Como escolher sua casa?

30 de set. de 202211 minutos de leitura
Como escolher sua casa?

A compra de uma casa é um processo muito pessoal. Existem diversos fatores que devem ser levados em consideração, mas antes de tudo é preciso entender que se trata da realização de um sonho.

Afinal, por mais que os brasileiros, em sua maioria, tenham uma casa própria, muitas pessoas ainda batalham para ter o seu próprio lar. Parte do motivo tem a ver com investir em mais segurança e conforto para o próprio lar, local em que muitos tiveram que passar mais tempo do que de costume por conta do isolamento social.

Essa conexão tem uma justificativa. De acordo com uma pesquisa realizada pela plataforma Google, 57% das pessoas revelaram que, mesmo após a pandemia, a casa seguirá como prioridade de investimento - seja na compra de uma ou até mesmo na reforma do imóvel.

Outra pesquisa, realizada pela plataforma EmCasa, proptech focada em melhorar a experiência de compra e venda de imóveis, mostrou que 42% dos brasileiros pretendem comprar um imóvel nos próximos dois anos. Quase um terço dessas pessoas já iniciou a sua pesquisa, geralmente motivados pelo desejo de sair do aluguel ou simplesmente pela procura por um imóvel maior.

Tudo bem, trouxemos diversos dados que comprovam a real necessidade de o brasileiro comprar a sua próxima casa. Trata-se de um sonho antigo, mas que vem se fortalecendo à medida que os anos passam.

Mas, quais são os critérios que devem ser levados em consideração no processo de escolher a sua nova casa? Confira nossas dicas a seguir.

Determine o que deseja comprar

A compra de uma casa é um processo que pode ser mais longo do que você imagina. Porém, você pode chegar a uma decisão a partir do momento que envolve na discussão as pessoas que irão morar contigo, além de ter uma boa ideia do quanto pretende investir e o que considera importante ter em um lar.

Antes de tudo, converse com os seus familiares para entender que tipo de imóvel pretende comprar. Leve em consideração o seu sonho, mas mantenha os pés no chão.

Uma boa forma de se ter parâmetro de compra é pesquisar previamente os imóveis que teria interesse em comprar. Veja os preços disponíveis, entenda como funcionam os tipos de pagamento e comece a filtrar quais são os modelos que têm a ver com o que você e sua família buscam.

A partir do momento que se tem uma ideia do que deseja ter como lar, você pode decidir como prosseguir com o processo de compra.

Dicas para escolher a sua casa

A seguir, vamos elencar algumas dicas importantes que você precisa levar em consideração para a compra da casa que tanto deseja.

Defina o valor que pretende gastar

Embora seja difícil definir um valor total para a compra de um bem tão importante e volátil como uma casa, vale a pena ter pelo menos uma estimativa do quanto você desejaria gastar nessa aquisição.

Não é preciso ser certeiro com os números nesse momento. Quando você avançar com o processo de compra - seja por meio da construção após a compra do terreno, ou com uma casa já decorada - terá mais noção do valor que irá gastar.

A dica que fica é: pesquise bastante os preços antes de definir o valor que pretende gastar na sua casa. Não deixe de lado seus desejos ou mesmo o seu sonho. Tudo é possível de ser atingido, contanto que tenha planejamento e foco.

Terreno ou casa pronta?

Decidir entre a compra de um terreno ou uma casa já decorada pode influenciar bastante no orçamento para o seu primeiro lar. Embora o terreno seja mais barato, entenda que existe o custo da construção: contratação de mão-de-obra, documentação do terreno, acabamento, entre outros.

Quanto à casa decorada, é preciso analisar se a estrutura permanece boa, a situação da parte elétrica e hidráulica, além do próprio acabamento. Muito provavelmente você e sua família podem considerar uma reforma para o novo ambiente, o que representa mais um tipo de gasto.

Pesquise o bairro com antecedência

Viu o local em que deseja comprar? Ótimo, mas a pesquisa não para por aí. Veja se o valor por metro quadrado é compatível com os índices de sua cidade e ande bastante pelo bairro, para verificar os estabelecimentos das proximidades.

