Qual a importância da administradora de consórcio?

Qual a importância da administradora de consórcio?

Criado no Brasil em meados dos anos 1950, quando o país passou a vender os primeiros automóveis, o segmento de consórcio tem crescido exponencialmente de lá pra cá. Se antes o objetivo era possibilitar a compra de um carro, atualmente é possível adquirir uma série de produtos e serviços com o consórcio: de cirurgias plásticas a um novo imóvel, incluindo veículos pesados, motos, possibilidade de pagar estudos, entre muitos outros.

Para que o consórcio pudesse evoluir e se tornar cada vez mais acessível para as pessoas, muitas mudanças aconteceram. Quando foi criado, por exemplo, somente funcionários do Banco do Brasil podiam se reunir para a compra de seu automóvel. Vendo a grande oportunidade que tinham em mãos, as primeiras concessionárias do país trabalhavam com a possibilidade de consórcio, ajudando a multiplicar suas vendas em uma época de difícil concessão de crédito.

Afinal, com o consórcio não é necessário cobrar valor de entrada ou estar capitalizado: o comprometimento com as mensalidades e a participação nas assembleias mensais já era o suficiente para que as pessoas pudessem realizar o sonho de adquirir um novo bem.

Porém, com o crescimento da categoria, a necessidade de regulação tornou-se cada vez mais latente. No começo, o Ministério da Fazendo auxiliava nessa gestão. Mas foi somente quando o Banco Central do Brasil (Bacen) passou a fiscalizar o segmento, finalmente o consórcio passou a oferecer diferentes tipos de produtos, sempre de forma regulamentada e auditada.

Isso impediu, por exemplo, que houvesse fraude. Afinal, somente uma administradora de consórcio que tenha a devida autorização do Bacen pode possibilitar o consórcio. O Bacen garante a integridade, seriedade e, principalmente, o comprometimento com a entrega das cartas de crédito sempre que um consorciado fecha um contrato.

Mas, qual o verdadeiro papel de uma administradora de consórcio? Como ela pode ajudar as pessoas a conquistarem os seus bens? Vamos explicar tudo neste artigo, confira.

O que é uma administradora de consórcio?

A administradora é responsável por tudo que está relacionado ao consórcio. Quando você decide comprar um bem, precisa contar com o trabalho de uma administradora, que realiza todo o processo para que você tenha uma boa experiência de compra.

Para quem não sabe, o consórcio nada mais é do que a reunião de pessoas naturais e jurídicas em um grupo, que possui prazo de duração e números de cotas determinados. A administradora de consórcio fica responsável por toda essa gestão, prestando um serviço por meio de uma sociedade limitada ou sociedade anônima.

Ter uma administradora como intermediária é extremamente importante. Somente empresas que tenham a autorização do Bacen podem garantir que o bem será devidamente entregue.  

“O Banco Central é responsável pela normatização, autorização, supervisão e controle das atividades do sistema de consórcios, com foco na eficiência e solidez das administradoras e cumprimento da regulamentação específica”, diz a explicação do Bacen sobre as administradoras.

Elas têm o dever de informar como funciona todo o procedimento e seguem uma série de regras estipuladas pelo Bacen, como não permitir um valor de mensalidade que ultrapasse 30% dos rendimentos mensais (para evitar casos de inadimplência), garantir a entrega das cartas de crédito para todos os integrantes até o término do grupo e informar como funciona todo o procedimento de fechar um contrato, participar das assembleias e receber a carta de crédito, que é o valor equivalente para a compra do bem que você selecionou para compra com o consórcio.

O comprometimento das administradoras de consórcio com o Bacen exige que elas entreguem informações contábeis e não-contábeis de todas as operações que são realizadas, para que o órgão possa atuar caso encontre qualquer tipo de inconsistência.

Essa fiscalização é extremamente importante, porque dá uma segurança adicional aos consorciados, que podem contar com um sistema totalmente regulado.  

Por isso mesmo, a primeira coisa que a pessoa que tem interesse em consórcio precisa fazer é garantir que a administradora escolhida seja regulada pelo Bacen, para evitar cair em qualquer tipo de golpe.

