Planejamento financeiro: guia para finanças não saírem de controle

Planejamento financeiro: guia para finanças não saírem de controle

É fundamental fazer um planejamento financeiro para deixar as finanças organizadas e conseguir atingir os objetivos propostos.

Ter controle sobre o orçamento tem sido um grande desafio para os brasileiros, visto que, segundo pesquisa da Agência Brasil, o endividamento das famílias cresceu para 58% — o maior patamar dos últimos 7 anos.

Muitos acreditam que se planejar financeiramente é uma tarefa quase impossível, seja por considerarem o salário insuficiente, seja por simplesmente não saberem por onde começar.

Mas a questão é que, sem ter um planejamento financeiro, acaba sendo difícil chegar a algum lugar, já que ele precede todos os caminhos na busca pelo sucesso, e faz parte da vida da maioria das pessoas que são independentes financeiramente.

O planejamento financeiro é o exercício de controlar as entradas e saídas de recursos. É organizar as finanças para criar um manto de proteção das necessidades. Ou seja: estamos falando de uma ferramenta poderosa para realizar sonhos e objetivos em curto, médio e longo prazo.

William Edwards Deming, especialista em gerenciamento de qualidade, chegou a dizer que “não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, e não há sucesso no que não se gerencia.

”E é justamente isso: é preciso planejar para conhecer a atual situação e buscar métodos eficazes de melhorá-la. Mas, como fazer um bom planejamento?

COMO FAZER O PLANEJAMENTO FINANCEIRO?

É importante que se tome algumas medidas que poderão minimizar os percalços ao longo do caminho e garantir sucesso na estratégia.

Por isso, o ideal é que se realize um diagnóstico completo da atual situação financeira e desvende quais são os maiores objetivos.

Um dos principais pilares do planejamento é a disciplina. É preciso manter um compromisso em prol das metas para garantir bons resultados nessa organização.

De nada vai adiantar uma estratégia que seja seguida apenas por alguns meses. Um planejamento deve ser pensado para anos e décadas.

Ficou interessado e quer saber mais sobre o planejamento financeiro, para não deixar as dívidas saírem do controle? Então continue acompanhando este post e confira os próximos tópicos!

1. O que faz as finanças saírem do controle?

Quem gosta de se sentir sem direção ou perdido? Ninguém, certo? Ainda mais quando o assunto é sobre finanças.

Sem dúvidas, uma pessoa que consegue controlar a sua situação financeira vai se sentir bem mais tranquila e segura, tendo mais conforto e correndo menos risco de entrar em dívidas.

A falta de controle é o principal sinal de alerta de que a situação financeira não está bem, já que é bem mais fácil fechar os olhos diante dos problemas do que encará-los.

E, claro, quando o pior acontece, é mais prático e cômodo culpar outros fatores externos do que buscar medidas para corrigir os erros.

Diariamente, as pessoas são movidas por impulsos e desejos. Logo, os gastos não são apenas com necessidades fundamentais, mas com coisas supérfluas e que podem ser evitadas.

Quando se coloca, na planilha, os gastos com esses impulsos, é possível ter a noção exata do quanto de dinheiro se pode poupar para investir em algo mais rentável.

Nem tudo o que é oferecido é vantajoso. Gastar tanto dinheiro com um carro novo, comprar uma casa fora dos padrões que a sua renda consegue manter ou fazer várias viagens caras, por exemplo, podem ser as possíveis armadilhas que provocam um colapso nas suas finanças.

É importante valorizar todo o dinheiro que é conquistado, para não permitir que as finanças saiam do seu controle.

Por isso, a solução é montar um bom e cuidadoso planejamento para organizar as finanças e gastar de maneira equilibrada, sempre de acordo com as necessidades.

O primeiro passo para melhorar a sua qualidade de vida e conquistar os seus objetivos é entender a sua situação financeira.

2. Entenda as finanças familiares

O princípio de uma educação financeira é entender como se gasta, como se poupa e como se investe o dinheiro para melhorar a qualidade de vida.

Os altos níveis de endividamento têm prejudicado a vida de muitas pessoas. Por isso, é importante saber onde está o segredo: ele está no equilíbrio e em direcionar os recursos para gerar reservas.

Guardar dinheiro e economizar são sábias decisões para aqueles que desejam viver livres de preocupações e realizar planos futuros. A utilização do dinheiro requer o mínimo de planejamento.

Então, antes de gastar, é fundamental perguntar para si mesmo: isso é apenas um desejo ou eu realmente preciso nesse momento?

Seja um administrador das suas finanças, pois assim vai aprender a gastar bem os recursos que possui. Planejar significa organizar-se antes de tomar uma decisão, considerando as possibilidades de atingir as metas.