Bairros próximos a hospitais e linhas de metrô, por exemplo, tendem a valorizar mais - ainda mais se ficarem na região central da sua cidade.

Além disso, veja se o bairro não costuma ser muito barulhento, especialmente à noite. Afinal, quem quer se mudar para um local para não conseguir dormir com tranquilidade, não é mesmo?

Você pode tentar diversas abordagens: conversar com moradores locais, pesquisar sobre os índices de criminalidade na região, entre outras estratégias, para ver se o bairro realmente oferece o que você e sua família precisam.

Não se mude antes do acabamento

Na ansiedade de morar o quanto antes em seu novo lar, muitas pessoas forçam a mudança o quanto antes. Existem motivos para isso - um dos mais comuns é a falta de dinheiro para terminar a parte de acabamento.

A melhor forma de evitar que isso aconteça é planejar com antecedência o valor a ser gasto com pintura, gesso e afins, para não ser surpreendido no final, quando o orçamento estiver perto de se estourar. O acabamento pode representar mais de 30% do valor gasto em uma casa. Portanto, cuide de todos os detalhes com antecedência, para não correr o risco de morar em um local com ar de inacabado.

Planeje a decoração da sua casa

Para a decoração, você pode contar com o trabalho de um especialista, como um arquiteto ou designer de interiores. Quanto antes você lidar com isso, menores são as chances de gastar mais quando tiver na parte de acabamento da sua casa.

O ideal é que a sua casa já seja construída com a decoração em mente, para evitar retrabalho. Com a contratação antecipada de um arquiteto ou engenheiro, você pode projetar do começo ao fim como a sua primeira casa vai ficar.

Cuidado para não se empolgar

É comum que o planejamento apresente algumas falhas e o orçamento saia do previsto. Porém, lide com isso da melhor forma possível: sempre deixe uma margem no seu orçamento para cada etapa, para que o valor final não ultrapasse demais o que havia determinado lá no começo.

Fique atento com as documentações

Na compra da sua casa, é preciso que você registre devidamente seu imóvel na Prefeitura da sua cidade, independente do contrato de compra e venda.

Para o devido registro do seu imóvel, você precisa ficar atento com:

  • Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), cobrado pela Prefeitura;

  • Escritura pública, cobrada pelo cartório;

  • Registro do imóvel, cobrado pelo tabelionato de notas.

Dependendo do tipo de imóvel, provavelmente você terá que lidar com outros tipos de documentações, que podem impactar no preço final. Pesquise com antecedência e considere as documentações em seu orçamento, para não ser pego de surpresa.

Quais são as formas de investir em uma casa

Antes de detalhar as formas de investimento em um imóvel, é importante ressaltar que se trata de um bem de alto valor. Muitas vezes, você precisa se preparar por anos, ou até décadas, até que consiga efetuar o pagamento do valor integral, independente da forma que selecionar.

Além do mais, em todas as possibilidades você pode contar com os recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para a compra da sua casa, seja uma nova ou já usada. Isso porque uma das premissas da conta do FGTS é fomentar o financiamento habitacional.

Cada forma de pagamento da sua casa permite o uso desse benefício de diferentes formas.

A seguir, entenda como você pode investir em sua próxima casa.

Pagamento à vista

Da mesma forma que você pode utilizar o dinheiro para a compra de um item menor com o dinheiro à vista, também pode comprar uma casa. Para isso, claro, é necessário ter o valor completo da casa - algo nem sempre possível, afinal, poucos têm um valor acima de R$ 200 mil, por exemplo, para a compra de um imóvel.

De qualquer forma, se você possui um bom patrimônio e deseja quitar a sua dívida com antecedência, o pagamento à vista é recomendado. A vantagem é que você pode até mesmo obter um desconto nesse tipo de transação: aproveite para negociar no momento da compra - quem sabe você não consegue um desconto de, pelo menos, 5% na compra do seu bem?

Mas, fique atento: por mais que você consiga sair com a sua casa no momento da compra, veja se o dinheiro não irá fazer falta.

