O papel do consórcio na compra de apartamentos para investimento

14 de jul. de 202511 minutos de leitura
O papel do consórcio na compra de apartamentos para investimento

Investir em imóveis é uma das formas mais tradicionais e sólidas de aplicar dinheiro no Brasil. Entre as opções disponíveis, a compra de apartamentos para investimento se destaca pela combinação de segurança patrimonial, potencial de valorização e geração de renda passiva por meio de aluguel. No entanto, o custo elevado de entrada costuma ser uma barreira bem significativa para os investidores.

Uma alternativa cada vez mais procurada por muitos é o consórcio imobiliário. Neste artigo, vamos explicar  o funcionamento do consórcio, suas vantagens e desvantagens, as melhores estratégias para usá-lo como uma forma de investimento e dicas práticas para quem quer começar. Se quer saber mais, continue com a gente!

Consórcio: o que é e como funciona a compra de apartamentos para investimento 

Se você já pensou em comprar um imóvel, provavelmente esbarrou em duas alternativas: juntar o dinheiro por conta própria (o que pode levar anos) ou recorrer ao financiamento bancário (com suas parcelas pesadas e longos anos de juros). No meio do caminho entre essas duas opções existe uma terceira possibilidade: o consórcio imobiliário.

Mas o que exatamente é isso?

De forma simples, o consórcio é um modelo de compra colaborativa e programada, no qual várias pessoas se unem com um objetivo em comum: adquirir um bem, como um apartamento, uma casa ou um terreno. É como se fosse um grande grupo de pessoas com o mesmo sonho, reunidas para alcançar esse objetivo em conjunto, cada uma contribuindo mensalmente com uma parte do valor.

Quando você entra em um consórcio imobiliário, você passa a fazer parte de um grupo de consorciados, isto é, pessoas que também estão interessadas em comprar imóveis. Esse grupo é formado e gerenciado por uma administradora de consórcios, que deve ser autorizada e fiscalizada pelo Banco Central do Brasil. Essa empresa é responsável por organizar os pagamentos mensais, realizar as contemplações, cuidar da parte burocrática e garantir que tudo aconteça com segurança e transparência.

Todos os meses, os participantes do grupo pagam uma parcela fixa, que corresponde a uma fração da carta de crédito, ou seja, o valor total que será utilizado na compra do imóvel. Esse dinheiro vai para um fundo comum, que é usado para entregar mensalmente uma ou mais cartas de crédito aos consorciados.

A entrega das cartas de crédito acontece de duas formas:

  1. Por sorteio: todos os participantes do grupo têm chances iguais de serem contemplados.

  2. Por lance: você pode antecipar parcelas ou oferecer um valor extra como forma de “acelerar” sua contemplação. Quem oferece os maiores lances, normalmente, tem mais chances de ser contemplado antes.

O que é a carta de crédito?

A carta de crédito é liberada quando você é contemplado e te dá o poder de compra à vista – o que pode até ajudar na negociação com o vendedor, já que você não depende de financiamento.

O mais interessante da carta de crédito é que ela mantém o seu poder de compra, mesmo que demore alguns anos para ser utilizada. Isso porque a maioria das administradoras reajusta o valor da carta conforme a inflação do setor imobiliário (geralmente usando índices como o INCC). Assim, você não perde valor ao longo do tempo.

Um ponto importante para entender é que, embora o consórcio funcione com base na união de várias pessoas, a compra do imóvel é totalmente individual. Quando você é contemplado, a carta de crédito é sua. Você escolhe o imóvel que quiser (dentro das regras da administradora), negocia com o vendedor, define localização, tipo, tamanho e demais detalhes. É você quem toma as decisões, não o grupo.

Apartamentos para investimento: por que usar o consórcio? 

O consórcio imobiliário é frequentemente associado ao comprador que busca seu primeiro imóvel, mas essa visão ainda é limitada. Na realidade, ele pode ser uma forma extremamente inteligente para quem deseja comprar apartamentos para investimento, especialmente quando o foco está na aquisição de apartamentos para gerar renda ou valorização futura.

Entre os principais benefícios de usar o consórcio nessa estratégia, estão: 

  • Acesso planejado e sem juros

Uma das maiores vantagens do consórcio, e que o diferencia radicalmente do financiamento, é a ausência de juros. No financiamento, você paga uma taxa de juros sobre o valor total emprestado, e, com o tempo, essa taxa representa uma parte considerável do valor total pago. Já no consórcio, esse encargo não existe.

