Finanças para crianças: dicas de como ensinar sobre dinheiro desde cedo

Finanças para crianças: dicas de como ensinar sobre dinheiro desde cedo

A importância de ensinar educação financeira para as crianças desde cedo é imensa. Muitas pessoas não tiveram a oportunidade de aprender sobre finanças na escola - tanto que é comum investidores bem-sucedidos citarem o aprendizado sobre o assunto em casa, junto aos pais.

Uma pesquisa da Standard & Poor’s identificou que, entre 144 países, o Brasil ocupa a 74ª posição no ranking de educação financeira. E um dos pilares mais importante para avançarmos nesse assunto é ensinar finanças para as crianças.

Outra pesquisa, divulgada pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), mostrou que os pais são os agentes mais importantes de transformação na educação financeira dos filhos.  

Para se ter uma ideia, 94% dos jovens de 15 anos de 20 países disseram que, quando o assunto é dinheiro, os pais são a principal referência - à frente até mesmo da internet, que representa 77% desse tipo de aprendizagem em suas vidas.

Por isso, ter um papel ativo na educação dos filhos sobre finanças é extremamente importante. E, para que você consiga ensinar desde cedo a criança sobre o assunto, vamos trazer algumas dicas a seguir.

Comece desde cedo

Especialistas em finanças pessoais indicam que o melhor momento para ensinar sobre o dinheiro é na primeira infância mesmo, já entre os 3 e 5 anos. Você pode começar ensinando a importância de se ter um cofrinho e juntar dinheiro, dando pequenas moedas, para que comece a ter uma noção.

Se possível, pode fazer algumas contas básicas com essas moedas para que, aos poucos, a criança possa se desenvolver não apenas em matemática, mas também em relação a pequenas compras.

Você pode levá-la na hora de fazer as compras com as moedas, para que pratiquem a noção de preço das coisas. Aos poucos, a criança aprende a lidar com o dinheiro e, principalmente, entender o valor dele em suas vidas.

Fale sobre o dinheiro no dia a dia

Muitas pessoas têm receio de falar em dinheiro porque envolve uma série de decisões emocionais. Por exemplo, se você tem muitas dívidas, por que trazer este assunto em um momento junto ao seu filho - ainda mais quando é criança, não é mesmo?

Porém, não adie a conversa sobre o assunto. Você pode aplicar pequenos exemplos no dia a dia, mostrando o quanto você ganha, as decisões que têm em relação às suas finanças e, claro, dando opções, estimulando a criança a exercer sua imaginação e até mesmo a definir seus primeiros objetivos.

Dê uma mesada ao seu filho

Dar uma mesada aos filhos é uma forma prática de exercer a consciência do uso do dinheiro. É importante estabelecer uma periodicidade para dar o dinheiro e se manter firme para não dar mais quando os recursos da criança se esgotarem.

Com a mesada, a criança pode definir o que pode comprar e entender na prática o real valor do dinheiro para a compra do que realmente deseja. Não tenha receio de começar com pouco. Por mais que a criança se frustre ao perceber que o dinheiro não é capaz de comprar o videogame ou o celular que gostaria, a mesada permite o reconhecimento do esforço para se comprar o que deseja.

Converse com o marido ou esposa sobre o melhor valor para dar à criança.  

Reforce a importância de poupar

Apesar da mesada cumprir um papel importante na educação financeira dos filhos e de toda a família, é importante sempre reforçar os benefícios de poupar dinheiro.

De início, você pode trazer exemplos práticos em seu dia a dia, para estimular a criança a fazer o mesmo com a sua mesada. Aos poucos, você pode criar uma conta, para que a criança entenda os benefícios de manter o dinheiro em algum tipo de produto financeiro.  

Se possível, estabeleça metas junto à criança, para que ela possa comprar o brinquedo que tanto deseja com o valor que recebe de sua mesada.

Fale sobre metas de curto, médio e longo prazo

A partir do momento que a criança começa a utilizar mais o dinheiro da mesada, você pode introduzir assuntos mais abrangentes de finanças para seu dia a dia.

Um deles, por exemplo, é o estabelecimento de metas de curto, médio e longo prazo. Isso vai forçá-la a pensar em como dividir o dinheiro que ganha, para que atinja seus objetivos.  

Separe o consumo do lazer

É importante que a criança entenda que o consumo não necessariamente significa lazer. Ela pode usar o dinheiro para coisas que gosta, mas também deve se preocupar com experiências do dia a dia, como uma ida ao cinema ou ao parque, por exemplo.

Estabeleça um combinado com a criança, para que ela saiba distinguir na hora de usar o dinheiro. E reforce, sempre, que as experiências são tão ou mais importantes que o consumo.

Compre livros de educação infantil

Felizmente, temos diversos exemplos de obras que falam sobre finanças para as crianças. Um deles é o “Almanaque Maluquinho - Pra Que Dinheiro”, do clássico personagem de Ziraldo.  

Outras obras, como “Dinho e Suas Finanças”, elaborado pelo Programa de Educação Financeira nas Escolas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), ou  “Ganhei um Dinheirinho — O Que Posso Fazer Com Ele?”, escrito por Cássia D’Aquino, podem ajudar seus filhos a terem melhor controle sobre as finanças pessoais.

A leitura é um importante instrumento de educação - e, quando se trata de finanças, os livros cumprem o papel importante de trazer exemplos práticos, para que a criança aprenda a usar o dinheiro de forma inteligente.

Investir em educação financeira vai muito além de dar uma mesada. Ter acompanhamento dos gastos, ensinar sobre planejamento e, principalmente, colocar tudo isso em prática pode ajudar o seu filho a ter uma relação saudável com o dinheiro desde cedo.  

Para mais dicas de finanças pessoais, acompanhe o blog da Embracon.

Simulação