Dicas na hora de comprar o seu primeiro carro

Dicas na hora de comprar o seu primeiro carro

Anos passam, e os modelos de carro vão adaptando a diferentes realidades, com o objetivo de atender às necessidades dos clientes. Porém, uma coisa não muda: a paixão do brasileiro com os diferentes tipos de veículos que surgem no mercado.

Para se ter uma ideia, em 2021, ano ainda marcado pela pandemia, o brasileiro ainda se mostrou bastante interessado em comprar carro. Uma pesquisa realizada pela  ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) em parceria com o site Webmotors revelou que 75% dos brasileiros revelaram interesse em comprar ou trocar de carro neste ano.  

No momento em que o isolamento social é praticado, para evitar contato e alastramento da Covid-19, a compra de um carro ganhou um significado ainda maior para o brasileiro. Com o veículo particular, é possível trafegar com mais segurança, sem correr o risco de ser contaminado em transportes públicos, por exemplo.

Por isso, mesmo quem já tinha um carro, ainda procura por modelos que proporcionem mais conforto para toda a família.

Mas, se você ainda está à procura do seu primeiro veículo, existem uma série de boas oportunidades que podem ser aproveitadas no mercado.

Para que você consiga fazer uma boa compra, vamos apresentar um guia com dicas de como fazer um bom investimento com o seu primeiro automóvel. Trata-se de um momento bem empolgante, por isso, vale a pena acompanhar nossas recomendações e ficar atento, com o objetivo de realizar uma boa compra.

Entenda a sua necessidade

O primeiro passo para uma boa compra de carro é entender a sua necessidade. Para isso, avalie bem a sua situação e defina qual seu verdadeiro objetivo com a compra de um veículo.  

Por exemplo, se você deseja usar o seu carro para ir ao trabalho todos os dias, vale a pena considerar um modelo econômico. Carros desse tipo podem ter um motor menos potente - geralmente modelos de 1.0 a 1.4 podem ser boas opções - mas o que você realmente deve considerar é o seu consumo, ou seja, quantos quilômetros o carro costuma fazer com um litro de combustível.

Mas, se a ideia é ter um carro para passear, vale a pena investir um pouco mais e adquirir um modelo mais confortável, que possa ser utilizado para viajar, por exemplo.

E, se pretende usar o carro como instrumento de trabalho - para ser motorista de aplicativo, por exemplo - vale a pena levar em consideração outras variáveis, como valor de manutenção, disponibilidade de peças, consumo e conforto para os passageiros, por exemplo.

Aproveite para pesquisar bastante pela internet sobre os modelos que têm mais a ver com você. Existem especialistas que fazem reviews dos modelos e até mesmo comparativos com outros de categoria semelhante, que podem ajudar no processo de escolha do primeiro carro.

Converse com outros motoristas e entre em fóruns de discussão, para entender se o carro que deseja comprar realmente atende ao que você precisa.  

Defina um valor para a compra do seu carro

Agora que você já tem uma ideia do modelo que deseja comprar, o próximo passo é definir um valor mínimo para a compra.

Neste caso, é importante acompanhar suas finanças. Com o uso de uma planilha de gastos ou até mesmo um aplicativo que ajuda a controlar as finanças, você pode identificar qual seria o melhor momento para realizar a compra do seu modelo.

Ao acompanhar os seus gastos, você pode identificar qual seria o melhor valor para a compra do seu carro. Leve em consideração as informações disponíveis, como a Tabela Fipe, que precifica os valores dos carros a partir de seus modelos e ano de lançamento.

O carro é uma compra a longo prazo, por isso, caso tenha dificuldade de estabelecer um valor para o seu veículo, você pode seguir o inverso: determinar um valor máximo para a parcela do seu veículo.

Seminovo ou zero km? Entenda as diferenças

Por conta da pandemia, a procura por veículos seminovos aumentou bastante. Essa procura fez com que os seminovos valorizassem mais de 13% somente no primeiro semestre de 2021, segundo levantamento da Kelley Blue Book Brasil, empresa especializada na pesquisa de preços de veículos.

Isso quer dizer que não vale a pena comprar carros zero km? Claro que não! Tudo depende da necessidade e das condições do consumidor. Para que você tenha uma boa decisão sobre que tipo de carro comprar, vamos apresentar as vantagens e desvantagens de carros seminovos e zero km.