Quais são as obrigações de uma administradora?

Por ser um sistema totalmente regulado, as administradoras de consórcio precisam seguir uma série de regras para se manter comprometido com o Bacen e, também, oferecer o máximo de garantias para os consorciados.

A seguir, vamos detalhar quais são as principais obrigações para que uma administradora possa operar normalmente.

Transparência em todo o processo

Todas as administradoras precisam ser transparentes em relação a como funciona o consórcio. Isso significa que o interessado não pode ter nenhuma margem de dúvida antes de iniciar o pagamento de uma cota.

Como via de regra, o consórcio funciona da seguinte maneira: primeiramente, é necessário fazer uma simulação do bem que deseja comprar, para saber qual valor terá em mãos quando for contemplado. Trata-se de um sistema que conta com a colaboração de todos os integrantes: somente o comprometimento das mensalidades de todos os integrantes permite que o fundo comum tenha o valor necessário para todas as contemplações.

Por se tratar de um tipo de compra que reúne diversas pessoas, as administradoras fazem a organização dos consorciados em grupos. Para isso, são levados critérios de afinidade. Por exemplo, se você investir em um consórcio de automóveis, muito provavelmente estará em um grupo em que a maioria das pessoas também têm interesse em comprar um carro.

Assim que você fecha o contrato de um consórcio, a administradora tem um período para fazer a inserção em um grupo. Este grupo serve como referência para o consorciado em todas as etapas.  

As contemplações, por exemplo, são feitas entre os integrantes de determinado grupo. Caso tenha interesse de aumentar ou diminuir a carta de crédito ou até mesmo ofertar um lance, que é um valor a mais que cada consorciado pode tentar com o objetivo de ser contemplado com antecedência, também precisa seguir as regras do grupo, que acabam respondendo por todos os consorciados diante da administradora.

Antes mesmo de fechar o contrato, a administradora precisa assegurar que todas essas informações sejam de fácil acesso e sempre posicionar o consorciado quando surgir alguma dúvida.  

O reajuste é um bom exemplo disso. A cada aniversário anual do seu consórcio, a cota passa por reajustes, como forma de proteger o poder de compra da carta de crédito. Afinal, quando se faz a simulação para, somente anos depois, ter acesso ao valor, muito provavelmente os índices inflacionários afetaram o valor da moeda como um todo. Por isso mesmo, as administradoras aplicam o reajuste no valor total da carta de crédito, considerando índices como IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e INCC (Índice Nacional de Custo de Construção). Como o reajuste é feito diretamente na carta, a cada ano você pode ter que pagar um valor de mensalidade a mais porque terá à disposição uma carta de crédito de valor mais elevado.

Por ser um sistema de pagamento diferente dos demais, é normal que as pessoas tenham dúvidas sobre o funcionamento do consórcio, e é dever da administradora deixar todas as informações claras.

Dar liberdade para o consorciado pagar de acordo com seus rendimentos mensais

Toda pessoa interessada em fazer consórcio precisa ter a liberdade de definir os valores que irá pagar por sua mensalidade. Claro que, para isso, é preciso seguir critérios específicos, que dependem do bem selecionado e dos rendimentos mensais do interessado.

Depois de escolher a administradora, a primeira etapa para fazer um consórcio é realizar a simulação do bem. Cada bem tem um limite de valor de carta de crédito. Porém, se o interessado quiser ter um valor maior à disposição, pode investir em mais de uma cota de consórcio.

Após selecionar o valor que deseja pelo bem, o próximo passo é definir a quantidade de mensalidades. Como o simulador é um mecanismo bem dinâmico, é possível testar quantas vezes for necessário, até que se tenha um valor que faça sentido para o interessado.  