Procure entender todas as suas necessidades essenciais, elaborando um controle que permita que você tenha uma visão geral de todos os seus gastos e do salário que recebe para sustentá-los.

Fazer um orçamento da família é o passo mais importante em todo o processo da educação financeira, pois ele possibilita promover controle e equilíbrio, gerar satisfação pessoal, aproveitar o momento político e econômico, enfim, assumir um projeto de vida, que pode ser investir em educação, fazer a viagem dos sonhos, ter a casa própria etc.

Uma educação financeira é indispensável para levá-lo a elaborar um planejamento para concretizar seus sonhos.

E lembre-se de que a principal ferramenta que vai consolidar tal processo é o controle orçamentário. Ele vai equilibrar o quanto você gasta com o que você ganha.

E tem mais...

Então, como elaborar um controle orçamentário e entender perfeitamente as finanças da família?

Essa não é uma tarefa fácil, logo, é preciso bastante disciplina, empenho e análise honesta da situação financeira para realizá-la.

É necessário que se faça um balanço da condição atual, utilizando uma planilha que vai relacionar tudo o que você possui, os valores que recebe e todas as suas obrigações.

Antes de qualquer coisa, defina quais são os seus custos fixos por mês (os que fazem parte do seu cotidiano). Coloque-os na planilha. Os gastos esporádicos também devem fazer parte da planilha em uma estimativa mensal, então coloque a quantidade de recurso que você gasta com medicamentos, vestuário, lazer, etc.

Em seguida, faça uma relação entre as entradas de dinheiro (a renda total da família) e as obrigações necessárias.

Então, compare os gastos que vai ter com os recursos que vai receber. Tente encontrar um ponto de equilibro. Calcule tudo e, se descobrir que as contas não fecham, tente encaixar a renda no seu orçamento. Observe se não há a possibilidade de reduzir gastos ou até mesmo de eliminar aqueles que não interferem na rotina da família.

Vale lembrar que as despesas com aluguel, alimentação e educação nem sempre podem sofrer reduções. Mas, por outro lado, o consumo de serviços como energia, água e telefone pode ser reduzido, com bastante controle no uso.

Essa economia significa mais dinheiro sobrando no fim do mês, para investir ou suprir algum desejo (meta).

3. Crie objetivos financeiros

Após entender as suas finanças é imprescindível que se defina os objetivos financeiros.

Essa é uma etapa em que é preciso ser realista. Não vai adiantar definir o objetivo de guardar R$ 50 mil no ano se o salário for de R$ 1 mil, certo?

Dito isso, procure sempre estipular objetivos que podem ser alcançados. Desmembre o seu objetivo maior em metas de curto prazo.

Por exemplo, se deseja ter uma reserva de R$ 2 mil ao final do ano, comece juntando R$ 100 por mês e, quando for possível, aumente o valor. Sempre faça essas 4 perguntas a si mesmo para conseguir definir e cumprir seus objetivos:

  • “Qual é o meu objetivo?”: você deseja acumular patrimônio, garantir sua aposentadoria, fazer uma viagem ou garantir bons estudos para o seu filho? Aqui você vai responder aquilo que está buscando;

  • “Quando desejo alcançá-lo?”: quer alcançar seu objetivo daqui a 1 ano, 5 ou 50 anos? Definindo uma data, você vai evitar brechas para a subjetividade e ainda vai fazer um planejamento eficaz;

  • “Quanto eu preciso para alcançar o meu objetivo?”: você vai precisar de R$ 5 mil, R$ 10 mil ou R$ 100 mil? Tente fazer uma estimativa e seja sempre um pouco pessimista. Estime um valor mais alto;

  • “Como posso atingi-lo?”: pretende investir em fundos de investimento? Fazer um consórcio? Investir na poupança? Defina o investimento que vai ser mais adequado para o seu objetivo.

4. Metas de curto, médio e longo prazo

É indispensável que você estabeleça metas de curto, médio e longo prazo para ter sucesso no planejamento financeiro.

Afinal de contas, será preciso que você faça alguns sacrifícios — abrir mão de alguns hábitos de consumo — para concretizar suas metas.

Após fazer a sua lista de objetivos e estipular o grau de prioridade de cada uma, é importante que você os divida em metas de curto, médio e longo prazo. Fazendo isso, poderá se organizar melhor e definir uma ótima estratégia para colocar tudo em prática.

E como isso funciona?

Curto prazo

As metas de curto prazo são aquelas que você deseja realizar em menos de 12 meses. Por exemplo: uma pequena reforma da casa, reserva de emergência, festas, etc.