Vantagens e desvantagens do seminovo

O carro seminovo geralmente tem até 10 anos de uso. Como vantagem, ele possui um valor bem mais em conta que os modelos zero km. Ou seja, com o dinheiro de um zero km, você pode comprar um seminovo maior e com mais luxo.

Exatamente por isso, o mercado de seminovos se mantém bem aquecido - o que tem até mesmo elevado o valor desse tipo de veículo.  

Embora o valor seja uma ótima vantagem, é preciso tomar alguns cuidados ao considerar a compra de um seminovo. Por exemplo, verificar muito bem como estão as condições do veículo. Embora as concessionárias e lojas automotivas apresentem um veículo limpo e com aparência de estar em ótimo estado, é preciso verificar o barulho do motor, analisar bem a carroceria e as condições internas e externas do veículo. Você pode contar com um mecânico, por exemplo, para ajudar nessa análise antes de efetuar a compra.

Além disso, é importante considerar o histórico do veículo, entre outros detalhes importantes. E, claro, sempre pesquise o valor do carro analisado com a Tabela Fipe: se estiver uma diferença muito grande, desconfie.

Comprar seminovos de forma particular, diretamente com o proprietário, pode representar uma boa economia. Porém, fique atento às condições do carro, para não ter um prejuízo maior.

Vantagens e desvantagens do zero km

Quem deseja comprar um carro e não se preocupar tão cedo com mecânica ou com qualquer problema relacionado a motor pode muito bem investir em um carro zero km.

A vantagem de comprar em uma concessionária, por exemplo, é que você pode desfrutar da garantia da montadora - que pode ir de 5 a até 10 anos, dependendo do modelo. Com essa garantia, qualquer tipo de defeito de fabricação é coberto, o que gera uma boa segurança para o comprador.

Como desvantagens, além do valor mais caro, o índice de desvalorização é bem alto. Só de tirar o carro da concessionária, por exemplo, você pode perder até 20% do valor total do veículo. Sem falar que valores de IPVA, seguro, entre outros, costumam ser mais caros no caso de um zero km.  

Considere as formas de pagamento

Na hora de comprar o seu novo carro, é importante considerar as diferentes formas de pagamento. A seguir, vamos explicar cada uma delas, mostrando suas vantagens e desvantagens.

À vista

No tipo de compra à vista, é basicamente ter o dinheiro para a compra do seu veículo e já quitar imediatamente. Claro que não se trata de uma forma acessível para todos. Vale considerar que um carro pode custar mais de R$ 40 mil, um valor que poucos têm disponível para utilizar em uma transação.

A vantagem de comprar à vista é que você quita o bem de imediato. Isso significa que você não precisa ficar preocupado com a dívida do carro após a compra e pode concentrar seus gastos com outros custos do veículo, como IPVA, combustível, seguro, entre outros.

Além disso, ao comprar à vista você consegue ter um bom desconto na compra. Seu bem não é afetado pelos juros e é possível ter uma boa negociação com o vendedor. Já pensou ter um desconto de pelo menos 10% do valor do veículo? Trata-se de um desconto considerável.

Porém, vale a pena considerar se o valor à vista não irá comprometer seus rendimentos mensais. Só vale a pena investir todo o dinheiro na compra de um carro se você tiver uma boa reserva de emergência - que consiste em ter guardado, pelo menos, 6 vezes o valor dos seus rendimentos mensais, para fins emergenciais - e algum tipo de investimento aplicado. Ou seja, o valor para a compra do bem não pode fazer falta no seu dia a dia.

Financiamento

O financiamento é a forma mais procurada pelos brasileiros para a compra de um carro. Isso porque o brasileiro só precisa estar capitalizado com parte do valor do carro - que seria a entrada. Na maioria dos casos, as instituições que liberam o financiamento exigem pelo menos 20% do valor total para dar de entrada. Porém, dependendo da sua relação com o banco ou o seu score nos birôs de crédito, é possível dar uma entrada com um valor menor.

A vantagem do financiamento é que, uma vez aprovado, você pode sair com o seu carro pagando apenas parte de seu valor. Para isso, é necessário passar por um processo burocrático, para que o bem seja liberado no nome do interessado pela compra.

Porém, toda essa facilitação pode ter um custo alto para o comprador. Com o financiamento, é necessário pagar os juros pelo seu veículo. Trata-se de um tipo de juros composto: quanto maior o prazo para pagar pelo veículo, maior é o índice de juros. Por isso mesmo, o valor do seu bem pode custar até o dobro a prazo, comparado com seu valor original.

