O que é o devedor solidário e como ele te ajuda?

O que é o devedor solidário e como ele te ajuda?

Quem procura entender melhor como funciona o segmento de consórcio sabe muito bem que é preciso oferecer garantias à administradora, para que consiga realizar o pagamento das mensalidades.

Por ser um tipo de autofinanciamento a longo prazo para a compra de um bem, o consórcio é um compromisso entre o cliente a administradora: o consorciado precisa estar com as mensalidades em dia, mesmo depois da contemplação, até ter toda a sua cota paga; e a administradora precisa garantir a formação dos grupos, os sorteios mensais, a contemplação e a entrega da carta de crédito.

Só que nem todos os consorciados possuem as mesmas condições de pagamento. E, como o consórcio é uma modalidade que se adequa ao planejamento financeiro de cada indivíduo, pode acontecer de termos um consorciado que precisa de mais comprovações para firmar o compromisso com a administradora. É aí que pode entrar o devedor solidário, que iremos explicar em detalhes.

O que é devedor solidário?

Quando se fala em investir em bens de alto valor, como carro, casa, moto ou serviços, é preciso oferecer garantias de que você realmente pode pagar por aquela aquisição.

É por isso que as instituições costumam pedir holerite, realizam consultas em órgãos de proteção ao crédito e pedem comprovações dos seus rendimentos mensais. Por meio dessa avaliação, elas entendem se você realmente conseguirá pagar, a longo prazo, por um determinado valor de mensalidade.

Além disso, essa avaliação permite entender se o consorciado é um bom pagador e se honrará com os compromissos mesmo depois de ser contemplado com o bem.

No consórcio, o valor da mensalidade não pode ultrapassar 30% do valor que o consorciado recebe mensalmente. O valor mensal pode ser a junção de todos os integrantes da família.

Por exemplo, digamos que, na sua casa, você tenha um salário líquido de R$ 5.000; seu marido ou esposa também recebe líquido de R$ 5.000; e, o filho mais velho que mora com vocês, recebe R$ 2.000. É possível juntar todas essas rendas, que totalizaria R$ 12.000. Este valor será considerado como cálculo para entender o máximo de parcela que poderia pagar pelo consórcio. No caso, a mensalidade não poderia ultrapassar R$ 3.600.

Ainda utilizando os valores como exemplo, digamos que a família queira pagar por um valor mais elevado de parcela. Para isso, precisaria ter um devedor solidário, ou seja, alguém que irá compartilhar a responsabilidade pela dívida.

Nesse caso, o devedor pode somar sua renda aos R$ 12 mil que a família possui. Assim, a família poderia pagar por um valor mensal maior.

O devedor solidário deve manter o mesmo compromisso que os consorciados. Na etapa de contemplação, por exemplo, precisa enviar a mesma documentação que o proprietário da cota. Além disso, caso o dono da cota não consiga se comprometer com os pagamentos, o devedor solidário fica responsável pelas mensalidades.

Em que momentos posso precisar de um devedor solidário?

Quando você começar a pagar por um consórcio, avalie muito bem o valor das parcelas.

Embora a administradora coloque 30% como teto máximo, o ideal é ter uma boa ‘folga’. Ou seja, quanto menos a parcela comprometer seus rendimentos mensais, menores são as chances de se depender de um devedor solidário.

A cada aniversário de cota, as mensalidades passam por um reajuste, levando em conta a inflação. Ao mesmo tempo que isso impacta o valor da carta de crédito em que está investindo, as mensalidades podem subir, de acordo com o INCC (Índice Nacional de Custo de Construção) para consórcio de imóveis e IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para consórcio de moto e automóveis.

Dependendo da quantidade de mensalidades restantes do consórcio, você pode passar por esses reajustes por um longo tempo. A administradora realiza esse procedimento para impedir que a sua carta de crédito seja prejudicada pela possível desvalorização da moeda ano após ano. Isso significa que, caso você já tenha o apartamento que deseja em mente, mas vá demorar para ter a carta, saiba muito bem que ela será atualizada de acordo com os índices inflacionários.

Mas o que os reajustes têm a ver com a necessidade de um devedor solidário?

Bom, ao longo de meses ou anos muitas coisas podem mudar. Nesse período, a mensalidade do consórcio pode ultrapassar os 30% dos seus rendimentos mensais. Por padrão, a administradora exige a indicação de um devedor solidário caso isso aconteça.

Uma vez que você fecha o contrato de consórcio, começa a participar das assembleias mensais, em que pode ser contemplado via sorteio ou por lance.

Caso você seja contemplado via sorteio e esteja em um momento em que as parcelas ultrapassam 30% dos seus rendimentos, precisa indicar o fato à administradora.

Isso porque, para a contemplação, é feita uma nova análise de crédito mais detalhada. Além de pedir todas as informações pessoais, holerite, entre documentações específicas, a administradora realiza o cálculo do valor de cada mensalidade restante.

Se o valor atual ou futuro ultrapassar 30% do que você declarou como renda mensal, a administradora pede a indicação de um devedor solidário antes de entregar a carta de crédito.

Para evitar ser pego de surpresa, o ideal é que você se prepare o quanto antes para manter um valor de mensalidade que não comprometa seu orçamento mensal. Caso isso não seja possível, não tem problemas. Converse com alguém de sua confiança, explique o motivo da indicação como devedor solidário e se mantenha comprometido, para não gerar um mal-estar posterior.

Quer mais dicas de como se planejar melhor para as mensalidades do consórcio? Então confira nosso guia completo para manter sua saúde financeira.

Tem interesse em consórcio? Faça uma simulação e veja os benefícios.
Simulação Consórcio