Para isso, é preciso que tenha uma reserva de emergência já guardada - que consiste em pelo menos seis vezes os seus rendimentos mensais, com o objetivo de ser utilizado somente em casos de emergência, como perda de emprego, doenças graves etc. E, sempre que a reserva for utilizada, precisa ser reposta.

Portanto, se o dinheiro para a compra da sua casa deixar você e sua família financeiramente vulneráveis, reveja suas opções. Ter a casa própria é importante, mas, antes disso, você precisa proporcionar segurança para a sua família.

Financiamento

Uma forma bastante comum de compra de um bem como uma casa é por meio do financiamento.

A partir dessa modalidade, é preciso ter um valor de entrada e entrar em contato com uma instituição financeira, para que ela viabilize a compra do seu bem.

Geralmente, o valor pedido é de pelo menos 20% do total do imóvel. Para ter o seu financiamento aprovado, o banco faz uma ampla avaliação: analisa os seus rendimentos mensais, seu relacionamento com o banco, consulta aos órgãos de proteção ao crédito e, inclusive, o seu score, que é uma nota que define se você tem um histórico de bom pagador ou não.

Após todos os procedimentos burocráticos, a instituição financeira verifica qual o valor a ser financiado. Se for aprovado, este valor é dividido em parcelas que devem ser pagas mensalmente, com acréscimo de juros compostos.

Diferentemente da aplicação de um mero percentual sobre o valor final, os juros compostos são juros sobre juros. Portanto, quanto maior a quantidade de mensalidades a serem pagas por meio do financiamento, mais você pagará ao banco pela transação facilitada.

Como a compra de um imóvel envolve uma grande quantidade de parcelas - é possível financiar um imóvel em mais de 30 anos, por exemplo - o valor que se paga de juros muitas vezes é maior que o próprio valor do imóvel. Isso significa que um imóvel que custa R$ 500 mil, por exemplo, pode sair por mais de R$ 1 milhão por meio do financiamento.

Por mais que seja uma forma mais fácil de viabilizar a compra de um imóvel, com o financiamento você gasta muito mais para ter acesso à sua casa ou apartamento. Caso passe por algum tipo de dificuldade, é necessário fazer um processo de refinanciamento, em que os valores são recalculados, resultando em mais juros e, consequentemente, deixando o valor final do imóvel ainda mais caro.

Portanto, se deseja planejar a compra do imóvel da melhor forma, definitivamente o financiamento não é para você. O gasto é maior e, por fim, você acaba comprometido por décadas em uma dívida, por mais que queira mudar de lar com o passar dos anos.

Consórcio

Se você quer planejar a compra do seu imóvel, sem ter que pagar valor de entrada ou juros, o consórcio é a melhor opção.

Diferentemente de outras modalidades, você não sai com o bem na hora. Porém, tem liberdade para definir o valor para a compra, representado pela carta de crédito, além de escolher a quantidade de mensalidades em que deseja dividir.

Na verdade, o consórcio é uma espécie de autofinanciamento para a compra do seu bem.

Ao se tornar um consorciado, você pode ser contemplado com a carta de crédito, que é o valor que equivale ao total da compra. Todo processo de definir o valor das mensalidades do consórcio inicia pela simulação. Depois disso, um consultor de consórcio entra em contato, tira todas as dúvidas e entrega o contrato de adesão.

Enquanto consorciado, você pode ser contemplado de duas formas: pelos sorteios ou com a oferta de um lance, que é um valor a mais que todos podem tentar, com o objetivo de acelerar a contemplação.

Durante o pagamento da sua cota de consórcio, você não precisa escolher a casa que vai comprar. Esse processo de tomada de decisão pode ser feito após a contemplação.

Mas, como funciona o consórcio para a compra da sua casa? A seguir, vamos explicar todos os detalhes, para que você tenha uma ótima experiência de compra ao investir no seu novo lar.

Como funciona o consórcio para a compra de uma casa

Para viabilizar a compra de uma casa, muitos brasileiros tiveram que recorrer a alguma instituição financeira, com o objetivo de financiar a compra do seu imóvel. Além de gerar uma dívida gigantesca, que pode se estender por mais de 20 anos, a compra de uma casa pelo financiamento exige valor de entrada e pagamento de juros. Por isso, você acaba tendo que pagar o dobro do valor da casa através do financiamento, gerando um enorme prejuízo.