Além disso, o financiamento contribui para que seu veículo tenha maior desvalorização. Afinal, com o tempo necessário para quitar o seu veículo, você acaba utilizando o carro por mais tempo e, no fim das contas, pode ter um grande prejuízo ao tentar vender.  

Portanto, embora seja uma forma fácil de adquirir o seu veículo, o financiamento acaba gerando um prejuízo a médio e longo prazo. Fique atento aos valores de mensalidade, para não comprometer demais seus rendimentos mensais.  

Consórcio

Outra forma de investir em seu próximo veículo é por meio do consórcio. Com o consórcio, você seleciona o valor para pagar pelo bem e ainda tem poder de compra à vista na transação. Isso porque se trata de um modelo de autofinanciamento, em que o interessado pela compra define os valores de mensalidade e da compra e pode ser contemplado com o valor por meio dos sorteios ou com a oferta de um lance.

Como desvantagem, você não sai com o bem na hora. Porém, trata-se da melhor forma de investir em um bem de forma parcelada. Você não precisa pagar valor de entrada e não paga juros pelas mensalidades. Como cobrança, as administradoras de consórcio incluem a taxa de administração e o fundo de reserva nas mensalidades. Juntos, esses valores não ultrapassam 20% do total da carta de crédito - uma economia bem considerável, principalmente quando comparada com o financiamento.

Para fazer o consórcio, o procedimento é simples. Primeiramente, você deve selecionar uma administradora de confiança, que tenha autorização do Banco Central do Brasil (Bacen) para operar - como a Embracon, por exemplo, que há mais de 30 anos realiza o sonho de milhões de brasileiros com cartas de crédito para automóveis.

Depois disso, basta selecionar o valor necessário para a compra do seu veículo. Este valor é representado pela carta de crédito, que equivale ao total do carro. Se você deseja comprar um carro seminovo popular, por exemplo, e percebeu que seu valor fica entre R$ 45 mil e R$ 50 mil, você pode inserir o valor de R$ 50 mil como carta de crédito. No final, não é preciso que o valor da carta seja igual ao do veículo. Ao ser contemplado, é possível utilizar até 10% da carta para despesas burocráticas ou até mesmo quitar as mensalidades restantes de sua dívida de consórcio.

Após selecionar o melhor valor para a compra do seu carro, o próximo passo é fechar o contrato com a administradora. Então, você passa a integrar um grupo e pode participar das assembleias, onde acontecem as contemplações.

É possível ser contemplado tanto por sorteio, como por oferta de lance. O lance é um valor maior que cada consorciado pode tentar, com o objetivo de ser contemplado com antecedência. O maior valor de lance define o vencedor. Se você for contemplado com lance, o valor da sua proposta é debitado pela administradora e quita as últimas mensalidades de seu consórcio.

Com a carta de crédito, você tem poder de compra à vista do seu carro. É uma boa forma de negociar diretamente com o proprietário e investir em um modelo que tem tudo a ver com a sua realidade. Não é preciso ter pressa para utilizar a sua carta de crédito: se quiser, você pode manter o valor no fundo comum da administradora. Se, após seis meses, você ainda não tiver decidido qual modelo comprar, é possível receber o valor integral da carta de crédito em sua conta corrente.

Caso o valor da cota seja insuficiente para a compra do seu carro, é possível investir em mais de um consórcio de automóveis. Porém, a soma das mensalidades das duas cotas não pode ultrapassar 30% dos seus rendimentos mensais. As administradoras mantêm essa restrição para evitar qualquer tipo de inadimplência. Afinal, por se tratar de um tipo de investimento em grupo, a contribuição de todos é essencial para que as contemplações aconteçam.

Portanto, se quiser planejar bem a compra do seu primeiro carro, o consórcio se apresenta como um forte aliado. Você não precisa comprometer seus rendimentos mensais para começar a investir em uma cota de consórcio de automóveis. Com paciência, você pode ser contemplado por sorteio ou, se preferir, juntar um valor para dar o seu lance.  

Considere as diferenças dos tipos de carro

Quer comprar o primeiro carro mas ainda não sabe qual tipo escolher? A seguir, vamos mostrar as principais opções, para que você identifique a que melhor se encaixa à sua realidade.

