O que é Pix e como ele funciona?

O que é Pix e como ele funciona?

O Pix é um sistema de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central do Brasil (Bacen) que permite transações financeiras em poucos segundos. Diferente dos outros sistemas até então, como Doc e TED, que só funcionavam em dias úteis, o Pix tem funcionamento 24h por dia, nos 7 dias da semana.

Ou seja, com o Pix você pode realizar qualquer tipo de pagamento, a qualquer hora do dia. Ele pode ser utilizado tanto para compras, como para transferências de dinheiro.

Para utilizar o Pix, é necessário ter uma conta corrente ou poupança. Pelo próprio sistema do seu banco ou instituição financeira é possível fazer o cadastro da chave Pix. Você pode cadastrar os seguintes tipos de chave:

  • CPF ou CNPJ (caso seja uma conta jurídica, por exemplo);
  • e-mail associado à sua conta do banco;
  • número de telefone celular;
  • chave aleatória, que pode ser gerada pelo próprio sistema (uma boa medida para quem não quer compartilhar dados pessoais na hora de fazer ou solicitar uma transferência ou pagamento).

O Pix foi lançado em novembro de 2020 como forma de democratizar o sistema de pagamentos no Brasil. Seu uso é gratuito para pessoas físicas e empreendedores individuais, tanto para realizar algum tipo de compra, como para receber transferência.

Até meados de abril de 2020, o Bacen informou que haviam mais de 215 milhões de chaves Pix cadastradas - o que mostra a amplitude de sua adesão.  

Porém, o sistema Pix ainda tem muito a evoluir, considerando pessoas jurídicas e pode até mesmo taxar alguns tipos de serviços. Para entender com profundidade como você pode usar o Pix, as diferenças com os pagamentos e transferências existentes e todas as informações relacionadas às chaves Pix, continue a leitura.

Como faço para usar a chave Pix?

A maior vantagem do Pix é conseguir receber e fazer pagamentos e transferências de forma instantânea, 24h por dia e qualquer dia da semana.

Para utilizá-lo, é preciso cadastrar a chave Pix no seu banco. Seu cadastro é opcional. Aliás, você não precisa de uma chave para fazer ou receber um Pix. Porém, ter uma chave Pix, de acordo com o Banco Central, é extremamente recomendável, para facilitar qualquer tipo de transação.

Para prosseguir com o cadastro da sua chave, entre no aplicativo ou no internet banking da sua conta corrente. Se preferir, é possível contar com a ajuda do seu gerente para o cadastro da sua chave Pix. Você pode escolher entre CPF, CNPJ, e-mail, celular ou chave aleatória, caso não queira compartilhar nenhuma informação pessoal.

Cada pessoa pode ter até 5 chaves Pix para cada conta da qual é titular. No caso de pessoa jurídica, é possível ter até 20 diferentes tipos de chave.

Porém, ao cadastrar a chave, é importante ressaltar que uma mesma chave não pode direcionar os recursos para contas diferentes. Ou seja, não dá pra ter a mesma chave cadastrada em bancos diferentes. Caso o correntista faça a associação de uma chave a mais de uma conta, o que vale é o último cadastro. Se este for o seu caso, é recomendado excluir a chave que se repete de uma das contas.

Sempre que quiser consultar as suas chaves Pix, é possível entrar pelo app ou pelo site do seu banco para checá-las. Você só tem uma chave a partir do momento que faz o cadastro, ou seja, não é porque sua conta corrente está associada ao seu CPF significa que o seu documento é uma chave automática. Se precisar de ajuda, converse com o gerente do seu banco para entender como cadastrar uma chave Pix.

Na hora de fazer uma transação, seja um pagamento ou uma transferência, você verá o Pix como uma das opções do seu aplicativo do banco - assim como acontecia com Doc e TED, por exemplo.

Ao selecionar a opção Pix, será pedida a chave para qual quer pagar ou transferir dinheiro. Basta inserir a chave Pix para quem irá realizar a transação. Digamos que você precise pagar R$ 100 para um amigo. Para efetuar o pagamento, basta pedir a chave Pix dele e inserir na opção do seu banco. Ao confirmar o nome do amigo e ver uma pequena fração de seus documentos, você consegue confirmar se realmente está transferindo para a pessoa correta. Ao confirmar, em menos de 10 segundos seu amigo terá os R$ 100 na conta dele.

