Educação financeira: entenda o conceito

Educação financeira: entenda o conceito

Quando se fala na utilização do dinheiro, o brasileiro ainda possui alguns desafios. Afinal, por mais que se aprenda matemática nas escolas, quando se trata de como lidar com o dinheiro, é preciso levar em conta diversos outros ensinamentos.

Da mesma forma que é preciso conhecimento para exercer uma profissão, é preciso se educar para usar o seu dinheiro da melhor forma possível.

Não faltam ‘especialistas’ que prometem te ajudar a mudar de vida com falsas receitas infalíveis.

A verdade é que a mudança precisa partir de você. E, para isso, é preciso ter conhecimento, algo que ninguém pode confiscar.

Para que você dê um novo jeito nas suas contas e comece a usar o dinheiro a seu favor, vamos explicar em detalhes o conceito de educação financeira.

O que é educação financeira?

De acordo com a ENEF (Estratégias Nacional de Educação Financeira), educação financeira é um “processo no qual os indivíduos melhoram sua compreensão em relação ao dinheiro e produtos, com informação, formação e orientação”.

Em outras palavras, significa que é preciso ter conhecimento de como o dinheiro opera, para usá-lo com inteligência.

Ou seja, você precisa encarar o dinheiro de forma diferente. Ele não é o problema; é a solução. E, com a aplicação da maneira correta, pode fazer com que renda ainda mais.

Compra consciente

Para que a educação financeira seja duradoura é preciso encarar o dinheiro de um jeito diferente.

O que realmente vale mais para você: investir mais de R$ 3 mil em um smartphone ou comprar um livro por mês?

Os valores individuais devem ser levados em consideração. Porém, às vezes achamos que precisamos de todos os dispositivos eletrônicos do mundo quando mal temos tempo para sentar por 20 minutos e ler uma boa história.

Claro que este exemplo se aplica a diversas situações. Trata-se da diferença entre preço e valor: um smartphone dura, em média, 15 meses, enquanto um livro pode durar muito mais. Nem todos encaram o livro da mesma forma; pode ser que ele só dure até o final da leitura, já que muitos optam por doá-lo ou revendê-lo.

A diferença é que o investimento de um smartphone não deve ser encarado da mesma forma que o investimento em um livro. E é aí que entra a educação financeira: deve-se planejar o seu uso para, então, verificar se vale a pena pagar o preço que é cobrado.

Se para você é importante ter um smartphone de R$ 3 mil, tudo bem. Mas saiba que é preciso abrir mão de outras coisas para que este valor não comprometa demais o seu orçamento familiar. Converse com os seus familiares e entenda o real valor do gasto. Uma compra consciente faz parte da educação financeira.

Monte sua reserva de emergência

Para que nem você nem os familiares fiquem perdidos na hora de usar o dinheiro, é preciso conversar sobre pontos importantes. Antes de tudo: garanta a reserva de emergência da sua família, que geralmente consiste em até 6 vezes o seus rendimentos mensais em uma conta apartada da sua conta corrente. Esse dinheiro precisa ser fácil de resgatar, para lidar somente com situações complicadas, em que os seus recursos possam vir a ser insuficientes.

Dinheiro guardado não deixa de ser um plano eficiente em momentos difíceis, como a perda de um emprego ou uma situação econômica ruim que influencie demais nos gastos de casa.

Para que você comece com a reserva de emergência, o mais importante é quitar as dívidas.

Se você fez empréstimo no banco ou está com faturas atrasadas, o melhor é fazer uma reserva justamente para quitar essas dívidas. É possível negociar com as instituições financeiras, principalmente quando se tem a possibilidade de pagar à vista. Veja quanto fica para quitar de uma só vez e se organize para tirar essa dívida do seu orçamento familiar.

Estabeleça objetivos

De início, o sugerido é guardar 10% dos seus rendimentos mensais, após liquidar dívidas e organizar a sua vida financeira. Você não deve sacrificar seu bem-estar para chegar lá. Como dissemos, trata-se de um procedimento que exige paciência e deve ser posto em prática aos poucos.

Quando você perceber que guardar 10% já não é mais um sacrifício, você pode aumentar esse percentual aos poucos.

Não se deixe enganar pela falsa profecia de quanto mais você ganhar, mais vai conseguir guardar. Educação financeira trata-se de um exercício prático que funciona melhor quando se traça objetivos.

Use o dinheiro para investir

A partir do momento que você corta os gastos supérfluos e começa a guardar dinheiro, a prioridade deve ser a reserva de emergência.

Com o valor devidamente guardado, você tem mais segurança para fazer aplicações financeiras.

O ideal é começar pela renda fixa, com produtos como Tesouro Direto, CDBs e letras de crédito, que dão maior previsibilidade de retorno e não comprometem tanto o seu orçamento. Pesquise antecipadamente sobre eles antes de abrir uma conta em uma corretora de investimentos, por exemplo, ou acionar o gerente do seu banco.

Não tenha receio de começar com pouco, até ter segurança para aplicar um valor maior.

É importante acompanhar o noticiário econômico e ter ciência do impacto da taxa de juros básica e dos índices inflacionários no seu bolso. Com alta de juros, por exemplo, fica mais caro obter empréstimo dos bancos, e os ativos de renda fixa se tornam mais atrativos.

Mas, se quiser arriscar um pouco mais, você pode aplicar na renda variável. Entre os principais tipos de investimento estão a compra de ações na Bolsa de Valores, índice de dólar futuro, fundos imobiliários, entre outros.

Quanto mais você investir na educação financeira e, principalmente, conseguir colocar os ensinamentos em prática, maiores são as chances de se ter uma vida mais próspera.

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