  • Hatch: são modelos mais compactos, com menor espaço interno e de bagagem. São considerados carros de entrada e costumam ser mais baratos que as demais categorias. Além disso, costumam ser mais econômicos com combustíveis, servindo bem para consumidores que pretendem realizar tarefas diárias com o carro, como passear e trabalhar, por exemplo.
  • Sedans: os sedans têm maior espaçamento interno e de porta-malas. Geralmente são mais caros que os hatches e possuem um motor mais potente, o que acaba consumindo mais combustível.
  • SUVs: as novas queridinhas do mercado brasileiro conquistam milhões de consumidores por conta de seu espaçamento interno, gerando mais conforto para o passageiro e para o motorista. São carros mais altos, que possibilitam uma ótima experiência de viagem: mal dá pra sentir os buracos das avenidas e estradas, por exemplo. Porém, são modelos que exigem mais do motor e acabam consumindo mais combustível. Sem falar que são mais caros - podendo custar acima de R$ 100 mil.
  • Station Wagon: os famosos SWs ou ‘peruas’ são modelos com maior espaçamento de porta-malas - mas que não costumam ser altos como as SUVs. No Brasil, esses modelos têm sido cada vez mais raros, mas ainda agradam as famílias que procuram por um bom espaçamento sem ter que investir no valor de uma SUV, por exemplo.
  • Picapes: as picapes são boas opções para quem trabalha com transporte de produtos, bagagens, entre outros itens. No caso de modelos 4x4, servem para passar por estradas bem esburacadas ou de difícil acesso.
  • Minivans: muito utilizadas para transportar pessoas, ou seja, considere a compra se realmente precisar trabalhar com um modelo desse tipo.

Fique atento aos gastos com o veículo

A seguir, vamos mostrar alguns dos principais gastos com o seu primeiro veículo.

  • IPVA: trata-se de uma taxa anual cobrada pelo município para arcar com despesas como educação, saúde e demais serviços públicos. O Detran fica responsável por estabelecer o valor do imposto, de acordo com a idade e as características do veículo.
  • Licenciamento: procedimento que permite a livre circulação do carro pelas vias. Costuma orbitar em torno de R$ 100 por ano.
  • Combustível: se você deseja circular bastante com o seu veículo, fique atento ao preço dos combustíveis. Quanto mais você circular, mais você irá gastar. Portanto, veja quanto você consumiria por mês. Uma boa forma para ajudar na escolha do seu veículo é se informar sobre a quantidade de quilômetros que o carro faz por litro de combustível: quanto maior esse índice, mais econômico o veículo é.  
  • Estacionamento: quem circula com o carro precisa deixá-lo guardado em algum lugar, seja na empresa em que trabalha ou até mesmo onde mora, onde pode haver a necessidade de alugar um estacionamento (principalmente se você mora em um condomínio). Fique atento a esse tipo de custo, que costuma ser bastante negligenciado pelos motoristas.
  • Seguro: o seguro impede que o seu veículo fique vulnerável em casos de roubo. Os valores de seguro dependem da idade do condutor e do bairro em que mora. Com a ajuda de um corretor, é possível identificar o melhor seguro para as suas necessidades.

Checklist antes da compra de um seminovo

Saiba o que conferir antes da compra do seu carro com este checklist básico - válido principalmente para modelos seminovos.

  • Verifique o estado do carro: dê uma olhada minuciosa no modelo, para não se arrepender depois da compra.
  • Consulte o histórico do veículo: antes mesmo de efetuar a compra você pode consultar o histórico do veículo pelo site do Detran. É uma boa forma de verificar histórico de multas, por exemplo, para que você não transfira para o seu nome um veículo com pendências a serem resolvidas.
  • Não se deixe levar pela emoção: aproveite para pesquisar bem, fazer test drive e verificar as melhores oportunidades de compra.
  • Atenção à quilometragem: quanto maior a quilometragem, maiores são as chances de ter que levar o veículo ao mecânico. Segundo especialistas, modelos a partir de 60 mil km podem começar a apresentar problemas de mecânica, portanto, ao considerar modelos desse tipo, esteja ciente da necessidade de fazer um checkup.
  • Chame um especialista na hora da compra: com a ajuda de um mecânico, você pode conferir todos estes detalhes e realizar uma compra consciente do seu primeiro carro.

Com pesquisa e paciência, você tem tudo para acertar na escolha do seu primeiro carro. Faça uma simulação do consórcio de automóveis desde já e economize bastante no planejamento do seu próximo veículo na garagem.

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