deveria economizar.

A partir do momento que você lista todas as suas dívidas e os seus gastos, fica mais fácil determinar um plano de ação para lidar com todos estes valores.

Corte gastos supérfluos

Ao olhar a sua planilha de gastos percebeu que existem alguns deles que podem ser cortados? Ótimo, então é hora de colocar isso em ação o quanto antes!

Cortar gastos acaba sendo uma decisão difícil, mas que deve ser compartilhada entre todas as pessoas da família. Afinal, o comprometimento de todos pode fazer com que vocês cheguem ao objetivo mais rapidamente - neste caso, manter a boa saúde financeira o quanto antes.

Por exemplo, se você paga TV a cabo e serviço de streaming, pode optar por um ou por outro. Se o gasto com cartão de crédito está alto demais, veja quais são os gatilhos para o gasto: liste cada transação, para ver o que realmente faz com que você gaste mais. Até mesmo o cafézinho da padaria pode ser cortado: que tal comprar no supermercado e fazer em casa? A economia pode ser considerável.  

Cada pequeno gasto é válido de ser cortado quando o objetivo é manter uma boa saúde financeira. Portanto, a ajuda de cada integrante é essencial, para que a família recupere as rédeas de seu orçamento mensal.

Priorize o pagamento de dívidas

Se você tem algumas dívidas em aberto, não vale a pena tentar juntar dinheiro ainda. Prefira pagar o que deve. Isso porque, quando você deixa uma dívida em aberto, os juros podem correr, tornando-a mais onerosa a cada mês que passa.

Uma boa forma de lidar com isso é verificar quais são as dívidas em aberto e estabelecer um plano de ação. Se possui mais de uma dívida, priorize a de maior valor. Tente negociar diretamente com a instituição ou considere participar de algum feirão de renegociação, que permite pagar valores mais em conta para resolver sua situação.

Se puder, vale a pena pagar mais de uma dívida ao mesmo tempo. Só tome o cuidado de renegociar para ter um valor de mensalidade que caiba em seu orçamento. Afinal, quando você começa a pagar por uma dívida que estava em aberto, seu nome deixa de ficar sujo já após o pagamento da primeira parcela.

Como o nome sujo impossibilita uma série de coisas - inclusive ter crédito na praça - priorize a restauração de seu nome nos órgãos de proteção ao crédito, como SPC e Serasa.

Defina uma meta para guardar por mês

Assim que começar a organizar o pagamento de suas dívidas, o próximo passo é definir uma meta para guardar mensalmente. Mesmo que você não tenha a finalidade de comprar um bem de alto valor - como uma casa ou um carro - definir um valor mensal é importante para que você forme a sua reserva de emergência.

A reserva de emergência consiste em um valor de até seis vezes o seu salário mensal para lidar com momentos difíceis, como perda de renda ou alguma doença grave na família, por exemplo.

Enquanto estiver pagando as suas dívidas, você pode estabelecer uma meta para guardar mensalmente - pode ser em uma conta com rendimento até 100% maior que o CDI, que rende mais que a poupança.

Você pode começar com pouco - nem que seja pelo menos R$ 50 por mês. Então, você vai aumentando progressivamente, à medida que vai quitando as suas dívidas e economizando mais por mês.

Dessa forma, você pode fechar o ano com a sua conta no azul e planejar para conquistas ainda maiores em sua vida.

Para mais dicas de finanças pessoais, confira nosso guia completo de como criar um planejamento financeiro familiar do zero.

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