A melhor forma de investir em um bem de alto valor, como um imóvel, de forma parcelada, é por meio do consórcio. Diferentemente do financiamento, você não sai com o bem na hora. Porém, não precisa pagar valor de entrada e paga por um valor a prazo mais justo.

Mas, como funciona o consórcio?

Antes de tudo, é preciso ter um valor em mente que vai possibilitar a compra da sua casa. Digamos que você queira morar em um sobrado, por exemplo, que ocupa um terreno de cerca de 10 metros de largura por 25 metros de comprimento. Ao analisar o valor por metro quadrado do bairro, você identificou que precisaria de, pelo menos, R$ 200 mil para a compra deste imóvel.

Então, você pode escolher a administradora de consórcio que vai possibilitar esse investimento. Antes de tudo, é preciso selecionar uma empresa que tenha autorização do Banco Central do Brasil (Bacen) para funcionar - como a Embracon, por exemplo, que possui mais de 30 anos de história realizando sonhos de milhares de pessoas por meio do consórcio.

Após selecionar a administradora, basta escolher o consórcio de imóveis e fazer o processo de simulação. A primeira informação pedida é o valor de carta de crédito, que representa o total do bem que deseja comprar. Você pode simular o valor do bem quantas vezes quiser, portanto, não precisa se preocupar em ter um valor final.

Com o consórcio, você precisa ser contemplado para ter acesso ao valor integral da carta de crédito. Por isso mesmo, não precisa escolher a casa que quer comprar com antecedência. Você pode tomar essa decisão enquanto estiver pagando pelo seu consórcio.

A grande vantagem do consórcio é que você escolhe o valor do bem em que deseja investir. Tudo isso é possível por meio da simulação, que pede o valor da carta de crédito e a quantidade de mensalidades em que deseja dividir o pagamento.

Após inserir seus dados pessoais, você já tem o retorno com o valor da mensalidade de consórcio na simulação, incluindo algumas taxas do consórcio, como:

  • Taxa de administração: serve para remunerar a empresa de consórcio por todos os serviços realizados, como simulação, formação dos grupos, entrega das cartas de crédito, entre outros serviços, que vão viabilizar a contemplação do consorciado.

  • Fundo de reserva: trata-se de um valor cobrado com o objetivo de proteger os grupos da possível inadimplência de alguns integrantes. Como o consórcio conta com a mensalidade dos consorciados para o fundo comum, o fundo de reserva é tido como uma garantia de saúde financeira dos grupos durante o pagamento das cotas.

Vale lembrar que a carta de crédito dá poder de compra à vista ao consorciado: isso pode gerar um grande desconto na hora da sua compra.

Após o processo de simulação, você precisa informar seus dados pessoais, para que um especialista de consórcio entre em contato e entregue o contrato de adesão.

Com a assinatura do contrato, você entra em um grupo, que reúne pessoas com interesses parecidos com o seu e pode ser contemplado de duas formas: pelos sorteios mensais ou com a oferta de um lance, que é um valor a mais que cada consorciado pode tentar nas assembleias.

As assembleias acontecem mensalmente e definem os contemplados do grupo. Para ser elegível ao sorteio, é preciso estar com o pagamento da sua cota em dia.

Para a compra de uma casa, você pode contar com os recursos do FGTS para o seu lance.

Pelo lance livre, que é a modalidade mais comum, o maior valor ofertado define o contemplado. Mas você também pode tentar o lance de outras formas, como o lance fixo, em que o valor já é previamente fixado pelo grupo e, então, é feito um sorteio entre os interessados, ou o lance embutido, que permite a utilização de até 25% da sua cota como lance.

Ao ser contemplado, você passa por uma análise de crédito e, se estiver tudo certo, você pode utilizar o valor da carta de crédito para a compra. É possível investir em um terreno ou comprar uma casa já pronta e decorada, da forma que você sempre desejou.

Portanto, não adie mais a realização do seu sonho. Faça uma simulação de consórcio de imóveis e invista no seu novo lar.