O sistema de consórcios vem conquistando um espaço cada vez maior na economia brasileira. Com resultados expressivos e crescimento contínuo ao longo dos últimos anos, os ativos administrados por essa modalidade já representam uma fatia relevante do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Esse avanço mostra não apenas a força do consórcio como alternativa de planejamento financeiro, mas também seu papel como motor de movimentação econômica, impulsionando diversos setores e fortalecendo o desenvolvimento nacional.
De alternativa de compra a potência econômica: saiba como o consórcio evoluiu e passou a ter impacto direto no PIB brasileiro
O consórcio, que há décadas era visto principalmente como uma alternativa de compra planejada para bens de maior valor, como imóveis e veículos, hoje se consolida como uma verdadeira potência econômica no Brasil.
Sua evolução não se resume apenas ao aumento no número de participantes, mas também ao impacto significativo que gera na economia nacional, especialmente no Produto Interno Bruto (PIB). Segundo dados da ABAC, os ativos do sistema de consórcios atingiram R$ 537,96 bilhões em março de 2024, representando 4,49% do PIB brasileiro, um crescimento notável em comparação aos 3,72% registrados no mesmo mês do ano anterior.
Esse avanço demonstra como o consórcio deixou de ser apenas uma solução para consumidores que buscavam evitar o endividamento com juros e se transformou em um mecanismo robusto de movimentação de recursos. Ao reunir milhões de pessoas em grupos com objetivos comuns, o sistema canaliza poupança interna e impulsiona setores estratégicos, desde a construção civil e o mercado automotivo até serviços e bens de capital. Na prática, o dinheiro administrado pelas empresas de consórcios circula pela economia, fomentando negócios, gerando empregos e estimulando a produção.
O crescimento contínuo também reflete a confiança do consumidor e a adaptação do modelo às novas demandas de mercado. Com maior acesso à informação, variedade de planos e a presença cada vez mais digital, o consórcio ganhou espaço entre públicos que antes não o consideravam uma opção. Esse fortalecimento, aliado ao aumento do valor dos ativos administrados, prova que o sistema é mais do que uma modalidade de compra: é um motor econômico capaz de gerar impacto real e sustentável no PIB brasileiro.
O papel dos ativos do consórcio na movimentação de setores
Os ativos do consórcio desempenham um papel estratégico na movimentação de diversos setores da economia brasileira, funcionando como um verdadeiro catalisador da cadeia produtiva.
Esses recursos têm origem nas contribuições mensais feitas pelos participantes dos grupos de consórcio, que, somadas, formam um fundo comum administrado pelas empresas do setor, como a Embracon. Embora inicialmente destinados à contemplação dos bens ou serviços contratados, esses valores permanecem aplicados no mercado financeiro até o momento da entrega das cartas de crédito, gerando rentabilidade e movimentando capital.
Quando a contemplação acontece, o impacto se espalha rapidamente pela economia. No caso dos consórcios de veículos, por exemplo, o crédito é utilizado na compra de automóveis novos e seminovos, movimentando concessionárias, montadoras, fábricas de autopeças, transportadoras e até empresas de logística. Já no segmento de imóveis, o capital direcionado impulsiona construtoras, incorporadoras, prestadores de serviços de engenharia, arquitetura e decoração, além de movimentar indiretamente setores como o de móveis e eletrodomésticos.
Essa engrenagem faz com que os ativos do consórcio não apenas atendam às necessidades individuais de consumo, mas também gerem efeitos em cadeia. O dinheiro investido pelos consorciados circula por múltiplas etapas da economia, estimulando a produção, gerando empregos e aumentando a arrecadação de impostos.
Na prática, o consórcio se torna um instrumento eficiente de poupança coletiva que, ao mesmo tempo, garante acesso planejado a bens e serviços e contribui de forma sólida para o crescimento econômico do país.
O que esperar do crescimento do consórcio e sua possível superação da poupança?
O crescimento constante do consórcio no Brasil aponta para um cenário promissor, com potencial real de se aproximar, e até superar, a tradicional poupança em volume de recursos administrados nos próximos anos.
Essa projeção se apoia em fatores sólidos: o aumento da confiança do consumidor nesse modelo de compra, a flexibilidade de prazos e valores, a ausência de juros e a versatilidade de segmentos atendidos, que vão muito além de veículos e imóveis, abrangendo também serviços, máquinas e até energia solar.
Enquanto a poupança sofre com rendimentos cada vez menos atrativos frente à inflação, o sistema de consórcios se apresenta como uma alternativa mais estratégica, pois alia disciplina financeira a um objetivo claro: a aquisição planejada de um bem ou serviço. Além disso, o volume de recursos movimentados pelos consórcios é continuamente reinjetado na economia real, gerando impactos diretos na produção, no comércio e na prestação de serviços, algo que a poupança, como aplicação financeira estática, não consegue proporcionar na mesma intensidade.
Se a tendência de expansão do setor continuar no ritmo atual, acompanhada da diversificação de segmentos e do interesse crescente da população, o consórcio pode não apenas ampliar sua participação no PIB, mas também ultrapassar a poupança em relevância econômica. Isso reforçaria seu papel não só como uma ferramenta de compra coletiva, mas como um verdadeiro motor de desenvolvimento para o país.
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