Sempre que se insere o valor da carta de crédito - que, vale lembrar, corresponde ao bem que o interessado deseja comprar - e a quantidade de parcelas, tem-se como resultado o valor da mensalidade do consórcio, já com acréscimo de suas taxas, que são:

  • Taxa de administração: que remunera a empresa de consórcio por todos os serviços realizados, como formação dos grupos, entrega das cartas de crédito, entre outros.
  • Fundo de reserva: que serve como garantia contra a possível inadimplência de alguns integrantes. Como o consórcio depende da contribuição de todos os integrantes, caso haja alguma inadimplência, o valor do fundo de reserva é usado como garantia. Em casos em que os grupos não utilizam todo o seu valor, o fundo de reserva é devolvido ao final do grupo para todos os integrantes.

Responsabilidade pela formação dos grupos

É responsabilidade da administradora formar os grupos de consórcio.

A formação dos grupos é a essência do consórcio. É a partir deles que as cartas de crédito são sorteadas e que os integrantes podem tentar a oferta de lance.

Os grupos são administrados por representantes, que servem como intermediários em relação à administradora. Um conjunto de pessoas com interesses em comum podem ter demandas específicas, por isso mesmo os representantes ficam responsáveis por definir algumas dessas regras - como, por exemplo, a possibilidade de ampliar a oferta de lances (com lance embutido, por exemplo), sempre levando em conta a saúde financeira do fundo comum.

A principal missão dos representantes é garantir que o fundo comum tenha os valores necessários para as contemplações e garanta a boa administração de todas as cotas, para que todos sejam devidamente contemplados.

Realização dos sorteios nas assembleias

As administradoras precisam assegurar que todos os consorciados tenham as mesmas chances de contemplação por meio do sorteio. Afinal, nenhuma administradora pode garantir quando o consorciado será contemplado enquanto faz o pagamento do consórcio.

Claro que, ao pagar o consórcio, todos terão a mesma chance de ser sorteados, e isso pode acontecer nos primeiros ou nos últimos meses de pagamento da sua cota.

Até o encerramento dos grupos, todos os consorciados precisam ter recebido sua carta de crédito. Mas, para ser elegível para os sorteios, é preciso estar com o pagamento das cotas em dia.  

Assegurar a contemplação por lance

Outra função importante da administradora é ajudar com a gestão das ofertas de lance.

Como já dissemos, o lance é um valor a mais que todo consorciado pode tentar com o objetivo de ser contemplado com antecedência. Pelo lance livre, que é a modalidade mais comum, o maior valor define o contemplado.

Para fazer a oferta, é necessário entrar na Área de Clientes e montar a sua proposta de lance. Confira as regras do grupo, para entender se é possível tentar outras formas de lance:

  • Lance livre: a forma mais comum de lance, em que o maior valor ofertado define o vencedor. Geralmente, todos os grupos permitem esse tipo de lance.
  • Lance embutido: por essa modalidade, é possível utilizar parte da carta de crédito para dar como lance. Porém, é preciso verificar as regras do seu grupo, para tentar esse tipo de lance.
  • Lance fixo: por esse tipo de lance o grupo estipula um percentual para o lance. Se houver mais de um interessado, é feito um sorteio somente com os consorciados que ofertaram um lance fixo, para definir o vencedor.

Em todas as formas de lance, o consorciado tem o valor efetivado após passar pela análise de crédito. Se tudo der certo, o valor é debitado e quita as últimas mensalidades da cota. Por conta disso, o lance permite concluir o pagamento da cota de forma antecipada.

Realizar a análise de crédito

Também é responsabilidade da administradora realizar todo o processo de análise de crédito.

Ela acontece em dois momentos:

  1. No momento em que o consorciado fecha o contrato de consórcio: trata-se de uma etapa mais simples, porque a administradora verifica apenas os dados pessoais e os rendimentos mensais do interessado, para ver se o valor da mensalidade está compatível. As administradoras não permitem que a mensalidade seja 30% superior aos rendimentos mensais do consorciado, a fim de evitar qualquer tipo de inadimplência. É uma análise mais simples - tanto que o interessado pode até mesmo iniciar o pagamento da sua cota se tiver com o nome sujo, por exemplo, contanto que resolva sua situação enquanto tiver pagando a mensalidade da sua cota.
  1. No momento em que o consorciado é contemplado: a análise de crédito neste momento é mais complexa. Além de fazer toda a validação dos dados pessoais e dos rendimentos mensais, a administradora verifica a situação do consorciado nos órgãos de proteção ao crédito, como SPC e Serasa. É preciso entregar uma série de documentos exigidos pela administradora. Esse procedimento é realizado para garantir que todos os contemplados continuem normalmente o pagamento de suas mensalidades quando receberem a carta.  