Em casos de estabelecimentos que aceitam Pix, você não precisa utilizar cartão de crédito ou débito. Apenas com o celular, basta inserir a chave Pix ou até mesmo utilizar a maquininha com a função pagamento via Pix. Pronto, você conseguiu realizar uma compra de forma fácil, como se estivesse utilizando seu cartão de débito, por exemplo.

Utilizando o Pix na prática

A seguir, vamos explicar como funciona o Pix em duas diferentes situações:

Transferência entre pessoas

Confira o passo a passo de transferência de Pix para outra pessoa:

  • Identifique a pessoa que precisa pagar;
  • Com a chave Pix, você seleciona a conta para a qual irá pagar (pode ser por link de pagamento ou QR Code) ou até mesmo utilizando um dado pessoal, caso tenha sido cadastrada previamente como chave Pix;
  • Durante a transação, os dados são repassados para o Bacen;
  • Passam pelas chaves de acesso à conta;
  • E, pronto, a pessoa recebe o dinheiro.

Do tempo de transferência até que a pessoa receba, a transação demora, no máximo, 10 segundos pelo Pix.

Pagamento no varejo

Veja o passo a passo de uma compra no varejo com o Pix:

  • Identifique o estabelecimento ou loja em que vai pagar;
  • É gerado um QR Code, com o valor da compra que foi passada;
  • Durante a transação, os dados são repassados para o Bacen;
  • Passam pelas chaves de acesso à conta;
  • E, pronto, o estabelecimento tem a confirmação do valor recebido.

O tempo dessa transação é bem parecido com o pagamento em débito ou crédito pelo cartão - com a diferença de que você não precisa de um cartão físico para realizar a compra. Em menos de 10 segundos, o estabelecimento tem a confirmação e emite o comprovante do seu pagamento.

Pagamento de impostos com o Pix

Além de pagar e transferir para amigos e estabelecimentos comerciais, uma das facilidades do Pix inclui o pagamento de alguns impostos.

O Banco do Brasil, por exemplo, passou a incorporar o Pix como método de pagamento ao serviço de arrecadação feito pelo Governo Federal. Assim, será possível pagar DARFs (Documento de Arrecadação de Receitas Federais) apontando para um QR Code.  

Quem é MEI, Microempresa ou empresa de pequeno porte também pode contar com o Pix para o pagamento do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS).

Para os próximos anos, o governo federal pretende facilitar o uso do Pix para o pagamento de todos os tipos de impostos federais. E isso também deve se estender aos impostos estaduais e da prefeitura da sua cidade.

Preciso pagar para fazer um Pix?

Essa é uma dúvida bastante comum entre os brasileiros. Afinal, um sistema de pagamento instantâneo não realizar nenhum tipo de cobrança é de suspeitar, não é verdade?

O fato é que o Pix se trata de um serviço gratuito para pessoas físicas e MEIs (Microempreendedores Individuais).  

Porém, existem algumas exceções: o Pix pode ser cobrado em caso de venda de algum tipo de produto ou serviço prestado. Além disso, caso utilize maquininha ou algum outro canal presencial ou de telefonia para a transação, sem usar seu app do banco, a transação também pode ser cobrada.

No caso de pessoas jurídicas, pode acontecer de as instituições financeiras realizarem a cobrança de tarifas tanto do pagador, quanto de quem recebe. As tarifas podem ser estabelecidas pelas próprias instituições, desde que fique bem informado aos clientes. Essa taxação deve ser informada no ato da transação, nos extratos das contas e nos canais de informação da instituição financeira.

Como funciona o pagamento no comércio com o Pix

No caso de pagamento ou transferência de valor, demos o exemplo de que, ao solicitar a chave, basta prosseguir para efetuar o pagamento via Pix pelo aplicativo do seu banco.

Agora, imagine que você vá ao mercado fazer compras. Na hora de pagar, seria preciso pedir a chave Pix, abrir o aplicativo do banco para, então, realizar o pagamento. Trata-se de um processo mais burocratizado, certo?

Para esses casos, o Pix tem uma forma bem mais prática: a utilização de QR Code. A partir dessa modalidade, basta utilizar a câmera do seu celular, apontar para o QR Code e prosseguir com o pagamento. Bem mais simples, não é verdade?

No caso de compra, existem dois tipos de QR Codes disponíveis: o  

  • Estático: tem funções mais limitadas e devem ser utilizadas para recebimentos simples, que não precisam de integração com outros tipos de sistemas. Mais utilizado por pessoas físicas, profissionais liberais e pequenas empresas;
  • Dinâmico: permite uma configuração prévia por parte de quem recebe o pagamento. Recomendado para quem precisa de funcionalidades que requerem processos de reconciliação, integração de sistemas e automatização de processos.