As de médio prazo são as que você pretende realizar dentro de 1 a 5 anos, pode ser uma troca de carro ou uma viagem longa.

Já as metas de longo prazo são as que você imagina realizar em até 5 anos, por exemplo, a compra de um apartamento e recursos para aposentadoria.

A grande vantagem de estabelecer metas com prazos é que você vai conseguir manter foco, disciplina e, ainda, observar os seus resultados.

Por isso, tente ser bastante claro e detalhista no momento de definir os seus objetivos, a fim de traçar uma estratégia eficiente.

Sem prazo

Uma boa dica é acompanhar de perto como as metas estão se desenrolando e se é necessário rever algo. Lembre-se de que o planejamento financeiro jamais deve ser fixo, já que ele é extremamente mutável de acordo com a sua situação e com as circunstâncias.

Portanto, o ideal é que sejam elaboradas pelo menos três projeções para cenários distintos: um conservador, um pessimista e outro otimista.

Desse modo, você vai saber se vai conseguir cobrir todas as despesas. Por outro lado, vai poder estabelecer metas de investimento, caso o cenário otimista seja realizado.

Vale lembrar também que as projeções diferentes são relevantes para estabelecer metas para mudar de cenário. Quais os gastos que você vai precisar cortar para sair do cenário negativo para um conservador? Que tipo de investimento é necessário para sair de um cenário conservador e ir para um otimista?

A partir das diferentes projeções, as respostas para perguntas como essas passam a ficar mais claras.

5. Quais as dicas para ter sucesso no planejamento?

5.1. Acompanhe as suas receitas e despesas

Essa é uma dica essencial. É importante que você acompanhe, no mínimo mensalmente, as suas despesas e receitas.

Mas, por que fazer isso? Simplesmente porque se você não acompanhá-las, estará deixando o seu futuro financeiro nas mãos da sorte.

Então, para facilitar o seu trabalho, use uma planilha para organizar todo o seu orçamento. Não se esqueça de anotar tudo, até mesmo aquela despesa que você comprou com dinheiro quando estava na rua.

Você vai se surpreender ao ver que os pequenos valores influenciam diretamente no resultado final.

5.2. Compare os preços antes de fazer a compra

Hoje em dia é muito mais fácil comparar os preços dos produtos do que há 40 anos. Afinal, hoje temos o auxílio da internet para fazer essa tarefa. Então, sempre que for comprar algum produto, compare os preços de diversas lojas.

Pode até parecer pouco, mas se você conseguir economizar 10% nas compras, vai ver que tem 10% a mais no final do mês.

Mas, lembre-se de procurar qualidade e confiança nas lojas, até porque não vai adiantar economizar e adquirir um produto ruim.

5.3. Compre somente o que você precisa

Para alguns essa dica vai ser bem fácil de seguir, mas para outros nem tanto.

Todos têm seus pontos fracos, por isso é importante saber qual é o seu e criar estratégias para contorná-lo.

Uma ótima maneira de evitar que você compre além do necessário é criar uma lista de compras.

Sendo assim, toda vez que você precisar adquirir algum produto, anote na lista. Ela vai ajudar você a controlar os seus impulsos consumistas e ainda evitar que você fique tentando se lembrar do que precisa comprar.

A regra da lista é bem simples: compre apenas o que estiver escrito nela.

E, claro, tome decisões em casa. As lojas, supermercados e shoppings estão sempre repletos de armadilhas para fazer você consumir.

Um bom exemplo é quando se vai ao supermercado com fome: certamente você vai sair comprando tudo o que ver pela frente!

5.4. Tente pagar à vista quando tiver desconto

É sempre vantajoso pagar à vista quando há desconto no produto, pois é uma maneira de você comprar por um preço mais barato.

Sem dúvidas, o cartão de crédito é muito útil e prático para algumas situações, principalmente quando não se tem o dinheiro para pagar à vista.

No entanto, ele pode ser o principal motivo de fazer as metas financeiras saírem do caminho.

Geralmente, os juros do cartão são bastante altos, principalmente se você parcela em várias vezes. Procure ver se compensa pagar com o cartão de crédito, mas analise com cuidado.

Quando tiver o dinheiro em mãos, não hesite em fazer o pagamento com ele.

5.5. Faça metas para alcançar o seu objetivo

Essa é uma dica que já foi mencionada neste texto, mas é sempre bom reforçá-la. É muito importante que você faça metas a fim de alcançar os seus objetivos. Elas são fundamentais, já que é a partir delas que você vai conseguir transformar em números todos os resultados obtidos. Assim, vai poder verificar se tudo está indo como planejado ou não.

Para exemplificar, temos a situação das pessoas que buscam fazer uma dieta de controle calórico.

