Como as parcelas do consórcio são ajustadas?

Como as parcelas do consórcio são ajustadas?

O consórcio é uma das melhores modalidades para a compra de bens de alto valor porque, além de pagar parcelado sem ter que se comprometer com entrada ou juros, é você que fica responsável por definir o valor da carta de crédito, que corresponde ao bem final, e a quantidade de parcelas.

Isso tudo é possível por conta de um mecanismo bem dinâmico para definir o valor de um consórcio: a simulação.

É a partir da simulação que você escolhe o bem em que deseja investir, além da quantidade de parcelas.  

Quando você realiza a simulação de um bem, já tem como retorno o valor da mensalidade, incluindo a taxa de administração, que remunera a empresa de consórcio por todos os serviços realizados, como formação dos grupos, entrega das cartas de crédito e as assembleias, e o valor de fundo de reserva, que garante que a inadimplência de alguns integrantes não comprometa as contemplações dos grupos.

Você pode realizar o processo de simulação quantas vezes for necessário, até que consiga encontrar o valor de consórcio que faça mais sentido com a sua realidade financeira. Para isso, as administradoras não permitem que a parcela do consórcio seja 30% superior ao valor dos rendimentos mensais do interessado.  

Essa medida é tomada para evitar possíveis casos de inadimplência, que podem colocar os demais integrantes do grupo em risco. Afinal, por se tratar de um modelo de autofinanciamento, o consórcio conta com a colaboração de todos os integrantes, para que as cartas de crédito possam ser entregues nas assembleias, seja via sorteio, seja via lance.

E, já que abordamos as parcelas de consórcio, você sabia que todo consórcio realiza um reajuste das parcelas com o passar do tempo? Vamos explicar por que isso acontece e como você pode se preparar para continuar tendo uma experiência positiva pagando a sua cota.

Reajustes de parcelas: o que são e quando acontecem?

Sempre que a cota de um consorciado faz aniversário de um ano, é preciso que ela passe por um reajuste de valor.

O reajuste é necessário para impedir que o valor final da carta de crédito seja prejudicado com as oscilações da inflação.

Na prática, funciona da seguinte maneira: digamos que, para um consórcio de imóveis, você tenha selecionado o valor de R$300 mil para a carta de crédito. Ao selecionar este valor, você considerou a compra de um tipo de casa ou apartamento. Porém, até que você seja efetivamente contemplado com o valor total da sua carta, alguns anos podem se passar. E, com isso, a moeda passa por processo de desvalorização, sem falar que os bens e serviços também acompanham mudanças em seus preços.  

Ou seja, se você for contemplado, digamos, 5 anos depois do momento em que fez a simulação, muito provavelmente aquele valor de R$ 300 mil será insuficiente para a compra de imóvel que você desejava.

Por isso mesmo, todos os anos o consórcio precisa acompanhar as subidas e descidas de preço da economia. Para isso, cada categoria de consórcio passa por diferentes tipos de reajuste, para que o valor da carta de crédito seja o suficiente para a compra do bem que você simulou lá no começo.

No caso do consórcio de imóveis, por exemplo, a cada aniversário anual de sua cota, o valor é reajustado seguindo o INCC (Índice Nacional da Construção Civil). Já o consórcio de automóveis, motos e de veículos pesados acaba seguindo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Quando isso acontece, o valor da sua mensalidade passa por um reajuste, que irá refletir no valor total da sua carta de crédito. Por exemplo, se houver um aumento no índice correspondente ao seu bem, você deve pagar a mais pela mensalidade. Em contrapartida, você tem à disposição um valor maior de carta de crédito quando for contemplado.

Por isso, quanto mais tempo você estiver pagando o consórcio, mais terá que pagar por reajuste e, por consequência, maior será a alteração no valor final da carta de crédito.

O que realmente importa em tudo isso é que você terá à sua disposição, não importa o tempo que passe, o valor adequado de carta para a realização do seu sonho.  

Como não ser afetado pelos reajustes?

Por mais que seja inevitável passar pelo reajuste, é possível se preparar para que uma alteração na sua mensalidade não impacte os seus rendimentos mensais.

Para isso, vamos apresentar algumas dicas que podem ser valiosas ao determinar o valor do seu consórcio, além de como você pode pagá-lo, para manter uma boa experiência.

  • Defina uma mensalidade que não impacte em seu orçamento: quanto menor o impacto da mensalidade em seu orçamento, melhor a sua experiência com o consórcio. Assim, quando a sua mensalidade passar por algum tipo de reajuste, você não sentirá tanto no bolso.
  • Planeje a oferta de um lance: nenhuma administradora pode garantir que o seu lance será efetivo de primeira. Porém, você pode se organizar para juntar um valor significativo de lance e, assim, ter mais chances de ser contemplado rapidamente. Quando um lance é efetivado, o valor do lance quita as últimas mensalidades, e você termina de pagar sua cota com antecedência.
  • Acompanhe os índices: identificar o índice que impacta a sua carta de crédito pode ajudar na hora de ter uma ideia de quanto a sua mensalidade pode aumentar. Portanto, acompanhe a economia e organize seu orçamento.

O reajuste é inevitável, mas tem o benefício de impedir que o valor da sua carta de crédito fique defasado com o tempo e as oscilações da economia. Para mais dicas de finanças pessoais, acompanhe o nosso blog.

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