Os dois tipos de QR Codes podem ser gerados tanto pelo banco, como pela maquininha do estabelecimento. Aliás, podem ser disponibilizados tanto em papel como por meio eletrônico.

Por mais que pareça simples quando falamos sobre uma função de pagamento instantâneo, como é o caso do Pix, a ideia é que ele possa facilitar todo e qualquer tipo de transação. Pense em uma empresa que realiza contratos com diferentes tipos de fornecedores e precisa automatizar qualquer tipo de processo. O QR Code dinâmico permite associar uma chave a um tipo específico de transação, por exemplo.  

A ideia é que, independente de valor, horário, tipo de recebedor, bem ou serviço comprado, o Pix possa atender a todas as necessidades de pagamento, recebimento e transferência de valores. Por ser um sistema muito novo, nos próximos meses o Pix deve cobrir funções mais complexas, como quitação de taxas, impostos de compras de bens e serviços e muito mais.  

Qual o valor máximo de transferência do Pix?

O Bacen deu a liberdade para que as instituições financeiras determinassem o limite de valor a ser transferido via Pix.

Porém, as instituições precisam obedecer critérios capazes de mitigar riscos de fraude ou infração à regulação. Ou seja, não pode ser um valor arbitrário para taxar, já que o objetivo seria prevenir qualquer tipo de lavagem de dinheiro.

Dependendo do tipo de situação para utilização do Pix, a instituição financeira pode determinar alguns limites de transferência, como:

  • Agendamento do Pix;
  • Dependendo do canal de atendimento utilizado pelo pagador, pode haver um limite de transferência;
  • Conta do recebedor deve ser da mesma titularidade do pagador;
  • Forma de autenticação;
  • Entre outros, que podem ser definidos posteriormente pelo Bacen.

Apesar de algumas cobranças que podem ser realizadas por conta do Pix, o Banco Central foi enfático ao determinar que nenhuma instituição pode fixar limites para o número de transações que uma pessoa pode fazer ou receber pelo Pix.  

Isso significa que você pode transferir ou receber quantas vezes for necessário, independente do dia ou horário.

É permitido sacar com o Pix?

Com mais de 100 milhões de transações realizadas e mais de 200 milhões de chaves cadastradas, o Pix aos poucos vai se estabelecendo como o principal meio de pagamento digital do país.

E, além de pagar, em breve também será possível sacar utilizando a tecnologia do Pix. Mas, como isso vai funcionar?

A partir do terceiro trimestre de 2021, os estabelecimentos terão opções para escolher a forma com que irão trabalhar com o saque Pix, com a possibilidade de sacar em um estabelecimento comercial, vinculando ou não essa operação a uma conta.  

Como opção, o consumidor também poderá sacar um valor e comprar o produto em uma mesma operação com o Pix.

Na prática, será bem simples seu funcionamento: com o saque Pix, você pode fazer uma transferência de valor para o lojista e receber o dinheiro em espécie.  

Isso deve ajudar bastante os clientes de bancos tradicionais e fintechs, que não vão depender de agências ou caixas eletrônicos avulsos para possibilitar o saque. Dessa forma, você poderá contar com o Pix para ter acesso ao dinheiro físico contando com a ajuda do estabelecimento - sem precisar ficar correndo atrás de caixas 24h para ter dinheiro em espécie.

Integração do Pix com seus contatos

Com o objetivo de facilitar o pagamento ou transferência para pessoas e estabelecimentos conhecidos, o Bacen também disponibilizou a opção de integrar o Pix à agenda dos celulares.

Bancos e fintechs que utilizam o Pix podem ajudar nessa integração por meio de seus aplicativos, medida que vai ajudar bastante usuários que utilizam o número do celular como uma das chaves Pix.

“Essa possibilidade facilitará, por exemplo, o ajuste quando uma pessoa alterar o nome em decorrência de casamento, ou uma empresa alterar o nome fantasia do estabelecimento”, diz o documento do Bacen explicando a liberação dessa funcionalidade.

Qual o futuro do Pix?

Como já explicamos, o Pix deve se consolidar em breve como o principal sistema de pagamento em todo o país.

Trata-se de uma tecnologia segura e auditada pelo Banco do Brasil. Dessa forma, o país une-se a algumas dezenas de países desenvolvidos, que permitem o pagamento e a transferência instantânea, com autorização da principal autarquia financeira do país.