Como elas fazem isso? Obviamente que começam a controlar a quantidade de proteína, de carboidrato e de gordura que ingerem durante o dia.

Além disso, elas fazem uma avaliação física constantemente, pois pretendem verificar se tudo está caminhando para alcançar o objetivo.

É muito difícil dizer que essas pessoas não vão ter sucesso, certo? Fazendo isso, elas vão eliminar as brechas para a sorte, já que estão controlando todas as variáveis, criando metas e verificando todo o processo.

Acontece justamente o mesmo com as finanças. É preciso fazer um planejamento, acompanhá-lo de perto e verificar periodicamente como ele está caminhando.

5.6. Analise mensalmente os seus objetivos

Já imaginou o que aconteceria se você fosse fazer uma viagem ao redor do mundo e não analisasse se as rotas estavam sendo seguidas como planejado? Com certeza, tudo sairia errado e você demoraria muito tempo para chegar ao local que desejaria. Pois é, a maior parte das pessoas não faz essa análise dos seus investimentos.

É indispensável ter metas e analisá-las frequentemente. Um bom checklist vai ajudar você a se organizar. Com a análise semanal ou mensal, você pode alterar os objetivos de curto prazo, quando achar que eles não condizem com os outros, e pode também excluir alguns, quando perceber que não são mais relevantes.

Enfim, todos crescem e amadurecem, portanto é normal que haja mudanças.

A revisão é essencial justamente para você parar e pensar: “Estou realmente alcançando meus objetivos?”, “Como a minha vida está caminhando?”. A sensação de ter um controle sobre as finanças e ainda fazer mudanças é indescritível.

5.7. Viva de acordo com o seu padrão de vida

A maioria dos brasileiros gosta de viver o presente. Não economizam; preferem ir ao shopping e fazer compras do que gastar pouco e investir o dinheiro que sobrar.

Mas é necessário aprender a poupar dinheiro, gastando menos do que ganha. E isso é o que muitos não conseguem fazer dentro de um planejamento financeiro.

E qual é o resultado disso? Contas no vermelho. Então, aprender a viver de acordo com o padrão de vida que se tem é passar a avaliar as despesas de maneira objetiva, ter determinação e muita persistência para mudar alguns hábitos desnecessários.

Enfim, o planejamento financeiro, como o próprio nome diz, serve para que você organize todas as suas despesas, tanto as que já passaram quanto as que estão por vir. Assim, você consegue ter um controle sobre todas as suas finanças, evitando que elas saiam do controle.

A periodicidade da análise e do uso de um planejamento varia de pessoa para pessoa. No entanto, é aconselhável que o registro dos gastos e dos recebimentos seja feito diariamente na planilha.

E, claro, sem esquecer-se de fazer uma análise dos gastos e dos possíveis rendimentos semanalmente, para não correr o risco de se ver em um cenário negativo.

O planejamento financeiro é constante

Mas, se você não tiver tempo para fazer uma análise todas as semanas, é indispensável que, pelo menos, uma vez ao mês ela seja feita, a fim de entender como as suas finanças estão caminhando.

Enfim, vale ressaltar que todo o esforço na realização de um bom planejamento financeiro serve para propiciar a realização de sonhos e a conquista de ser independente financeiramente. Isso, claro, lembrando-se sempre da poupança, racionalização de gastos e otimização dos investimentos.

Educação financeira

Quando falamos sobre educação financeira, o Brasil não tem muito a mostrar para o mundo, já que em um ranking divulgado em 2016 pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o país alcançou a 27ª posição entre 30 países. Ou seja, o Brasil fica sempre nas últimas colocações nas pesquisas sobre planejamento financeiro.

Isso acontece porque, infelizmente, a educação financeira não é incentivada desde cedo para as crianças. A falta de atenção com um assunto tão sério acaba levando o país a ter índices econômicos ruins, que acabam impactando diretamente no cotidiano dos brasileiros.

Pesquisas mostram que 65% dos brasileiros não possuem reserva financeira e os que ainda têm alguma, permanecem presos a investimentos que não rendem muito, visto que não chega a 1% o percentual dos brasileiros que investem fora da poupança.

E a situação crítica não para por aí, pois é uma minoria que faz um rígido controle das despesas, como metas de construção de patrimônio e orçamento mensal.

Então, se você não pretende fazer parte desse percentual de pessoas que não se preocupam em ter um bom planejamento financeiro, siga as nossas valiosas dicas para não errar no controle das suas finanças.

Acompanhe sempre os seus gastos e analise seus objetivos. Poupando, você vai conseguir realizar muitos sonhos e ainda ter dinheiro para investir!

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