Nele, você paga uma taxa de administração, que é fixa e diluída ao longo do contrato, e um fundo de reserva. Em muitos casos, o valor final pago ao longo dos anos acaba sendo bem menor do que o que se pagaria em um financiamento de prazo similar.

Essa economia é especialmente importante para o investidor. Afinal, quando se fala em investimento, o custo de aquisição influencia diretamente na rentabilidade. Se você consegue adquirir um imóvel por um valor menor, sua margem de lucro, seja via aluguel ou revenda, automaticamente aumenta.

  • Crescimento de patrimônio 

Outra razão para usar o consórcio para comprar apartamentos para investimento é a possibilidade de aumentar o seu patrimônio de forma progressiva e estruturada.

Imagine que, em vez de comprar um único apartamento com um alto valor de entrada à vista, você opta por entrar em dois ou três consórcios com valores menores, com parcelas que cabem no seu orçamento.

Ao longo dos anos, conforme você é contemplado, vai formando um portfólio de imóveis, sem a necessidade de tomar grandes dívidas ou descapitalizar completamente em um único momento.

Esse efeito é cumulativo: quanto mais cedo você começa, maior o potencial de construção patrimonial no médio e longo prazo.

  • Flexibilidade na escolha do imóvel

Ao contrário do financiamento habitacional, que costuma ter limitações quanto ao tipo de imóvel, localização e até mesmo idade do imóvel, o consórcio oferece uma flexibilidade muito maior na hora da compra.

Depois de contemplado, você recebe uma carta de crédito que funciona como pagamento à vista. Isso significa que você pode negociar diretamente com o vendedor, escolher o bairro, o andar, a tipologia do apartamento (studio, 2 quartos, cobertura etc.), e até mesmo adquirir imóveis usados, desde que estejam dentro do valor da carta ou você complemente com recursos próprios.

Para quem investe, isso é valioso. Você pode, por exemplo:

  1. Escolher imóveis em regiões com alta liquidez para locação.

  2. Comprar imóveis com grande potencial de valorização.

  3. Adquirir apartamentos para reforma e posterior revenda (flipping).

  4. Investir em cidades diferentes ou regiões turísticas com foco em aluguel por temporada.

  • Possibilidade de usar lances

Muitos investidores que conhecem bem o funcionamento do consórcio usam os lances como uma forma de antecipação. Se o investidor dispõe de um capital reservado, pode aplicá-lo estrategicamente para ser contemplado antes do previsto, escolhendo o momento mais oportuno do ponto de vista do mercado imobiliário.

Existem diferentes tipos de lances, o que é mais vantajoso ainda:

  1. Lance livre: você define quanto quer ofertar;

  2. Lance fixo: a própria administradora avalia o percentual fixo para ser ofertado. Em caso de empate, sorteios são realizados para definir o ganhador;

  3. Lance embutido: valor do lance é retirado da própria carta de crédito.

Passo a passo para comprar apartamentos para investimento no futuro com o consórcio 

Se você quer comprar apartamentos para investimento, não é só entrar em um consórcio e esperar a contemplação. Tudo deve ser analisado com calma e, para isso, listamos algumas etapas importantes para te ajudar nessa aquisição:

1 - Reflita sobre o seu objetivo

Antes de qualquer movimento prático, a pergunta mais importante é: Você quer renda? Valorização? Um imóvel para vender depois de reformar? Um apartamento para alugar na praia nas temporadas? Ou apenas diversificar seu patrimônio?

Saber o que você espera do imóvel é o que vai determinar todo o resto: o valor da carta de crédito, o tipo de consórcio, o perfil do apartamento que você buscará e até mesmo a região em que você vai investir.

Muitos pulam essa etapa achando que é óbvia. Mas ignorá-la pode levar a escolhas desconectadas do seu propósito e, quem investe sabe: decisões mal alinhadas são atalhos para frustração.

Pense com calma. Não existe resposta certa. Existe o que faz sentido para você.

2 - Escolha a carta de crédito com sabedoria

Depois de entender o que você quer, vem a decisão financeira mais importante: o valor da carta de crédito.

Aqui, o erro mais comum é superestimar a própria capacidade financeira. “Ah, daqui a uns anos minha renda vai subir, então vou pegar logo uma carta de 1 milhão.” Só que o consórcio exige disciplina mensal, e as parcelas vão bater no seu orçamento com pontualidade de relógio suíço.