Além da possibilidade de saque em lojas físicas, que deve diminuir as idas aos bancos tradicionais e caixas 24h, o Pix deve agregar novas funcionalidades com o passar dos meses.

O objetivo é que o Pix alcance todas as pessoas, empresas e instituições.  

Para o quarto trimestre de 2021, a proposta é dar a possibilidade de fazer Pix por aproximação. Seria um ponto de conexão com open banking, que é uma plataforma aberta de compartilhamento de dados financeiros que está em constante evolução.

Também existe a projeção de se ter um Pix Internacional, que facilitaria transferências para o exterior e até mesmo permitir um split de pagamento, que ajudaria bastante o modelo de negócio de marketplace.  

Imagine que você vai fazer a compra de um computador em um site de e-commerce, por exemplo. O produto que você encontrou é de outra loja, que está sendo anunciado no site em que você está. Com a opção de split, você poderia fazer o pagamento via Pix, e a divisão dos valores para o marketplace seria repassada automaticamente - o que pode eliminar boa parte da burocracia desse modelo de negócio.

A estimativa do Banco Central é que o Pix evolua para um tipo de identidade digital no futuro. Isso pode ajudar bastante na prevenção de fraudes financeiras e comprovação das informações dos cidadãos de forma virtual.

Por que vale a pena utilizar o Pix

Agora que você já conhece todo o funcionamento do Pix, vale a pena ressaltar suas vantagens. Confira a seguir.

Você pode pagar ou transferir a qualquer hora

Antes da chegada do Pix, para fazer uma transação como uma transferência, por exemplo, era necessário aguardar um dia útil até que o dinheiro caísse na conta de quem recebeu.

Com o Pix, ficou muito mais fácil. Agora, a transferência é realizada na hora e pode ser feita em qualquer dia ou horário. Fica até mais fácil comprovar o recebimento na hora da transação.

Quando se realiza um Doc ou TED, por exemplo, até mesmo a confirmação da transferência pode ser um complicador: afinal, qualquer inserção errada de dados pode fazer com que o dinheiro volte. E, até que se descubra isso, pode demorar mais do que imagina. Com o Pix, você consegue confirmar a chave na hora e, em poucos segundos, o pagamento ou transferência é confirmado.

Você deve utilizar cada vez menos seu cartão

Ao optar por utilizar nos estabelecimentos comerciais, o Pix facilita para que, apenas com o uso do celular, você consiga realizar uma compra.

Essa medida evita, por exemplo, que você fique desprotegido caso perca ou tenha seu cartão furtado ou roubado.  

Menor custo para MEIs e pequenas empresas

Ao confirmar o pagamento de um serviço, o custo de um Pix é bem menor que as formas tradicionais, com sistema de envio de notas e demais burocracias.

Facilidade para criação de chave

Sempre que quiser, você pode trocar a chave do seu Pix, para que consiga utilizá-lo da melhor forma. Além disso, é muito fácil interagir com a chave: seja ao pagar ou receber, por exemplo, a chave fornece os dados necessários para confirmação. Isso facilita bastante na confirmação de uma transação.

Fim das tarifas de transferência

Quem tem conta corrente em bancos sabe muito bem dos pacotes que limitam o número de Docs e TEDs sem tarifas. Isso porque, ao transferir ou sacar um valor, você corre o risco de pagar uma taxa para o banco, dependendo do seu pacote de tarifas.

Com o Pix, o pacote mais básico do banco já é o suficiente para sua utilização. O Bacen proíbe qualquer tipo de cobrança adicional para um simples pagamento ou transferência - a não ser em casos específicos, como explicamos acima.  

Trata-se de um benefício triplo: você faz o pagamento na hora, não paga por isso e pode fazer quando e quantas vezes quiser.

Pontos do Pix a melhorar

Deu pra perceber que existem vantagens múltiplas com a utilização do Pix, não é verdade?

Trata-se de um sistema recente, que deve ser aprimorado com o passar dos anos. Algumas das desvantagens iniciais:

  • Integração com cartão de crédito;
  • Parcelamento de valores;
  • Em casos de transferência, por exemplo, precisa de acesso à internet;
  • Falta de clareza em relação às cobranças pelas instituições financeiras;
  • Sem possibilidade de estorno nas transferências.

Ao longo dos meses, mais funções serão associadas ao Pix. Em pouco tempo, esse sistema de pagamento, tão importante para a democratização financeira do país, deve facilitar ainda mais a forma com que compramos e transferimos dinheiro.  

E você, já está utilizando o Pix? Para mais dicas de finanças pessoais, continue lendo o blog da Embracon.

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