A análise de crédito é extremamente importante porque dá uma garantia para todos os consorciados. A administradora realiza todo o procedimento necessário para que o contemplado se mantenha comprometido, sem gerar nenhum tipo de prejuízo aos consorciados que continuam pagando por suas cotas e aguardando o sorteio ou tentando o lance.

Caso o contemplado seja reprovado na análise, é preciso resolver a situação, participar novamente das assembleias e seguir todo o procedimento necessário. No caso de oferta de lance, o valor não é descontado. Nesse caso, o consorciado precisa resolver a situação e pode tentar o lance novamente a partir do mês seguinte.

Cuidados ao entregar a carta de crédito

Após passar pela análise de crédito, o consorciado finalmente tem acesso à carta de crédito. Porém, mesmo em um momento tão esperado, a administradora precisa tomar alguns cuidados.

Primeiramente, o valor da carta de crédito deve ser utilizado para a compra do bem selecionado. Ou seja, se você estiver investindo em um consórcio de automóveis, precisa utilizar o valor para a compra de um carro. No caso de consórcio de imóveis, o valor precisa ser dedicado para a compra de um terreno, casa, apartamento na planta ou empreendimento comercial. Não é possível trocar o tipo de bem que deseja comprar de última hora.

Para utilizar a carta de crédito, é preciso indicar o proprietário ou empresa responsável pelo bem que deseja adquirir. A administradora faz a transferência do valor integral, ou seja, não passa pela conta corrente do consorciado.

Caso o valor da carta de crédito seja maior que o bem que deseja adquirir, é possível utilizar até 10% deste valor para despesas burocráticas relacionadas ao bem ou serviço. Se o valor da carta for inferior ao bem, não tem problemas: a administradora não barra a compra e, assim, você pode negociar diretamente com o proprietário ou empresa como realizar o pagamento do valor que falta.

Falando em negociação, a carta de crédito tem poder de compra à vista. Dessa forma, é possível conversar com o proprietário ou a empresa e tentar um desconto. Já pensou pagar 5% a menos em um imóvel de mais de seis dígitos?

Quando se é contemplado, não é preciso ter pressa para comprar o bem que realmente deseja. É possível procurar as melhores oportunidades de compra, sempre alinhados com o que você realmente deseja. Caso não utilize a carta de crédito dentro do período de seis meses, a administradora pode liberar o valor integral da carta de crédito para transferência na conta do consorciado. A vantagem é que, no fundo comum, o dinheiro da carta tem ganho de juros a favor do consorciado.

Alienação do bem

Para permitir que os consorciados possam desfrutar do bem que escolheram na contemplação, a administradora faz com que o bem fique alienado. Isso significa que a propriedade do bem é compartilhada entre a administradora e o proprietário da cota de consórcio. Isso impede, por exemplo, qualquer tipo de transação sem a autorização da administradora.

Somente com a quitação da cota o bem fica totalmente em nome do antigo consorciado.  

Comece desde já a investir em um consórcio

Apesar de ser um meio de pagamento diferente dos demais, o consórcio se apresenta como a melhor forma de investir em um bem de alto valor de forma parcelada. Você não precisa dar entrada, não paga juros e escolhe o valor que irá pagar de acordo com a sua saúde financeira.

Caso tenha interesse de antecipar a sua compra, pode tentar o lance e, dessa forma, quitar com antecedência a sua cota.  

Portanto, não perca tempo e comece desde já a investir no seu grande sonho. Faça uma simulação de consórcio e conte com a credibilidade de uma administradora como a Embracon, que há mais de 30 anos realiza sonhos de milhares de brasileiros.

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