Por isso, seja honesto consigo mesmo. Escolha um valor de carta que caiba no seu presente e não apenas no seu otimismo para o futuro. Ao mesmo tempo, pense com visão: o valor da carta deve estar alinhado com o tipo de imóvel que você deseja investir.

Se o foco é comprar para alugar em regiões centrais, uma carta de R$ 300 mil pode bastar. Se for um apartamento em área turística ou com padrão mais alto, talvez R$ 500 mil ou R$ 700 mil seja mais adequado.

Faça contas. Simule parcelas. Enxergue esse compromisso como um casamento de longo prazo, porque é isso que ele será.

3 - Escolha uma boa administradora

Quem está por trás do seu consórcio?

Nem toda administradora é igual. E, quando o assunto é consórcio, a confiança na instituição que gerencia seu grupo é mais do que fundamental. Ela será responsável por receber seu dinheiro todos os meses, manter o grupo em equilíbrio, organizar os sorteios, validar os lances e, lá na frente, liberar a carta de crédito que viabiliza seu investimento.

Procure administradoras autorizadas pelo Banco Central do Brasil, com histórico sólido, reputação no mercado e transparência no atendimento. Pesquise avaliações, converse com quem já participou, leia o contrato com atenção.

Aqui não é lugar para economizar por impulso. Às vezes uma taxa de administração um pouco menor pode esconder custos ocultos, dificuldade na liberação da carta ou de comunicação. Escolha com critério. 

4 - Participe do grupo e mantenha o foco

Com a adesão ao consórcio feita, começa a fase mais desafiadora: esperar, sem parar.

Mês após mês, você vai contribuir com sua parte, mesmo quando nada acontece. É nesse momento que muitos desanimam, especialmente se demorar para ser contemplado. Mas é justamente aqui que o investimento se constrói.

Cada parcela paga é um montante que você está colocando no seu patrimônio. Mesmo que a contemplação ainda não tenha vindo, o saldo está crescendo, o valor da carta está sendo corrigido e sua consistência está te aproximando do imóvel ideal.

Pense no consórcio como uma poupança com destino certo. Você não está apenas guardando dinheiro: está investindo na possibilidade de aumentar seu patrimônio com um ativo real. Por isso, não desista! 

5 - Escolha o imóvel com calma 

Finalmente contemplado. Carta de crédito em mãos. Agora sim é hora de comprar o apartamento que tanto almeja. Mas calma. O erro mais comum aqui é agir com ansiedade e comprar o primeiro imóvel que aparece. Lembre-se: você é um investidor, não um comprador emocionado.

Avalie o imóvel com critérios de rentabilidade:

  • Quanto ele pode render em aluguel?

  • Qual o custo para colocá-lo no mercado (reformas, documentação, impostos)?

  • Como está o histórico de valorização da região?

  • A liquidez é boa? Você consegue revender facilmente se precisar?

Se a intenção for locação, estude o perfil dos inquilinos na área, a concorrência, o índice de vacância. Se for revenda, pense no potencial de reforma e no público-alvo que pode se interessar por aquele imóvel.

Aqui a carta de crédito te dá uma vantagem imensa: você tem poder de compra à vista. Use isso a seu favor na negociação e escolha com inteligência. Um bom imóvel comprado certo é o que transforma o consórcio em lucro.

Desvantagens e riscos do consórcio para apartamentos

Nenhuma forma de investimento é perfeita, e o consórcio imobiliário não foge à regra. Embora ele ofereça vantagens importantes (como a ausência de juros e o planejamento de longo prazo), também traz consigo riscos e desvantagens que merecem a sua atenção.

É justo e válido ressaltar que o consórcio não é para todo mundo. E mesmo para quem se encaixa nesse perfil, é preciso entrar de forma consciente. Nada de mentirinhas por aqui, porque a modalidade de crédito programada tem lá seus impasses. 

  • A contemplação pode demorar

Esse talvez seja o ponto mais sensível para o investidor: a incerteza de quando a carta de crédito será liberada.

No consórcio, você pode ser contemplado por sorteio ou lance. Isso significa que não há como prever exatamente quando você poderá adquirir o imóvel. Pode acontecer no segundo mês... ou no último ano do grupo.

E aqui entra o primeiro risco: se o seu plano de investimento depende de timing (comprar agora porque a região vai valorizar rápido, por exemplo), o consórcio talvez não seja a melhor opção.

Esse fator imprevisível exige do investidor duas coisas: paciência e flexibilidade. Se você precisa de prazos definidos, talvez um financiamento com entrada e parcelas acrescidas de juros seja mais viável.

  • As taxas de administração 

Embora o consórcio não tenha juros, ele não é isento de custos. Há cobrança de taxa de administração, que é a remuneração da administradora por gerir o grupo. Além disso, podem ser cobradas taxas extras como:

  • Fundo de reserva (usado para cobrir inadimplência de outros consorciados).

  • Seguro (em alguns grupos).

  • Taxa de transferência (caso deseje vender sua cota no futuro).

O problema é que muitas pessoas entram no consórcio apenas comparando com o financiamento, pensando: “Pelo menos não tem juros”, mas não olham para as taxas antes de assinar o contrato. Por isso, é importante conversar com a administradora escolhida e entender o valor das taxas administrativas. 

  • Inadimplência do grupo pode atrapalhar

Pouca gente pensa nisso, mas vale lembrar: o consórcio é um modelo coletivo. Ou seja, depende da saúde financeira dos outros participantes do grupo.

Se muitos integrantes atrasarem ou deixarem de pagar, o grupo pode ter menos recursos em caixa. Isso reduz a quantidade de contemplações mensais e pode desacelerar o ritmo do consórcio.

Embora existam mecanismos para contornar isso (como o fundo de reserva), o risco é real e precisa ser considerado.

  • Vender cota nem sempre é fácil 

Imagine que você entrou em um consórcio, pagou dois anos de parcelas, mas decidiu mudar seus planos. O que fazer com aquela cota?

Você pode tentar vendê-la para outro investidor, mas isso nem sempre é fácil. A negociação de cotas é um mercado secundário e informal, e você pode ter que vender por um valor menor do que já pagou, especialmente se a cota ainda não foi contemplada.

Além disso, há burocracia envolvida: a administradora precisa aprovar a transferência, e pode cobrar taxas por isso.

Ao final, é importante entender que todo investimento tem riscos. O consórcio não é exceção. Ele exige paciência.

4 cuidados na hora de escolher um consórcio de apartamentos para investimento

  1. Verifique se a administradora é autorizada pelo Banco Central

Parece óbvio, mas é o primeiro filtro que separa uma empresa confiável de uma cilada. Toda administradora de consórcios deve ser regulamentada e fiscalizada pelo Banco Central do Brasil. Essa autorização garante que a empresa cumpre as regras, tem patrimônio mínimo exigido e segue boas práticas do setor.

Acesse o site do Banco Central e consulte o Registro de Administradoras Autorizadas. Se a empresa não estiver lá, bye bye, baby

  1. Desconfie de promessas de contemplação rápida

Um dos maiores atrativos de qualquer consórcio é a contemplação — e é aí que começam as armadilhas.

Se alguém te prometer “garantia de contemplação nos primeiros meses” ou “métodos secretos para ser sorteado rápido”, acenda um alerta vermelho. O consórcio é regido por sorteios e lances. Não existe garantia. A única exceção é quando você adquire uma cota já contemplada — mas aí estamos falando de outra realidade, com regras específicas.

  1. Avalie a reputação da administradora

Você está prestes a entregar uma parte do seu patrimônio, mês após mês, para uma empresa. Isso exige confiança. E confiança se constrói com histórico, reputação e transparência.

Pesquise sobre a empresa em sites como Reclame Aqui, Avaliações do Google, registros no Procon ou em órgãos de Defesa do Consumidor. 

  1. Verifique a flexibilidade do consórcio

A vida muda. Seu plano também pode mudar. Por isso, é importante entender quão flexível é o consórcio que você está entrando. Faça perguntas que possam ser úteis em certos momentos, como: 

  • Se eu quiser vender a cota, como funciona?

  • Posso usar o FGTS para lance ou amortização?

  • Posso antecipar parcelas?

Esses cuidados não servem para te assustar, mas para te proteger. Afinal, o dinheiro que você vai aplicar ali é real, suado e com objetivos claros: crescimento patrimonial, geração de renda, estabilidade financeira. Infelizmente, ainda há muitas empresas descomprometidas, que criam falsas promessas e enrolam para entregar a carta de crédito aos consorciados. 

Portanto, não escolha um consórcio no impulso. Estude, compare, questione, simule. A decisão certa no começo evita arrependimentos no futuro.

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